Is change in muscle strength and range of motion predictive of change in quality of life in patients with femoroacetabular impingement syndrome? : A retrospective cohort study

Abstract

Introdução: A Síndrome do Impacto Femoroacetabular (SIFA) é uma causa comum de dor no quadril em adultos jovens. A SIFA representa o contato prematuro e sintomático entre o fêmur proximal e o acetábulo, causado por morfologias ósseas anormais. A artroscopia de quadril é um procedimento cirúrgico frequentemente proposto para tratamento da SIFA, seguida por um tratamento fisioterapêutico. Medidas de desfechos relatadas pelo paciente (PROM) são largamente utilizadas para avaliar a eficácia do tratamento. Nesses questionários, o valor do estado sintomático aceitável pelo paciente (PASS) é utilizado para melhor entender se os pacientes estão satisfeitos com seu estado físico. Considerando que programas de reabilitação que visam abordar déficits de força muscular e amplitude de movimento (ADM) de quadril são eficazes no tratamento da SIFA, é plausível supor que o aumento da mobilidade e força muscular do quadril podem desempenhar um papel prognóstico nessa população. Objetivo: Avaliar a capacidade preditiva da variação da força muscular e da ADM após quatro meses da artroscopia de quadril em relação à qualidade de vida de paciente com SIFA. Métodos: O presente estudo caracteriza-se como coorte retrospectivo. As informações dos pacientes com SIFA foram obtidas de um banco de dados de uma clínica privada de Fisioterapia, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. O banco de dados continha prontuários de 99 pacientes com diagnóstico de SIFA, que realizaram avaliação e reavaliação entre os anos de 2013 e 2020. Equações de estimativas generalizadas foram conduzidas visando comparar a ADM de quadril, força muscular isométrica e qualidade de vida no período pré-operatório e após pelo menos três meses de pós- operatório. Regressões lineares múltiplas foram conduzidas visando verificar se a mudança nas variáveis de ADM e força muscular isométrica de quadril constituem preditores da mudança da qualidade de vida após artroscopia. Regressões logísticas binárias foram conduzidas visando verificar se a mudança nas variáveis de ADM e força muscular isométrica de quadril constituem preditores do PASS após artroscopia. Resultados: Um total de 69 indivíduos foi incluído no presente estudo. Após a artroscopia, os valores de ADM (rotação externa ativa: 5%, rotação externa passiva: 4% e rotação interna ativa: 30%) e força muscular isométrica de quadril (rotação externa: 17%, rotação interna: 19%, abdução: 6%, adução: 20%, extensão: 12%) foram maiores comparados aos valores pré-cirúrgicos com exceção da ADM de flexão de quadril e força muscular isométrica de flexores de quadril. Após artroscopia, a qualidade de vida autorrelatada foi maior (47%) comparada aos valores pré-cirúrgicos. As alterações nas variáveis de ADM de quadril e força muscular isométrica não foram preditoras da mudança na qualidade de vida e nem do PASS. Conclusão: Após a artroscopia, foram observados aumentos na ADM e força muscular isométrica de quadril e qualidade de vida. Os ganhos de ADM e força muscular isométrica de quadril não explicam a melhora na qualidade de vida autorrelatada e não são preditores do PASS.

Introduction: Femoroacetabular Impingement Syndrome (FAIS) is a common cause of hip pain in young adults. FAIS represents symptomatic premature contact between the proximal femur and the acetabulum, caused by abnormal bone morphologies. Hip arthroscopy is a common procedure for the treatment of FAIS, followed by physical therapy treatment. Patient-reported Outcome Measures (PROM) are widely used to assess treatment efficacy. In these questionnaires, the Patient Acceptable Symptom State (PASS) value is used to better understand whether patients are satisfied with their physical status. Considering that rehabilitation programs aiming to address muscle strength and hip range of motion (ROM) deficits are effective in the FAIS treatment, it is plausible to assume that increased mobility and hip muscle strength may play a predictive role in this population. Purpose: To assess the predictive ability of muscle strength and ROM changes four months after hip arthroscopy for improving the quality of life of patients with FAIS. Methods: The present study is characterized as a retrospective cohort study. Information on patients with FAIS was obtained from a database of a private Physiotherapy Clinic in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The database contained medical records of 99 patients diagnosed with FAIS, who underwent assessment and reassessment between 2013 and 2020. Generalized estimation equations were conducted to compare hip ROM, isometric muscle strength and quality of life in the preoperative period and after at least three months postoperatively. Multiple linear regressions were conducted to verify whether changes in hip ROM and isometric muscle strength variables are predictors of changes in quality of life after arthroscopy. Binary logistic regressions were conducted to verify whether changes in ROM and isometric hip muscle strength are predictors of PASS after arthroscopy. ROM (active external rotation: 5%, passive external rotation: 4% and active internal rotation: 30%) and isometric muscle strength (external rotation: 17%, internal rotation: 19%, abduction: 6%, adduction: 20%, extension: 12%) values were higher compared to pre-surgical values, with the exception of hip flexion ROM and hip flexor isometric muscle strength. After arthroscopy, self-reported quality of life was higher (47%) compared to preoperative values. The change in hip ROM variables and isometric muscle strength were not predictors of changes in quality of life or of the PASS. Conclusion: Gains in hip ROM and isometric muscle strength do not explain gains in self- reported quality of life. Furthermore, gains in ROM and isometric hip muscle strength are not predictors of PASS.