O choro da princesa Charlotte : as representações do luto infantil pelo jornalismo

Abstract

Esta pesquisa busca compreender como se dá a representação do luto infantil no jornalismo brasileiro a partir de notícias e reportagens sobre o choro da princesa Charlotte no funeral de sua bisavó, a Rainha Elizabeth II, falecida em setembro de 2022. Para alcançar o objetivo proposto, foram selecionadas sete matérias veiculadas em cinco portais online brasileiros: Folha de S. Paulo, O Globo, Estadão, Revista Quem (do Grupo Globo) e UOL (do Grupo Folha), que tratavam do luto exposto pela princesa. A partir da metodologia da Análise de Discurso (AD) de linha francesa, identificou-se que o luto infantil foi representado por quatro diferentes formações discursivas. São elas: A Criança Fragilizada, A Criança Respeitada, A Criança Protegida e A Criança Célebre – sendo este último relacionado especificamente com uma menina que faz parte de uma família notável. Como resultado da pesquisa, é possível afirmar, então, que, nesse caso, o jornalismo representou o luto infantil, principalmente, na forma de uma criança fragilizada, mas também com forte presença da criança célebre e respeitada, com sentidos que se interligam de diferentes formas no discurso.

This research aims to understand how the representation of childhood grief is portrayed in Brazilian journalism, based on news articles and reports about Princess Charlotte's tears at the funeral of her great-grandmother, Queen Elizabeth II, who passed away in September 2022. To achieve the proposed objective, seven articles published on five Brazilian online portals were selected: Folha de S. Paulo, O Globo, Estadão, Revista Quem (from Grupo Globo), and UOL (from Grupo Folha), all of which addressed the public display of grief by the princess. Utilizing the French school of Discourse Analysis (DA) methodology, it was identified that childhood grief was represented through four different discursive formations: The Fragile Child, The Respected Child, The Protected Child, and The Renowned Child – the latter specifically related to a girl who is part of a notable family. As a result of the research, it is possible to assert that, in this case, journalism predominantly represented childhood grief in the form of a fragile child, but also with a strong presence of the renowned and respected child, with meanings that interconnect in various ways within the discourse.