Avaliação do impacto da última alteração para definição de sífilis congênita no diagnóstico, vigilância e monitoramento de crianças expostas à sífilis gestacional em coorte retrospectiva de uma capital no sul brasileiro
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Data
2024Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A sífilis congênita é decorrente da transmissão vertical do Treponema pallidum da gestante para o feto via transplacentária. Na vigilância epidemiológica, a definição de casos, a observação dos fatores de risco e o acompanhamento dos nascidos vivos visam o controle e a prevenção da doença. Objetivo geral : Avaliar o impacto da última alteração nos critérios epidemiológicos propostos pelo Ministério da Saúde brasileiro na sensibilidade e especificidade para diagnóstico de sífilis con ...
Introdução: A sífilis congênita é decorrente da transmissão vertical do Treponema pallidum da gestante para o feto via transplacentária. Na vigilância epidemiológica, a definição de casos, a observação dos fatores de risco e o acompanhamento dos nascidos vivos visam o controle e a prevenção da doença. Objetivo geral : Avaliar o impacto da última alteração nos critérios epidemiológicos propostos pelo Ministério da Saúde brasileiro na sensibilidade e especificidade para diagnóstico de sífilis congênita, na vigilância e no monitoramento dos casos Método : Estudo de coorte retrospectivo com dados secundários, analisando crianças expostas à sífilis na gestação de mães tratadas inadequadamente ou não tratadas nascidas no ano de 2018, em Porto Alegre (RS), considerando a última alteração nos critérios para diagnóstico de sífilis congênita que excluiu o tratamento do parceiro da adequação do tratamento materno. Assim, dividiu-se as crianças em dois grupos: o das que deixaram de ser notificadas em função da referida alteração, inseridas em um banco de dados para acompanhamento; e o das notificadas como sífilis congênita no Sistema de Informação de Agravos de Notificação conforme critérios atuais. Verificou-se a frequência e incidência dos casos, a clínica e o seguimento com realização de exames não treponêmicos e/ou treponêmicos após a idade de 18 meses para o encerramento dos casos. A partir dos desfechos, calculou-se a sensibilidade e a especificidade diagnóstica e os fatores de risco ou proteção para o desfecho. As variáveis quantitativas apresentaram-se por medidas de tendência central média, mediana e frequência; e dispersão, variabilidade e desvio padrão. Analisada a normalidade com testes para amostras paramétricas não-paramétricas. As variáveis categóricas foram comparadas pela independência de amostras independentes e pela heterogeneidade de proporções. Significância estatística p ≤ 0,05. As características sociodemográficas e assistenciais maternas e das crianças foram associadas independentemente com o desfecho por análise multivariada. A força das associações foi determinada por razão de chance e intervalo de confiança de 95%. A pesquisa iniciou após aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa, de acordo com a Resolução CNS 466/2012. Resultados : No período estudado (2018-2020), a incidência de nascidos vivos foi de 20 casos/1.000 NV enquanto 5,2 casos/1000 NV deixaram de ser notificados. A especificidade para a definição dos casos identificada foi de 96,7% (IC 95%: 90,67-99,31) e a sensibilidade, 64,10% (IC 95%: 58,84-69,13). Fatores de risco maternos sociodemográficos foram idade jovem, raça negra e baixa escolaridade; e assistenciais, o pré-natal não realizado, o baixo número de consultas de pré-natal, o diagnóstico materno tardio e a prematuridade. O VDRL reagente no líquor das crianças foi relacionado com a doença, enquanto o VDRL sanguíneo não reagente, com sua ausência. Conclusões : A atual definição de caso mostrou-se mais específica, reduzindo a incidência de sífilis congênita no ano de 2018. A baixa escolaridade materna e a prematuridade destacaram-se como maiores chances para o desfecho, e entre as crianças, e a falta de acompanhamento. Exame de VDRL não reagente ao nascer foi fator de proteção. ...
Abstract
Introduction : Congenital syphilis is caused by the vertical transmission of Treponema pallidum from the pregnant woman to the fetus via transplacental transmission. In epidemiological surveillance, the definition of cases, the observation of risk factors and the monitoring of live births are aimed at controlling and preventing the disease. General objective: To evaluate the impact of the latest change in the epidemiological criteria proposed by the Brazilian Ministry of Health on the sensitivi ...
Introduction : Congenital syphilis is caused by the vertical transmission of Treponema pallidum from the pregnant woman to the fetus via transplacental transmission. In epidemiological surveillance, the definition of cases, the observation of risk factors and the monitoring of live births are aimed at controlling and preventing the disease. General objective: To evaluate the impact of the latest change in the epidemiological criteria proposed by the Brazilian Ministry of Health on the sensitivity and specificity for diagnosing congenital syphilis, in surveillance and in monitoring cases. Method : Retrospective cohort study with secondary data, analyzing children exposed to syphilis during pregnancy of inadequately treated or untreated mothers born in 2018, in Porto Alegre (RS), considering the latest change in the criteria for diagnosing congenital syphilis that excluded partner treatment from the adequacy of maternal treatment. The children were divided into two groups: those who were no longer notified due to this change, who were entered into a database for follow-up, and those notified as congenital syphilis in the Notifiable Diseases Information System according to the current criteria. We checked the frequency and incidence of cases, the clinic and follow-up with non-treponemal and/or treponemal tests after the age of 18 months to close the cases. Based on the outcomes, the diagnostic sensitivity and specificity and the risk or protective factors for the outcome were calculated. The quantitative variables were presented using measures of central tendency, mean, median and frequency; and dispersion, variability and standard deviation. Normality was analyzed using tests for non-parametric parametric samples. Categorical variables were compared using the independence of independent samples and the heterogeneity of proportions. Statistical significance p ≤ 0.05. Maternal and child sociodemographic and care characteristics were independently associated with the outcome by multivariate analysis. The strength of the associations was determined by odds ratios and 95% confidence intervals. The research began after approval by the Research Ethics Committees, in accordance with CNS Resolution 466/2012. Results: In the period studied (2018-2020), the incidence of live births was 20 cases/1,000 LB while 5.2 cases/1,000 LB went unreported. The specificity for identifying cases was 96.7% (95% CI: 90.67-99.31) and the sensitivity was 64.10% (95% CI: 58.84-69.13). Sociodemographic maternal risk factors were young age, black race and low schooling; and care factors were poor prenatal care, low number of prenatal care visits, late maternal diagnosis and prematurity. Reactive VDRL in the children's cerebrospinal fluid was associated with the disease, while non-reactive blood VDRL was associated with its absence. Conclusions : The current case definition proved to be more specific, reducing the incidence of congenital syphilis in 2018. Low maternal schooling and prematurity stood out as greater chances for the outcome, and among children, lack of follow-up. A non-reactive VDRL test at birth was a protective factor. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.
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