Hipoatividade detrusora : desafios do diagnostico ao manejo cirurgico
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Data
2024Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Assunto
Resumo
Contexto: A hipoatividade detrusora (DU, detrusor underactivity) é uma causa bastante frequente de sintomas do trato urinário inferior (LUTS, Lower Urinary Tract Symptoms), porém ainda carece de mais estudos para sua melhor compreensão. Objetivo: Revisar e sintetizar as definições, epidemiologia, etiologia, métodos diagnósticos, sinais e sintomas e opções de tratamento para a hipoatividade detrusora. Métodos: A pesquisa de artigos científicos foi realizada com base no banco de dados do PubMed. ...
Contexto: A hipoatividade detrusora (DU, detrusor underactivity) é uma causa bastante frequente de sintomas do trato urinário inferior (LUTS, Lower Urinary Tract Symptoms), porém ainda carece de mais estudos para sua melhor compreensão. Objetivo: Revisar e sintetizar as definições, epidemiologia, etiologia, métodos diagnósticos, sinais e sintomas e opções de tratamento para a hipoatividade detrusora. Métodos: A pesquisa de artigos científicos foi realizada com base no banco de dados do PubMed. Os termos utilizados para busca foram: “detrusor underactivity”, “underactive bladder”, "bladder underactivity", “hypotonic bladder”, "bladder outlet obstruction”, “benign prostate hyperplasia”, “LUTS”, "transurethral resection of the prostate (TURP)", "holmium laser enucleation of the prostate (HoLEP)". Síntese das Evidências: Embora seja uma causa comum de LUTS, a DU permanece como uma das disfunções miccionais menos compreendidas e pesquisadas. Está presente em 9-48% dos homens em investigação de LUTS de etiologia não-neurogênica. Em muitos casos, os sintomas da DU são semelhantes aos da obstrução infravesical (OIV), o que torna o estudo urodinâmico um exame invasivo necessário para o diagnóstico preciso. A DU está ligada ao envelhecimento, porém existem múltiplas etiologias envolvidas, afetando a função miogênica e os mecanismos de controle neural, bem como as inervações eferentes e aferentes. O manejo da DU visa melhorar a eficiência miccional, a redução do resíduo pós-miccional e a prevenção de infecção do trato urinário inferior/deterioração do trato urinário superior. Terapia medicamentosa com agentes parassimpaticomiméticos e inibidores da colinesterase possuem resultados pobres. Intervenções cirúrgicas variam desde a aplicação de toxina botulínica tipo A no esfíncter uretral espástico à neuromodulação sacral, com destaque principal para a ressecção transuretral da próstata. A seleção criteriosa dos pacientes candidatos ao tratamento cirúrgico é imperiosa e a análise de fatores preditores de sucesso pode ser de grande auxílio. Conclusão: A DU apresenta desafios desde o diagnóstico até o manejo cirúrgico. A ambiguidade na definição e a sobreposição de sintomas dificultam sua identificação, tornando-a subnotificada. Frente à ausência de avanços no âmbito da terapia medicamentosa, maior empenho às novas linhas de pesquisa deve ser incentivado, sem abdicar da busca por fatores preditores de sucesso de intervenções cirúrgicas. Em resumo, a DU demanda abordagem multidisciplinar e pesquisa contínua para aprimorar diagnóstico e tratamento, visando melhor qualidade de vida aos pacientes. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Urologia.
Coleções
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Ciências da Saúde (1509)
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