Tratamento cirúrgico das IPMN : uma análise dos dados do HCPA no período entre 2000 e 2023
Visualizar/abrir
Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Assunto
Resumo
As lesões císticas do pâncreas incluem um espectro de doenças com comportamento biológico e patológico heterogêneos, com riscos variáveis de progressão para malignidade de acordo com o tipo de lesão. A maioria é assintomática e cerca de 70% são descobertas incidentalmente. O diagnóstico diferencial inclui cerca de 28 lesões, desde lesões benignas, como o cistadenoma seroso, cisto linfoepitelial e pseudocistos inflamatórios, cuja conduta não cirúrgica é a mais adequada; até lesões com potencial ...
As lesões císticas do pâncreas incluem um espectro de doenças com comportamento biológico e patológico heterogêneos, com riscos variáveis de progressão para malignidade de acordo com o tipo de lesão. A maioria é assintomática e cerca de 70% são descobertas incidentalmente. O diagnóstico diferencial inclui cerca de 28 lesões, desde lesões benignas, como o cistadenoma seroso, cisto linfoepitelial e pseudocistos inflamatórios, cuja conduta não cirúrgica é a mais adequada; até lesões com potencial maligno que requerem seguimento sistemático ou tratamento cirúrgico, como a neoplasia cística mucinosa e a neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN), além de lesões mais raras como os tumores sólidos pseudopapilares e tumores neuroendócrinos císticos. O aumento progressivo nos diagnósticos de lesões císticas do pâncreas vem se tornando cada vez mais evidente pelo uso generalizado dos exames de imagem e os avanços em imaginologia. À medida que cistos pancreáticos são descobertos incidentalmente em exames de imagem, a discriminação entre lesões benignas, pré-malignas ou malignas e a vigilância ideal para os pacientes vem se tornando um problema comum, demandando uma definição do grupo de pacientes que irão ter benefício no seguimento, pesando o equilibrio entre a prevenção do câncer de pâncreas através de exames de imagens seriados e a alta morbimortalidade associada à cirurga do pâncreas. Como regra, o tratamento das lesões císticas serosas nunca (ou muito raramente) está indicado, considerando que não se trata de lesão pré-maligna. Há casos de ressecção pancreática por cistadenoma seroso, relacionados principalmente a sintomas compressivos quando a lesão é muito volumosa, por exemplo. Já lesões císticas mucinosas devem sempre ser consideradas como passíveis de tratamento cirúrgico, sendo o Cistadenoma Mucinoso (ou Neoplasia Mucinosa Cística) e a IPMN de ducto principal e como os principais representantes desse grupo. Já as IPMN de ducto secundário têm progressão incerta para lesão invasiva, e seu manejo é mais complexo. Conforme o guideline mais recente da IAP (International Association of Pancreatology - Dez/2023), sinais e sintomas podem ser agrupados em Características preocupantes (Worrisome features - WF) ou Estigmas de Alto Risco (High Risk Stigmata - HR), e sua presença determina maior ou menor risco de malignização, e, portanto, necessidade de ressecção. O trabalho consiste em uma revisão retrospectiva dos casos de IPMN (tanto ducto principal quanto secundário e/ou misto) que foram submetidos a tratamento cirúrgico no HCPA no período de 01/01/2000 até 31/12/2023, e o principal desfecho foi a frequência de lesões “benignas” (ausência de displasia ou displasia de baixo grau) e “malignas” (displasia de alto grau e carcinoma) no anatomopatológicos. Os dados foram obtidos por meio de revisão de prontuário eletrônico e papel. A análise estatística foi realizada com auxílio do IBM-SPSS e os resultados foram comparados com dados de instituições de referência internacional da área da pancreatologia. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo.
Coleções
-
Ciências da Saúde (1515)
Este item está licenciado na Creative Commons License