Desempenho escolar no pós-pandemia : efeitos de afeto e estilos parentais

Abstract

O estudo teve como objetivo investigar o possível papel de estilos parentais e de afeto positivo e afeto negativo no desempenho escolar de estudantes do 6º ao 9.º ano do ensino fundamental das redes de ensino público de Porto Alegre, RS, após a pandemia de COVID-19. O estudo contou com uma amostra total composta de 53 estudantes e foi realizado em dois encontros individuais com os participantes: no primeiro foi aplicado o Teste de Desempenho Escolar II e no segundo foi aplicada a Escala de Afeto Positivo e Negativo para crianças ou para adolescentes, conforme a faixa etária do participante, em conjunto com o PISA Global Crises Module (GCM) e a Escala de Exigência e Responsividade Parental. O desempenho acadêmico variou entre os anos escolares, com diferenças notáveis nos subtestes do Teste de Desempenho Escolar II (TDE II), como escrita, aritmética e leitura. O desempenho também variou de acordo com a renda familiar, com diferenças significativas nos escores brutos de aritmética e leitura. O afeto positivo foi associado à eficiência de escrita e aritmética, enquanto variáveis como apoio familiar e sentimentos negativos em relação à COVID-19 influenciaram a eficiência de leitura. Esses resultados corroboram a literatura existente sobre o impacto do bem-estar subjetivo, incluindo afeto positivo e negativo, no desempenho acadêmico dos estudantes. Os resultados deste trabalho procuram responder ao chamado da UNICEF de pensar sobre o retorno à escola e proporcionar dados para que estratégias de mitigação dos efeitos da pandemia sejam elaboradas.

The study aimed to investigate the possible role of parental styles and positive and negative affection in the academic performance of students from the 6th to the 9th grade of elementary school in the public education networks of Porto Alegre, RS after the COVID-19 pandemic. The study had a total sample composed of 53 students and was conducted in two individual meetings with the participants. In the first meeting, the School Performance Test II was administered, and on the second meeting, the Positive and Negative Affect Scale for children or adolescents, depending on the participant's age group, was administered along with the PISA Global Crises Module (GCM) and the Parental Demand and Responsiveness Scale. Academic performance varied across school years, with notable differences in the subtests of the School Performance Test II (SPT II), such as writing, arithmetic, and reading. Performance also varied according to family income, with significant differences in arithmetic and reading raw scores. Positive affection was associated with writing and arithmetic efficiency, while variables such as family support and negative feelings towards COVID-19 influenced reading efficiency. These results corroborate existing literature on the impact of subjective well-being, including positive and negative affection, on students' academic performance. The results of this work aim to respond to UNICEF's call to consider this return to school and provide data for the elaboration of mitigation strategies.