Efetividade de uma ferramenta eletrônica de estratificação de risco no contexto de intervenções multifacetadas para prevenção do tromboembolismo venoso em pacientes hospitalizados
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é uma condição clínica comum e potencialmente fatal em pacientes hospitalizados, sendo a terceira causa mais frequente de síndrome cardiovascular aguda no Mundo. Os eventos de TEV podem ser reduzidos através de uma avaliação de risco precisa e de tromboprofilaxia adequada proporcional ao respectivo risco. Apesar disso, as medidas preventivas para TEV são subutilizadas. Intervenções multifacetadas (eletrônicas, educativas, entre outras) podem ser mais e ...
Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é uma condição clínica comum e potencialmente fatal em pacientes hospitalizados, sendo a terceira causa mais frequente de síndrome cardiovascular aguda no Mundo. Os eventos de TEV podem ser reduzidos através de uma avaliação de risco precisa e de tromboprofilaxia adequada proporcional ao respectivo risco. Apesar disso, as medidas preventivas para TEV são subutilizadas. Intervenções multifacetadas (eletrônicas, educativas, entre outras) podem ser mais eficazes em melhorar o uso da profilaxia de TEV em comparação ao cuidado habitual que depende do comportamento do médico,. Objetivo: Avaliar a efetividade de uma ferramenta eletrônica de estratificação de risco no contexto de intervenções multifacetadas utilizadas na implementação do protocolo de profilaxia de TEV em pacientes adultos clínico/cirúrgicos internados no Hospital Moinhos de Vento. Metodologia: Estudo prospectivo tipo antes e depois, de base hospitalar. Foram incluídos 772 pacientes internados em unidades clínico/cirúrgicas de um hospital terciário na cidade de Porto Alegre, no período de 2017 a 2019, cuja permanência hospitalar foi maior que 48 horas. Foi implementado um instrumento eletrônico, para classificação dos pacientes quanto ao risco de eventos de TEV durante a internação, fundamentado no modelo de classificação de risco de Maynard. Os escores de Pádua e Caprini foram utilizados como referências para classificação de risco dos pacientes clínicos e cirúrgicos, respectivamente. Considerou-se profilaxia adequada aquela que estava de acordo com o protocolo e com as recomendações institucionais. Resultados: Dos 772 pacientes clínico/cirúrgicos incluídos, 50,5% foram inseridos na fase 1 e 49,5% na fase 2 deste estudo. A mediana da idade foi de 62 anos (intervalo interquartílico 46 a 76 anos) e o gênero feminino foi o predominante (59,8%). O grupo do paciente foi clínico em 44,1%, cirúrgico ortopédico em 28,1% e cirúrgico não ortopédico em 27,8%, não havendo diferença entre as fases. Considerando os escores de referência, a maioria dos pacientes foi classificada como risco alto de TEV em todos os grupos, sendo no pacientes clínicos em 63,2%, cirúrgicos ortopédicos em 96,8% e cirúrgicos não ortopédicos em 87,9%. Pela classificação de Maynard os pacientes foram classificados como risco baixo 0,9%, intermediário em 76,4% e alto em 22,7%. O modelo de Maynard indicou a classificação predominante de risco alto no grupo cirúrgico ortopédico (91.8%), enquanto que a classificação de risco intermediário foi mais frequente nos grupos clínico (97.6%) e cirúrgico não ortopédico (96.4%), divergindo dos resultados estratificados nas escalas de Pádua e Caprini para cirúrgicos não ortopédicos. Profilaxia adequada conforme a estratificação de risco foi realizada em 69,3%, não havendo diferença entre as fases. A adequação profilática nos grupos cirúrgicos em ambas as fases mostraram-se superiores aos pacientes clínicos, sendo nos clínicos 54,7% e 59,4%, cirúrgicos ortopédicos 90,0% e 76,9% e cirúrgicos não ortopédicos 70,9% e 77,9%, nas fases 1 e 2, respectivamente. Nos pacientes cirúrgicos ortopédicos houve aumento estatisticamente significativo na inadequação da prescrição de profilaxia para TEV (p=0,02). Conclusão: A maioria dos pacientes clínicos e cirúrgicos hospitalizados apresenta classificação de alto risco de TEV. A estratégia de risco proposta por Maynard classificou adequadamente pacientes de baixo risco, mas identificou erroneamente muitos pacientes como de risco intermediário ao invés de risco alto quando comparados aos modelos de risco de referência (Caprini e Pádua), sobretudo no grupo de pacientes cirúrgicos ortopédicos. Adicionalmente, a implantação de uma ferramenta eletrônica no contexto de intervenções multifacetadas não melhorou a adequação da profilaxia em pacientes clínicos e cirúrgicos hospitalizados. ...
Abstract
Introduction: Venous thromboembolism (VTE) is a common and potentially fatal clinical condition in hospitalized patients and is the third most common cause of acute cardiovascular syndrome in the world. VTE events can be reduced through accurate risk assessment and appropriate thromboprophylaxis proportionate to the respective risk. Despite this, preventive measures for VTE are underused. Multifaceted interventions (electronic, educational, among others) may be more effective in improving VTE p ...
Introduction: Venous thromboembolism (VTE) is a common and potentially fatal clinical condition in hospitalized patients and is the third most common cause of acute cardiovascular syndrome in the world. VTE events can be reduced through accurate risk assessment and appropriate thromboprophylaxis proportionate to the respective risk. Despite this, preventive measures for VTE are underused. Multifaceted interventions (electronic, educational, among others) may be more effective in improving VTE prophylaxis use than usual care that depends on the physician's behavior. Objective: To evaluate the effectiveness of an electronic risk stratification tool in the context of multifaceted interventions used in implementing the VTE prophylaxis protocol in adult clinical/surgical patients admitted to Hospital Moinhos de Vento. Methodology: This is a prospective, hospital-based before-and-after study. Seven hundred seventy-two patients admitted to clinical/surgical units of a tertiary hospital in Porto Alegre from 2017 to 2019 whose hospital stays were longer than 48 hours were included. An electronic instrument was implemented to classify patients regarding the risk of VTE events during hospitalization based on the Maynard risk classification model. The Padua and Caprini scores were used as references for the risk classification of clinical and surgical patients, respectively. Prophylaxis was considered adequate if it was by the protocol and institutional recommendations. Results: Of the 772 clinical/surgical patients, 50.5% were included in Phase 1 and 49.5% in Phase 2 of this study. The median age was 62 years (interquartile range 46 to 76 years), and the female gender was predominant (59.8%). The patient group was clinical in 44.1%, orthopedic surgical in 28.1%, and non-orthopedic surgical in 27.8%, with no difference between the phases. Considering the reference scores, most patients were classified as high risk of VTE in all groups, with clinical patients at 63.2%, orthopedic surgical patients at 96.8%, and non-orthopedic surgical patients at 87.9%. According to the Maynard classification, patients were classified as low risk at 0.9%, intermediate at 76.4%, and high at 22.7%. The Maynard model indicated the predominant high-risk classification in the orthopedic surgical group (91.8%). In comparison, the intermediate risk classification was more frequent in the clinical (97.6%) and non-orthopedic surgical (96.4%) groups, diverging from the stratified results on the Padua and Caprini scales for non-orthopedic surgeries. Adequate prophylaxis according to risk stratification was carried out in 69.3%, with no difference between phases. Prophylactic adequacy in surgical groups in both phases was superior to clinical patients, with clinical patients at 54.7% and 59.4%, orthopedic surgical groups at 90.0% and 76.9%, and non-orthopedic surgical groups at 70.9% and 77.9%, in phases 1 and 2, respectively. In orthopedic surgical patients, there was a statistically significant increase in the inadequacy of VTE prophylaxis prescription (p=0.02). Conclusion: The majority of hospitalized clinical and surgical patients are classified as high risk for VTE. The risk strategy proposed by Maynard adequately classified low-risk patients but incorrectly identified many patients as intermediate risk instead of high risk compared to reference risk models (Caprini and Pádua), especially in orthopedic surgical patients. Additionally, implementing an electronic tool in the context of multifaceted interventions did not improve the adequacy of prophylaxis in hospitalized clinical and surgical patients. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas.
Coleções
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Ciências da Saúde (9085)Pneumologia (501)
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