Análise de aspectos clínicos, demográficos e histopatológicos em pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide com metástases à distância
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Data
2024Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
O carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) geralmente segue um curso indolente, mas o diagnóstico de metástases à distância representa uma virada crítica na trajetória do paciente, influenciando as estratégias terapêuticas e o prognóstico geral. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas e tumorais de pacientes com metástases à distância por CDT. Exploramos os fatores de risco para refratariedade ao radioiodo (RAI), progressão e sobrevida, a partir da revisão de uma c ...
O carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) geralmente segue um curso indolente, mas o diagnóstico de metástases à distância representa uma virada crítica na trajetória do paciente, influenciando as estratégias terapêuticas e o prognóstico geral. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas e tumorais de pacientes com metástases à distância por CDT. Exploramos os fatores de risco para refratariedade ao radioiodo (RAI), progressão e sobrevida, a partir da revisão de uma coorte de pacientes com CDT, em dois centros de referência no Sul do Brasil. Foram incluídos pacientes com idade ≥18 anos no momento do diagnóstico de CDT, com metástases à distância identificadas na avaliação inicial ou durante o seguimento. Dos 1.872 pacientes com CDT, foram incluídos 154 (69,5% mulheres), com idade média ao diagnóstico de 55,9 ±15 anos. O tempo médio de seguimento foi de 85,5 meses. Oitenta e oito pacientes (57,1%) apresentavam câncer papilar, 39 (25,3%) câncer folicular, 22 (14,3%) carcinoma oncocítico (CO) e 5 (3,2%) câncer pouco diferenciado de tireoide. Destes, 83 (53,9%) apresentavam metástases pulmonares, 14 (9,1%) metástases ósseas, 46 (29,9%) metástases pulmonares e ósseas e 11 (7,1%) em outros locais. Todos os pacientes foram submetidos à tireoidectomia total, exceto três (1,9%) considerados inoperáveis. A radioiodoterapia foi utilizada em 143 pacientes (92,9%), com dose total mediana de 300 mCi. Oitenta e sete casos (61,3%) foram classificados como CDT refratário ao radioiodo (RR), 53 (60,9%) identificados por não captação de RAI. Idade ao diagnóstico ≥ 55 anos, invasão extratireoidiana, histologia agressiva incluindo CO, estadiamento TNM8 III/IV, metástases pulmonares e ósseas e grande volume de doença metastática foram fatores de risco para CDT-RR. Esses fatores de risco também foram associados à progressão, desfecho em 57,1% dos pacientes. O prognóstico foi pior em pacientes com metástases refratária ao radioiodo, com uma taxa de sobrevida em 10 anos de 71,1% em pacientes com doença iodorrefratária e 83,3% em pacientes com doença iodossensível. Notavelmente, os pacientes com metástases à distância identificadas durante o seguimento (32,5%) foram mais classificados como CDT-RR e com progressão estrutural, sendo um fator prognóstico independente para progressão. A taxa de sobrevida em 10 anos foi de 97,1% em pacientes que não tiveram progressão e de 59,4% em pacientes com progressão da doença metastática. O presente estudo contribui para ampliar o conhecimento sobre a evolução clínica de pacientes com CDT metastático, destacando a importância de detectar precocemente o envolvimento metastático, especialmente em pacientes com alto risco de refratariedade à radioiodo e progressão. ...
Abstract
Differentiated thyroid carcinoma (DTC) often follows an indolent course, but the diagnosis of distant metastases represents a critical turning point in the trajectory of the patient, influencing therapeutic strategies and the general prognosis. The objective of this study was to evaluate the clinical and tumor features of patients with distant metastases from DTC. We explored the risk factors for radioiodine (RAI) refractoriness, progression, and survival in a cohort review of DTC patients in t ...
Differentiated thyroid carcinoma (DTC) often follows an indolent course, but the diagnosis of distant metastases represents a critical turning point in the trajectory of the patient, influencing therapeutic strategies and the general prognosis. The objective of this study was to evaluate the clinical and tumor features of patients with distant metastases from DTC. We explored the risk factors for radioiodine (RAI) refractoriness, progression, and survival in a cohort review of DTC patients in two reference centers in Southern Brazil. Patients aged ≥18 years at the time of DTC diagnosis with distant metastases identified at the initial evaluation or follow-up were included. Out of 1872 patients with DTC, 154 (69.5% women) were included, with mean age at diagnosis of 55.9 ±15 years. The median follow-up time was 85.5 months. Eighty-eight patients (57.1%) had papillary cancer, 39 (25.3%) had follicular cancer, 22 (14.3%) oncocytic carcinoma (OC) and 5 (3.2%) had poorly differentiated thyroid cancer. Of these, 83 (53.9%) had lung metastases, 14 (9.1%) had bone metastases, 46 (29.9%) had lung and bone metastases, and 11 (7.1%) had metastases to other sites. All patients underwent total thyroidectomy except for three (1.9%) who were considered inoperable. RAI was used in 143 patients (92.9%), with a median total dose of 300 mCi. Eighty-seven cases (61.3%) were classified as radioiodine-refractory (RR)-DTC and 53 (60.9%) were identified as having no RAI uptake. Age at diagnosis ≥ 55 years, extrathyroidal invasion, aggressive histology including OC, TNM8 III/IV staging, lung and bone metastases and large volume of disease were risk factors for RR-DTC. These risk factors have also been associated with disease progression, with an outcome of 57.1% of patients. The prognosis was worse in patients with iodine-refractory metastases, with a survival rate of 10 years of 71.1% in iodorefractory patients, and 83.3% in iodosensitive patients. Notably, patients with distant metastases discovered during follow-up (32.5%) were classified as having DTC-RR and with structural progression, being an independent prognostic factor for the progression of distant metastases. The 10-year survival rate was 97.1% in patients without disease progression and 59.4% in patients with metastatic disease progression. The present study contributes to expanding the knowledge about the clinical evolution of patients with metastatic DTC, highlighting the importance of detecting early metastatic involvement, especially in patients at high risk of RAI refractoriness and metastatic disease progression. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia.
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