Monitorização ambulatorial da pressão arterial e relação com complicações vasculares em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 : revisão sistemática e metanálise
Fecha
2024Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
Cerca de um terço dos pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) apresenta hipertensão arterial sistêmica (HAS), fator de risco bem estabelecido para complicações micro e macrovasculares nessa população. HAS também é um fator de risco para doença cardiovascular, a principal causa de morte entre pacientes com diabetes. Alterações pressóricas são comuns em pacientes com diabetes e podem indicar o desenvolvimento de complicações. No entanto, as medidas pressóricas apenas de consultório podem não ...
Cerca de um terço dos pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) apresenta hipertensão arterial sistêmica (HAS), fator de risco bem estabelecido para complicações micro e macrovasculares nessa população. HAS também é um fator de risco para doença cardiovascular, a principal causa de morte entre pacientes com diabetes. Alterações pressóricas são comuns em pacientes com diabetes e podem indicar o desenvolvimento de complicações. No entanto, as medidas pressóricas apenas de consultório podem não identificar alterações precoces na homeostase pressórica. A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) em 24 horas oferece informações sobre mais parâmetros e padrões pressóricos, permitindo melhor predição de desfechos cardiovasculares a longo prazo. O objetivo dessa dissertação foi avaliar o papel da MAPA como possível fator preditor de desfechos micro e macrovasculares em paciente com DM1 ainda normotensos, através da realização de revisão sistemática com metanálise de estudos de coorte. Foram encontrados 364 artigos (Embase: 187, Lilacs: 3, PubMed: 111, Web Of Science: 63), sendo 49 duplicados. Após análise de títulos e resumos, restaram 24 artigos para leitura completa. Destes, 6 se enquadraram nos critérios de inclusão. Foi encontrado mais 1 artigo por busca manual nas referências dos incluídos. Nos 7 estudos incluídos, o número total de participantes foi de 635, média de idade de 25,8 ± 6,2 anos, 57,5% homens, tempo médio de diabetes de 11,8 ± 5,3 anos, hemoglobina glicada (HbA1c) média 8,5% ± 1,6 e tempo de seguimento médio em torno de 4,2 anos. Medidas mais baixas de pressão arterial (PA) sistólica noturna – medida de diferença (MD) -4,37 mmHg (IC 95% -6,96; -1,79, p=0,0009, I² 30%) e PA diastólica noturna MD -3,97 mmHg (IC 95% -5,85; -2,10, p<0,0001, I² 0%,) - foram associadas à menor incidência de albuminúria. Em relação ao desfecho ocular, pacientes que não progrediram apresentaram níveis mais baixos de PA diastólica noturna - MD -3,62 mmHg (IC 95% -7,18; -0,06, p=0,042, I² 0%), PA diastólica diurna - MD -2,69 mmHg (IC 95% -4,84; -0,55, p=0,0138, I² 0%) - e de PA diastólica em 24h - MD -3,65 mmHg (IC 95% -6,56; -0,75, p=0,037, I² 0%). Não foram encontrados estudos com avaliação de desfechos macrovasculares nem de neuropatia. Em conclusão, padrões pressóricos identificadas pela MAPA em pessoas com DM1 ainda normotensas em consultório foram associadas com risco de desenvolvimento de nefropatia e desenvolvimento ou progressão de retinopatia. ...
Abstract
Approximately one third of patients with type 1 diabetes mellitus (T1DM) have systemic arterial hypertension (SAH), a well-established risk factor for micro and macrovascular complications in patients with diabetes. SAH is also a risk factor for cardiovascular disease, the main cause of death in patients with diabetes. Blood pressure changes are common in patients with diabetes and may indicate the development of complications. However, office blood pressure measurements alone may not identify ...
Approximately one third of patients with type 1 diabetes mellitus (T1DM) have systemic arterial hypertension (SAH), a well-established risk factor for micro and macrovascular complications in patients with diabetes. SAH is also a risk factor for cardiovascular disease, the main cause of death in patients with diabetes. Blood pressure changes are common in patients with diabetes and may indicate the development of complications. However, office blood pressure measurements alone may not identify early changes in blood pressure homeostasis. 24-hour ambulatory blood pressure monitoring (ABPM) offers information on more parameters and blood pressure patterns, allowing better prediction of long-term cardiovascular outcomes. The objective of this study was to evaluate the role of ABPM as a predictor of micro and macrovascular outcomes in normotensive T1DM patients, through a systematic review with meta-analysis of cohort studies. 364 articles were found (Embase 187, Lilacs 3, PubMed 111, Web Of Science 63), 49 of which were duplicates. After analyzing titles and abstracts, 24 articles remained for complete reading. Of these, 6 met the inclusion criteria. One more article was found by manual search in the references of those included. In the 7 included studies, the total number of participants was 635, average age 25.8 ± 6.2 years, 57.5% men, average diabetes duration 11.8 ± 5.3 years, average hemoglobin A1c (HbA1c) 8.5% ± 1.6, average follow-up time around of 4.2 years. Lower nighttime systolic blood pressure (BP) measurements – difference measurement (MD) -4.37 mmHg (95%CI -6.96; -1.79, p 0.0009, I² 30%) and nighttime diastolic BP MD -3, 97 mmHg (95%CI -5.85; -2.10, p <0.0001, I² 0%) – were associated with lower incidence of albuminuria. Regarding the ocular outcome, patients who did not progress were those who had lower levels of nocturnal diastolic BP - MD -3.62 mmHg (95%CI -7.18; -0.06, p 0.042, I² 0%), daytime diastolic BP - MD -2.69 mmHg (95%CI -4.84; -0.55, p 0.0138, I² 0%) and 24-hour diastolic BP - MD -3.65 mmHg (95% CI -6.56; -0.75, p 0.037, I² 0%). No studies were found evaluating macrovascular outcomes neither neuropathy. In conclusion, blood pressure changes identified by ABPM in normotensive people with T1DM were associated with the risk of developing nephropathy and development or progression of retinopathy. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia.
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