Design para a permanência no lar na idade avançada : envelhecer em casa

Abstract

A população idosa no Brasil, em 2021, era 31,2 milhões de pessoas com 60 anos ou mais no país, o que representa cerca de 14,7% da população total. As pessoas acima dos 80 anos estão vivendo mais e cerca de um terço da população com esta faixa etária desfruta de condicionamento físico e mental. As dificuldades advindas da idade trazem problemas de adaptação ao ambiente, podendo tornar o idoso um ser isolado por barreiras de habitabilidade. Esta pesquisa visa encontrar um método de avaliação e reabilitação do espaço de moradia da pessoa idosa para prover maior Autonomia, Independência e Qualidade de vida (A.I.Q), na idade avançada. Aproximando áreas como a Arquitetura, o Design, a Gerontologia Ambiental e a Geriatria, pretende-se dar respostas ao envelhecimento no lar, a fim de evitar ou prorrogar a institucionalização do idoso. Ao pesquisar sobre a casa e o envelhecimento humano, verifica-se que este espaço assume importância primordial pois é o ambiente onde a pessoa idosa passa a maior parte do tempo. A partir da metodologia Design Science Direct foi desenvolvido um modelo de análise do ambiente residencial, originando construtos elencados em planilhas com itens de avaliação, que ao serem analisados por um grupo focal foram ajustadas para a aplicação em entrevistas estruturadas em pessoas idosas residentes em seu lar. Este modelo auxilia a estabelecer quais dispositivos podem compensar as incapacidades e reduções no desempenho sensorial. Os resultados encontrados apontaram para o significado da casa, que mantém as lembranças e estabelece ligação entre este espaço e as reações emocionais daquele que o habita, ou seja, para uma arquitetura significativa. O modelo de avaliação permite perceber quais condições devem ser mantidas e quais podem ser aprimoradas para que o ambiente seja um promotor da A.I.Q. e responda positivamente ao usuário.

In 2021, Brazil's elderly population, comprising individuals aged sixty and above, stood at 31.2 million, accounting for approximately 14.7% of the country's total population. Remarkably, a third of those over 80 maintain good physical and mental health, living longer lives. However, aging brings challenges that can lead to environmental adaptation issues, potentially resulting in isolation due to habitability barriers. This research seeks to develop an evaluation method for rehabilitating the living spaces of the elderly to enhance their Autonomy, Independence, and Quality of life (AIQ) in their later years. By integrating fields such as Architecture, Design, Environmental Gerontology, and Geriatrics, the study aims to provide solutions for aging at home, thereby preventing or delaying the institutionalization of the elderly. Given that the home is where the elderly spend most of their time, it is of primary importance when researching human aging. Utilizing the Design Science Direct methodology, an analysis model of the residential environment was developed. This model led to the creation of spreadsheets with criteria that were adjusted for application in structured interviews with elderly individuals living at home, following analysis by a focus group. The model aids in identifying which devices can compensate for disabilities and sensory performance reductions. The findings highlighted the significance of the home, which preserves memories and establishes an emotional connection between the space and its inhabitant, leading to meaningful architecture. The evaluation model helps identify which conditions should be preserved and which can be enhanced to ensure the environment promotes AIQ and positively responds to the user.