Mostrar registro simples

dc.contributor.advisorOro, Ari Pedropt_BR
dc.contributor.advisorChiesa, Gustavo Ruizpt_BR
dc.contributor.authorBrito, Luz Gonçalvespt_BR
dc.date.accessioned2025-01-11T06:55:57Zpt_BR
dc.date.issued2021pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/283248pt_BR
dc.description.abstractEsta tese versa sobre algumas relações entre ecologia e espiritualidade em quatro ecovilas brasileiras: Arca Verde (São Francisco de Paula-Rio Grande do Sul); Vrinda Bhumi (Piracicaba-Minas Gerais); Goura Vrindavana (Paraty-Rio de Janeiro); e Muriqui-Assu (Niterói-Rio de Janeiro). Compreende-se espiritualidade enquanto uma categoria analítica da maior importância no debate contemporâneo acerca da experiência secular da modernidade. Há urgência em qualificar e refinar o conceito de espiritualidade para além da ideia comum de que ela se refere apenas à privatização do religioso no quadro imanente do horizonte moderno. Esta tese argumenta que é possível entender espiritualidade para além da dicotomia entre o íntimo e o político; e para além do par pessoal-social. Compartilha do entendimento de que espiritualidade é categoria conformada historicamente; que apresenta variações de acordo com situações específicas. O trabalho de campo em demonstra que espiritualidade apresenta nuances e diferentes concepções. Uma dessas noções é que espiritualidade concerne à busca da pessoa por certa conexão entre seres e coisas no mundo. Assim concebida, espiritualidade articula-se de modo intricado à ecologia, entendida aqui também como uma busca pelo ‘padrão que liga todas as coisas’. Epistemologias ecológicas e espiritualidades são como dois afluentes de um mesmo rio. Outra concepção encontrada é de que espiritualidade concerne ao processo interno de transformação pessoal, que ressoa no social. Tal concepção dilui as fronteiras entre pessoa e mundo e, para ser compreendida acuradamente, exige um arsenal teórico não apenas sociológico ou antropológico, mas também fenomenológico. Assim, torna-se possível entender como a experiência de transformação de si em contato com a natureza ressoa no mundo da vida. Este estudo caminha pelos interstícios de uma opção metodológica epistêmica e de uma opção metodológica fenomenológica. A primeira está fundamentada em uma abordagem pós-estruturalista das concepções apresentadas por interlocutores acerca da relação entre pessoa e mundo. A segunda navega pelas intersecções das fenomenologias de Ingold, Merleau-Ponty e Schutz. Essa opção fenomenológica relaciona a ideia husserliana de "mundo vivido", o conceito de "mundo social" de Schutz, o conceito de "carne" de Merleau-Ponty e o conceito de "ambiente" de Ingold. O procedimento metodológico básico deste estudo é a realização de pesquisa de campo e entrevistas, as quais nomeei viagem etnográfica e diálogos. Através desse caminho metodológico, foi possível registrar diferentes noções de espiritualidade e pensamento ecológico. A narrativa etnográfica é inspirada pelas descrições críticas de Tsing, nas quais análises abrangentes emergem dos detalhes do mundo. Em suma, o argumento da tese é de que a) espiritualidade refere-se a uma experiência de transformação das pessoas que não se restringe à vida íntima porque b) quando uma pessoa tem a experiência espiritual, ela alcança uma percepção diferente das conexões entre tudo o que há no mundo; e c) essa transformação de percepção ressoa no mundo à medida em que a pessoa age de um modo distinto.pt_BR
dc.description.abstractThis PhD dissertation concerns some relations between ecology and spirituality in four Brazilian ecovillages: Arca Verde (São Francisco de Paula-Rio Grande do Sul); Vrinda Bhumi (Piracicaba-Minas Gerais); Goura Vrindavana (Paraty-Rio de Janeiro); and Muriqui-Assu (Niterói-Rio de Janeiro). Spirituality is considered a very important analytical category for the contemporary debate regarding the secular experience of modernity. It is necessary to refine and qualify the concept of the spirituality beyond the common idea that spirituality refers only to the privatisation of the religious within the modern immanent frame. This dissertation argues that it is possible to understand spirituality beyond the dichotomy between the intimate and the political; and beyond the pair personal-social. This dissertation shares the understanding of spirituality as a historically situated category, which presents variations according to specific situations. The fieldwork demonstrated that spirituality is defined by nuanced conceptions. One notion of the spirituality concerns one’s search for connection with all beings and things in the world. Spirituality, so understood, is intricately tied to ecology as the search for “the pattern which connects” all things. Ecological epistemologies and spiritualities are like two rivers that flow to the same ocean. The field also revealed the notion of spirituality as the inner processof self-transformation that reflects on the social. Such a conception dilutes the frontiers of person and world and, in order to be fully comprehended, requires a theoretical framework which is sociological, anthropological and phenomenological. Thus, it is possible to understand how the experience of self-transformation in connection with nature reflects on the lifeworld. Alongside my research journey, I walked through the interstices of two methodological options: the epistemic and phenomenological. The former is founded in the post-structuralist approach to my interlocutors’ conceptions on the relation between person and world. The later navigates on the intersections of the phenomenologies of Ingold, Merleau-Ponty and Schutz. This phenomenological option encompasses the Husserlian idea of life-world, the concept of social world (Schutz), the concept of flesh (Merleau-Ponty) and the concept of environment (Ingold). The basic methodological procedures of this study were fieldwork and interviews, which I called ethnographic travel and dialogues. Through this methodological path, it was possible to register different notions of spirituality and ecological thought. The ethnographic narrative is inspired by the critical descriptions of Tsing, in which the broad analysis emerges from the details of the world. In sum, the argument of this dissertation is that: 1 – spirituality refers to an experience of selftransformation which is not restricted to one’s inner life; 2 – because when one reaches such a spiritual experience in connection with nature one reaches a diferente perception of the more than human beings; and 3) such a perceptual shift can resonate in the social world to the extent people act differently due to their spiritualityen
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectEspiritualidadept_BR
dc.subjectSpiritualityen
dc.subjectEpistemologia : Questão ambientalpt_BR
dc.subjectEcological epistemologiesen
dc.subjectEcovilaspt_BR
dc.subjectEcovillagesen
dc.subjectPermaculturapt_BR
dc.subjectPermacultureen
dc.subjectVixnuísmopt_BR
dc.subjectAgroforestryen
dc.subjectAgroflorestapt_BR
dc.subjectBioconstructionen
dc.subjectAntropologiapt_BR
dc.subjectVaishnavismen
dc.subjectBioconstruçãopt_BR
dc.subjectNew Ageen
dc.subjectNova Era (Movimento esotérico)pt_BR
dc.subjectAnthropological theoryen
dc.subjectTeoria antropológicapt_BR
dc.titleNo labirinto de uma antropologia ambiental : epistemologias ecológicas e espiritualidades em quatro ecovilas brasileiraspt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001138462pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Filosofia e Ciências Humanaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Antropologia Socialpt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2021pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Thumbnail
   

Este item está licenciado na Creative Commons License

Mostrar registro simples