Mulheres gestantes e o uso de substâncias psicoativas ilícitas : uma revisão integrativa

Abstract

Introdução: Por mais que tenha havido avanços em direção ao pensamento crítico sobre os papéis nas relações de gênero na sociedade, ainda é recorrente a carga de expectativas e julgamentos sobre as mulheres. Em se tratando de mulheres gestantes que fazem uso de substâncias psicoativas ilícitas, o tratamento dispensado a elas carrega um duplo julgamento – por serem mulheres e por serem gestantes usuárias de drogas. Objetivo: Analisar a produção científica sobre mulheres gestantes e o uso de substâncias psicoativas ilícitas (maconha, cocaína e crack) na realidade brasileira. Metodologia: Revisão de literatura do tipo integrativa. A busca foi realizada na plataforma da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), com descritores controlados, de novembro de 2022 a julho de 2023. Foi utilizada a estratégia PICo: P (população): gestantes; I (interesse): uso de substâncias psicoativas ilícitas; Co (contexto): no cenário de cuidado em saúde. Foram selecionados artigos que pudessem responder ao objetivo do estudo, conforme critérios de inclusão/exclusão e realizada a análise de conteúdo com base em Bardin. Resultados: O conteúdo das produções na área da saúde aborda preponderantemente a prevalência do uso de substâncias psicoativas por parte das mulheres gestantes e os efeitos orgânicos deste uso para o feto/bebê. As consequências psicossociais e legais que o uso de substâncias psicoativas por mulheres gestantes pode trazer, como perda da guarda dos filhos, foram pouco exploradas no conjunto dos estudos. Conclusão: De modo a qualificar o cuidado em saúde às mulheres gestantes usuárias de substâncias psicoativas, é preciso enfrentar desafios, como o julgamento moral por parte dos profissionais, em especial da área da saúde. Deve-se também aproveitar as potencialidades, como a motivação das mulheres para cessar o uso durante a gestação.

Introduction: Even though there have been advances towards critical thinking about the roles in gender relations in society, the burden of expectations and judgments about women is still recurring. When it comes to pregnant women who use illicit psychoactive substances, the treatment given to them carries a double judgment – because they are women and because they are pregnant drug users. Objective: To analyze scientific production on pregnant women and the use of illicit psychoactive substances (marijuana, cocaine and crack) in the Brazilian reality. Method: Integrative literature review, carried out on the Virtual Health Library (VHL) platform, in the Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) data-base, with controlled descriptors, from November 2022 to July 2023. The PICo strategy was used: P (population): pregnant women; I (interest): use of illicit psychoactive substances; Co (context): in the health care scenario. Articles that responded to the objective of the study were selected, according to inclusion/exclusion criteria and content analysis was carried out based on Bardin. Results: The content of productions in the health area predominantly addresses the prevalence of the use of psychoactive substances by pregnant women and the organic effects of this use on the fetus/baby. The psychosocial and legal consequences that the use of psychoactive substances by pregnant women can bring, such as loss of custody of their children, have been little explored in all the studies. Conclusion: In order to qualify health care for pregnant women who use psychoactive substances, it is necessary to face challenges, such as moral judgment on the part of professionals, especially in the health area. The potential must also be taken advantage of, such as women’s motivation to stop using it during pregnancy.

Introducción: Si bien ha habido avances hacia el pensamiento crítico sobre los roles en las relaciones de género en la sociedad, la carga de expectativas y juicios sobre las mujeres sigue siendo recurrente. Cuando se trata de mujeres embarazadas que consumen sustancias psico-activas ilícitas, el tratamiento que se les da conlleva un doble juicio – por ser mujeres y por ser embarazadas consumidoras de drogas. Objetivo: Analizar la producción científica sobre las mujeres embarazadas y el uso de sustancias psicoactivas ilícitas (marihuana, cocaína y crack) en la realidad brasileña. Método: Revisión integrativa de la literatura, realizada en la plata-forma Biblioteca Virtual en Salud (BVS), en la base de datos Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS), con descriptores controlados, de noviembre de 2022 a julio de 2023. Se utilizó la estrategia PICo: P (población): gestantes; I (interés): uso de sustan-cias psicoactivas ilícitas; Co (contexto): en el escenario asistencial. Se seleccionaron artículos que respondieran al objetivo del estudio, según criterios de inclusión/exclusión y se realizó análisis de contenido con base en Bardin. Resultados: El contenido de las producciones en el área de la salud aborda predominantemente la prevalencia del uso de sustancias psicoactivas por parte de las mujeres embarazadas y los efectos orgánicos de ese uso en el feto/bebé. Las consecuencias psicosociales y jurídicas que puede traer el consumo de sustancias psicoactivas por parte de mujeres embarazadas, como la pérdida de la custodia de sus hijos, han sido poco exploradas en todos los estudios. Conclusión: Para calificar la atención a la salud de mujeres embarazadas que consumen sustancias psicoactivas, es necesario enfrentar desafíos, como el juicio moral por parte de los profesionales, especialmente en el área de la salud. También hay que aprovechar el potencial, como la motivación de las mujeres para dejar de usarlo durante el embarazo.