Critérios de resposta e remissão nos transtornos de ansiedade : uma avaliação das evidências empíricas
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Data
2024Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Especialização
Resumo
Os transtornos de ansiedade são altamente prevalentes e estão associados a significativa incapacidade funcional, demandam tratamentos eficazes e baseados em evidências como terapia cognitivo-comportamental (TCC) e fármacos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e de serotonina e noradrenalina (IRSN). Contudo, a resposta inadequada ao tratamento é uma realidade para uma parcela significativa dos pacientes, evidenciando, assim, lacunas na abordagem da refratariedade. Apesar de se ...
Os transtornos de ansiedade são altamente prevalentes e estão associados a significativa incapacidade funcional, demandam tratamentos eficazes e baseados em evidências como terapia cognitivo-comportamental (TCC) e fármacos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e de serotonina e noradrenalina (IRSN). Contudo, a resposta inadequada ao tratamento é uma realidade para uma parcela significativa dos pacientes, evidenciando, assim, lacunas na abordagem da refratariedade. Apesar de ser um problema comum, a resistência ao tratamento é subexplorada, e mesmo diretrizes renomadas carecem de definições consistentes para falha terapêutica. Para contribuir com o campo, conduzimos uma metanálise abrangente, avaliando os critérios de resposta e remissão em ensaios clínicos randomizados sobre o uso de antidepressivos em pacientes com transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos relacionados ao estresse. A análise revelou uma predominância do uso da escala HAM-A para avaliar resposta no transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e do critério CGI-I (<2) para outros transtornos, enquanto a remissão apresentou maior variabilidade, com preferência por escalas específicas como Y-BOCS (TOC) e CAPS (TEPT). Tendo em vista a tendência crescente à padronização dos critérios, há desafios a serem superados antes que isso possa ser atingido, como a ampla utilização da CGI para TAG e TEPT apesar de insuficientes evidências para comprovar sua validade e confiabilidade para estes transtornos. Nossos achados destacam a necessidade de integrar os estudos clínicos a ferramentas validadas especificamente para os transtornos pesquisados, como forma essencial de promover um avanço organizado e coerente no atendimento à população que não se beneficia das principais intervenções. ...
Abstract
Anxiety disorders are highly prevalent and associated with significant functional impairment, requiring effective and evidence based treatments, such as cognitive-behavioral therapy (CBT) and selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) and serotonin-norepinephrine reuptake inhibitors (SNRIs). However, inadequate treatment response is a reality for a significant portion of patients, highlighting gaps in the management of treatment resistance. Despite being a common issue, treatment resistanc ...
Anxiety disorders are highly prevalent and associated with significant functional impairment, requiring effective and evidence based treatments, such as cognitive-behavioral therapy (CBT) and selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) and serotonin-norepinephrine reuptake inhibitors (SNRIs). However, inadequate treatment response is a reality for a significant portion of patients, highlighting gaps in the management of treatment resistance. Despite being a common issue, treatment resistance is underexplored, and even renowned guidelines lack consistent definitions of therapeutic failure. To contribute to the field, we conducted a comprehensive meta-analysis evaluating response and remission criteria in randomized clinical trials on the use of antidepressants in patients with anxiety disorders, obsessive-compulsive disorder (OCD), and stress-related disorders. The analysis revealed a predominance of the HAM-A scale for assessing response in generalized anxiety disorder (GAD) and the CGI-I criterion (<2) for other disorders, while remission showed greater variability, with a preference for specific scales such as Y-BOCS (OCD) and CAPS (PTSD). Considering the growing trend toward standardizing criteria, there are challenges to be overcome before this can be achieved, such as the widespread use of the CGI for GAD and PTSD despite insufficient evidence to support its validity and reliability for these disorders. Our findings highlight the need to integrate clinical studies with tools specifically validated for the disorders under investigation, as an essential step to fostering an organized and coherent advancement in the care of populations that do not benefit from the main interventions. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Psiquatria.
Coleções
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Ciências da Saúde (1723)
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