As dinâmicas da modernidade e da italianidade na representação cultural da região colonial da região colonial italiana do Rio Grande do Sul

Abstract

Esta Tese tem por objetivo analisar as relações entre a Modernidade e a Italianidade expressa na região colonial italiana do Estado do Rio Grande do Sul, a partir do final do século XIX. A imigração de camponeses italianos veio ocupar as terras devolutas localizadas nas encostas montanhosas da serra gaúcha, concedidas pelo então governo imperial brasileiro para a colonização. Na bagagem, estes camponeses, em sua grande maioria, trouxeram conhecimento, tradições, hábitos, costumes, enfim, valores de uma cultura própria que passou a ser expressa sobre o território, mesclando-se com a cultura do país de destino, transformando o espaço em lugar, e este em referência de pertencimento e identificação. Enquanto se modifica, em função das rápidas mudanças sociais, econômicas e culturais decorrentes dos processos de industrialização e modernização, integrados ao contexto histórico da modernidade, o lugar também se valoriza e se reconhece mediante a preservação de seu patrimônio. É no lugar que a cultura adquire a sua dimensão simbólica e material, que a memória se cristaliza e a identidade se consolida e se reafirma. Única em sua manifestação e representatividade, a italianidade sempre esteve adaptada e integrada ao processo de modernização desta região, podendo ser identificada mediante a análise do seu extenso patrimônio cultural, material e imaterial, onde traços, marcas e símbolos de sua presença nele permanecem inscritos. Conhecer, conceituar e contextualizar a essência da cultura que caracteriza os ambientes urbanos e rurais de uma sociedade, reveste-se de fundamental importância para embasar a produção de estudos, dos mais diversos, nas distintas áreas do conhecimento e, principalmente, para as ações analíticas e propositivas de planejadores urbanos e regionais.

This Thesis aims to analyze the relationships between Modernity and Italianity expressed in the Italian colonial region of the State of Rio Grande do Sul, from the end of the 19th century. The immigration of Italian peasants came to occupy vacant lands located on the mountainous slopes of the Serra Gaucha, granted by the then Brazilian imperial government for colonization. In their luggage, these peasants, the vast majority, brought knowledge, traditions, habits, customs, in short, values of their own culture that began to be expressed over the territory, mixing with the culture of the destination country, transforming the space in place, and this in reference to belonging and identification. While changing, due to the rapid social, economic and cultural changes resulting from the processes of industrialization and modernization, integrated into the historical context of modernity, the place is also valued and recognized through the preservation of its heritage. It is in the place that culture acquires its symbolic and material dimension, memory crystallizes and identity is consolidated and reaffirmed. Unique in its manifestation and representation, Italianity has always been adapted and integrated into the modernization process of this region, and can be identified through the analysis of its extensive cultural, material and immaterial heritage, where traces, marks and symbols of its presence remain inscribed in it. Knowing, conceptualizing and contextualizing the essence of culture that characterizes the urban and rural environments of a society is of fundamental importance to support the production of studies, of the most diverse, in different areas of knowledge and, mainly, for analytical actions and proposals from urban and regional planners.