O Limite bashkiriano-moscoviano determinado por novas ocorrências de conodontes na Formação Itaituba, Grupo Tapajós, Bacia do Amazonas, Brasil : implicações em multitaxonomia e biocronoestratigrafia

Abstract

Durante o Pensilvaniano - Permiano inferior houve deglaciação do Gondwana isso é marcado na Bacia do Amazonas região norte do Brasil, através da sedimentação da sequência transgressiva-regressiva compreendida nos carbonatos marinhos do Grupo tapajós. Nessa sequência, os depósitos carbonáticos marinhos fossilíferos da Formação Itaituba representam um mar epicontinental de águas calmas e quentes, os quais preservaram faunas abundantes e diversificadas de conodontes, importantes microfósseis marinhos utilizados para determinação de idade e correlações estratigráficas mundiais. Neste trabalho foram estudados conodontes coletados em uma seção de carbonatos da Formação Itaituba, denominada BAS 1, na Mineradora ITACIMPASA, plataforma sul da Bacia do Amazonas. Foram identificados oito gêneros e dezenove espécies: Declinognathodus, Idiognathoides, Idioprioniodus, Idiognathodus, Neognathodus, Hindeodus, Adetognathus e Diplognathodus. Foi possível observar duas associações de conodontes com espécies guias marcadoras do limite Bashkiriano-Moscoviano na Bacia do Amazonas. Idiognathodus incurvus, Declinognathodus marginodosus, Neognathodus atokaensis, Adetognathus lautus e A. spathus são marcadores do Bashkiriano final, e Declinognathodus donetzianus, Idiognathoides postsulcatus, Diplognathodus ellesmerensis marcam o Moscoviano inicial. Foram identificadas duas biozonas: a Zona Declinognathodus marginodosus/Neognathodus atokaensis (Bashkiriano final) e a Zona Declinognathodus donetzianus/Diplognathodus ellesmerensis (Moscoviano inicial). Ainda, foi possível identificar pela primeira vez a ocorrência de diferentes elementos ramiformes de Idioprioniodus conjunctus o que possibilitou o registro e a proposição do primeiro aparelho multielementar de Idioprioniodus na Bacia do Amazonas. A fauna descrita, o reconhecimento do aparelho de Idioprioniodus e o estabelecimento das biozonas contribuem significativamente para o refinamento biocronoestratigráfico do Pensilvaniano no Oeste do Gondwana.

During the Pennsylvanian - Lower Permian, deglaciation of Gondwana occurred, and this is evident in the Amazonas Basin, located in the northern region of Brazil, through the sedimentation of the transgressive-regressive sequence found within the marine carbonates of the Tapajós Group. In this sequence, the fossiliferous marine carbonate deposits of the Itaituba Formation represent an epicontinental sea of calm and warm waters. Which preserved abundant and diversified faunas of conodonts, important marine microfossils used for age determination and global stratigraphic correlations. In this study, conodonts collected from a carbonate section of the Itaituba Formation, designated as BAS 1, in the ITACIMPASA Mine, southern platform of the Amazonas Basin, were examined. Eight genera and nineteen species were identified: Declinognathodus, Idiognathoides, Idioprioniodus, Idiognathodus, Neognathodus, Hindeodus, Adetognathus, and Diplognathodus. It was possible to observe two conodont assemblages with guide species for the Bashkirian-Moscovian boundary in the Amazonas Basin. Idiognathodus incurvus, Declinognathodus marginodosus, Neognathodus atokaensis, Adetognathus lautus, and A. spathus mark the late Bashkirian, while Declinognathodus donetzianus, Idiognathoides postsulcatus, Diplognathodus ellesmerensis characterize the early Moscovian. Two biozones were identified: the Declinognathodus marginodosus/Neognathodus atokaensis Zone (late Bashkirian) and the Declinognathodus donetzianus/Diplognathodus ellesmerensis Zone (early Moscovian). Furthermore, it was possible to identify, for the first time, the occurrence of different ramiform elements of Idioprioniodus conjunctus, enabling the recording and proposition of the first multi-element apparatus of Idioprioniodus in the Amazonas Basin. The described fauna, the recognition of the Idioprioniodus apparatus, and the establishment of biozones significantly contribute to the biochronostratigraphic refinement of the Pennsylvanian in the Western Gondwana.