A representação do trabalhador na crônica Eu e os outro cocô tudo, de José Falero

Abstract

Esta monografia tem como objetivo analisar a representação do trabalhador na crônica Eu e os outro cocô tudo, de José Falero, publicada originalmente na Revista Parêntese, em 2020, e, no ano seguinte, 2021, no livro Mas em que mundo tu vive?, pela editora Todavia. Eu e os outro cocô tudo conta, em primeira pessoa, a história de Zé, homem negro e de origem periférica que trabalha na cozinha de um bar em uma região nobre de Porto Alegre. A análise foi desenvolvida por meio do estudo da narrativa da obra, observando-se elementos do texto que permitem perceber características do trabalhador e relacionando-os com leituras sobre a interseção entre a literatura e o mundo trabalho, sobre representação no campo literário e sobre a presença da periferia na literatura através de escritores que vivem nesses territórios e de obras que abordam tal contexto. A partir deste estudo, compreendemos que a crônica traz uma autorrepresentação de Falero. Eu e os outro cocô tudo denuncia a exploração do trabalhador ao representar Zé como alguém explorado de diversas formas diferentes e imerso em uma condição social que reforça os abusos sofridos, porém retrata um trabalhador consciente da situação a qual é submetido, que luta por liberdade e dignidade, mas que mas não se deixa iludir.

Esta monografía se propone analizar la representación del trabajador en la crónica Eu e os outro cocô tudo, de José Falero, publicada originalmente en la Revista Parêntese en 2020, y, al año siguiente, en 2021, en el libro Mas em que mundo tu vive? por la editorial Todavia. Eu e os outro cocô tudo narra, en primera persona, la historia de Zé, un hombre negro y de origen periférico que trabaja en la cocina de un bar en una región noble de Porto Alegre. El análisis se desarrolló mediante el estudio de la narrativa de la obra, observando elementos del texto que permiten percibir características del trabajador y relacionándolos con lecturas sobre la intersección entre la literatura y el mundo del trabajo, sobre la representación en el campo literario y sobre la presencia de la periferia en la literatura por medio de escritores que viven en esos territorios y de obras que abordan dicho contexto. Mediante este estudio, comprendemos que la crónica aporta una autorrepresentación de Falero. Eu e os outro cocô tudo denuncia la explotación del trabajador al representar a Zé como alguien explotado de diversas formas y sumergido en una condición social que refuerza los abusos sufridos. Sin embargo, retrata a un trabajador consciente de la situación a la que está sometido, que lucha por libertad y dignidad, sin dejarse ilusionar.