Comparação entre custo orçado e realizado em uma obra de condomínio de lotes

Abstract

A elaboração de orçamentos e composições de custos desempenham um papel crucial na condução bem-sucedida de empreendimentos imobiliários, influenciando diretamente no resultado financeiro da empresa e na eficácia da obra. Diversas metodologias são empregadas para essa finalidade, desde as que se baseiam em valores paramétricos, como o CUB (Custo Unitário Básico), uma referência utilizada para estimar custos de construção baseados em valores por metro quadrado, até as mais analíticas, como o SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), que oferece informações detalhadas sobre custos e índices do setor. Nesse contexto, este estudo, apresentado em formato de relatório técnico, propõe um comparativo entre uma composição de custos baseada nos dados do SINAPI e um método simplificado de composição de custos elaborado por uma empresa durante a construção de um condomínio de lotes em Viamão, no Rio Grande do Sul. Esta comparação, por sua vez, foi analisada junto aos custos reais incorridos na obra. Em virtude da sua complexidade, a análise concentrou-se nos serviços de maior impacto financeiro, conforme curva ABC do empreendimento: pavimentação, rede de drenagem, esgoto, rede de água fria, movimentação de terra e rede elétrica. As composições de custos foram inicialmente desenvolvidas com base em ambos os métodos, com ajustes no modelo simplificado baseados nas práticas da empresa, em seguida os custos reais foram extraídos dos dados armazenados pela obra e validados pela equipe técnica para mitigar possíveis imprecisões. Os resultados revelaram divergências significativas entre ambas composições de custos e os custos incorridos na obra. O SINAPI proporcionou a previsão mais adequada para a pavimentação, rede de água fria e movimentação de terra, com variações de 4,14%, 1,59% e 62,28%, respectivamente. Por outro lado, na rede de drenagem e esgoto, o método simplificado demonstrou maior assertividade, com variações de 62,15% e 141,78%, ou seja, o valor incorrido em obra esteve inferior a ambos, tanto na mão de obra quanto no custo de insumos. Para a rede elétrica, devido a limitações nos insumos do SINAPI não foi possível traçar um comparativo direto entre os métodos. Ao final, o estudo analisou outros aspectos que ultrapassam a avaliação somente do custo do insumo, incluindo ajustes no controle de dados, quantidade de insumos e métodos de execução, visando proporcionar sugestões para obras futuras.