A projeção das potências do Oriente Médio no Chifre Africano os casos do Irã, Israel, Turquia e Arábia Saudita (2001-2021)
Fecha
2024Autor
Nivel académico
Doctorado
Tipo
Materia
Resumo
Entre 2001 e 2011, o processo de securitização da região do Oriente Médio resultou na desestabilização regional, que vinculada a transformações domésticas, levaram ao aumento da competição entre os Estados. Essa desestabilização também esteve relacionada a uma nova dinâmica internacional do médio oriente concretizada ao longo dos anos, devido a presença de atores tais como China e Rússia, além da incapacidade dos Estados Unidos de resolverem os conflitos na região. Esse processo de desestabiliz ...
Entre 2001 e 2011, o processo de securitização da região do Oriente Médio resultou na desestabilização regional, que vinculada a transformações domésticas, levaram ao aumento da competição entre os Estados. Essa desestabilização também esteve relacionada a uma nova dinâmica internacional do médio oriente concretizada ao longo dos anos, devido a presença de atores tais como China e Rússia, além da incapacidade dos Estados Unidos de resolverem os conflitos na região. Esse processo de desestabilização foi aprofundado a partir da Primavera Árabe de 2011, devido ao aumento do grau de insegurança e incerteza gerada. Esse processo de crescente desestabilização do Oriente Médio teve relação na mudança qualitativa da projeção de Arábia Saudita, Irã, Israel e Turquia para o Chifre da África. Composto por Djibuti, Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão e Sudão do Sul, o Chifre é uma sub região de grande importância estratégica devido a sua proximidade a rotas do comércio mundial. Desse modo, o objetivo geral da presente tese consiste em analisar o processo no qual a nova realidade geopolítica das potências médio-orientais transformou a região do Chifre em espaço de projeção entre 2001 e 2021. O trabalho parte da hipótese de que: (1) as mudanças geopolíticas no Oriente Médio, desencadeadas pela falha estratégia norte-americana da Guerra ao Terror, resultaram na desestabilização regional devido à maior competição desencadeada. Esse nível de desestabilização regional foi aprofundado após a Primavera Árabe devido ao aumento da insegurança regional dos regimes, e do cenário de incertezas e competição resultante. Tanto o processo de securitização da Guerra ao Terror, quanto os conflitos da Primavera Árabe, abarcaram o Chifre da África, conectando a sub-região africana nessas dinâmicas médio-orientais. Como resultado, elevou-se a percepção da importância geoestratégica dos Estados do Chifre para as potências médio-orientais; (2) desde 2001 a nova dinâmica sistêmica do Oriente Médio vem sendo caracterizada pela perda de espaço dos Estados Unidos, em grande parte por suas estratégias terem trazido maior instabilidade regional, e pelo crescimento da participação de outros atores externos como China e Rússia, os quais têm representado uma oportunidade de alinhamento e inserção externa. Assim como no Chifre da África, essa nova dinâmica internacional tem se refletido nas correlações de força, abrindo espaços e oportunidades de atuação para a projeção de Irã, Arábia Saudita, Israel e Turquia para o Chifre da África; (3) as transformações domésticas vivenciadas por estes países entre 2001 e 2021, tais como mudanças de governo, situação econômica e perspectiva securitária, tiveram relação com a projeção para o Chifre da África na medida em que resultaram nas diferentes condições de projeção, nas estratégias adotadas, bem como na intensidade de atuação no Chifre. Quanto à estrutura metodológica do trabalho, este caracterizou-se por um estudo qualitativo e histórico, no qual foram utilizadas fontes de pesquisa bibliográficas e dados quantitativos para apoiar a argumentação. Entende-se que a análise da projeção dessas potências contribui para o entendimento das transformações da geopolítica africana e médio-oriental, bem como do sistema internacional em transição. ...
Abstract
Between 2001 and 2011, the securitization process in the Middle East resulted in the destabilization of the region, which connected to domestic transformations, led to the rising of competition among states. This destabilization was also related to the new international dynamics of the Middle East constructed though the years, due to the presence of actors such as China and Russia, as well as the United States’ incapacity to solve the conflicts of the region. The Arab Spring of 2011 deepened th ...
Between 2001 and 2011, the securitization process in the Middle East resulted in the destabilization of the region, which connected to domestic transformations, led to the rising of competition among states. This destabilization was also related to the new international dynamics of the Middle East constructed though the years, due to the presence of actors such as China and Russia, as well as the United States’ incapacity to solve the conflicts of the region. The Arab Spring of 2011 deepened this destabilization process by increasing insecurity and uncertainty. The escalating instability of the Middle East is intertwined with the qualitative change of Saudi Arabia, Iran, Israel, and Turkey’s projections to the Horn of Africa. Comprising Djibouti, Ethiopia, Eritrea, Somalia, Sudan, and South Sudan, the Horn is an African sub-region of great geostrategic importance due to its proximity to international commercial routes. In this sense, the main goal of this thesis consists in analyzing the process in which the new geopolitical reality of Middle Eastern countries transformed the Horn region in a space of projection between 2001 and 2021. The adopted hypothesis is that: (1) Geopolitical changes in the Middle East resulting from the flawed American War on Terror strategy led to regional destabilization due to heightened competition. The Arab Spring deepened this regional destabilization, driven by the insecurities of regional regimes and resulted uncertainty. Both the securitization process of the War on Terror, as well as the Arab Spring conflicts reached the Horn of Africa, integrating the African sub region into these Middle Eastern dynamics. As a result, the perception of Middle East powers increasingly recognized the geostrategic importance of the Horn states; (2) Since 2001, the new systemic reality of the Middle East is characterized by the diminishing influence of the United States, largely due to strategies causing more regional instability, and by the increasing involvement of other external actors, such as China and Russia, which represented an opportunity of alignment and external projection. As happened in the Horn of Africa, this new international dynamic has been reflecting the correlation of forces, opening spaces and opportunities of action for the projection of Iran, Saudi Arabia, Israel and Turkey to the Horn of Africa; (3) The domestic transformations experienced by these countries between 2001 and 2021, such as changes of government, economic conditions and security perspective are closely linked to the projections onto the Horn. These transformations resulted in varying conditions of insertion, adopted strategies, and the intensity of action in the Horn. Concerning the thesis’ methodological structure, it is characterized by a qualitative and historical study, utilizing bibliographical research sources and quantitative data to support the argumentation. The analysis of the Middle Eastern powers’ projection contributes to the understanding of African and Middle Eastern geopolitical transformation, as well as the international system in transition. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política.
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