Preferências alimentares entre crianças submetidas a diferentes métodos de introdução da alimentação complementar nos primeiros anos de vida : aceitação de sabores, polimorfismos genéticos e fatores associados
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Data
2023Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: As preferências aos sabores dos alimentos são moldadas desde o início da vida, e a introdução da alimentação complementar configura um momento importante para o estabelecimento de aceitação a sabores variados e práticas alimentares saudáveis ao longo da vida. Objetivo: Analisar as preferências alimentares relacionadas aos sabores predominantes entre crianças submetidas a diferentes métodos de introdução da alimentação complementar nos primeiros anos de vida, e avaliar polimorfismos ...
Introdução: As preferências aos sabores dos alimentos são moldadas desde o início da vida, e a introdução da alimentação complementar configura um momento importante para o estabelecimento de aceitação a sabores variados e práticas alimentares saudáveis ao longo da vida. Objetivo: Analisar as preferências alimentares relacionadas aos sabores predominantes entre crianças submetidas a diferentes métodos de introdução da alimentação complementar nos primeiros anos de vida, e avaliar polimorfismos relacionados à sensibilidade aos sabores amargo e doce. Métodos: Ensaio clínico randomizado com mães e seus lactentes, que ainda não houvessem iniciado a introdução alimentar, envolvendo três grupos distintos em relação ao método de alimentação complementar: método tradicional/ Parent-Led Weaning (PLW), Baby-Led Introduction to SolidS (BLISS); e método Misto: ambas as técnicas PLW e BLISS. Participaram do estudo famílias residentes de Porto Alegre e região metropolitana, de 2019 a 2023. A intervenção ocorreu aos 5,5 meses de vida do lactente. Aos 12 meses, foi aplicado o Questionário de Preferências Alimentares (QPA). Entre 12-35 meses procedeu-se o Teste de Aceitação de Sabores (TAS) e houve coleta de mucosa oral. A genotipagem de genes selecionados ocorreu por meio de PCR em tempo real. Os dados foram analisados por intenção de tratar. As análises principais foram realizadas pelo teste qui-quadrado de Pearson e Regressão de Poisson, ajustada por variáveis confundidoras preconizadas por Directed Acyclic Graph. Resultados: A amostra constituiu-se na randomização de 140 pares mãe-lactente, sendo que 45 (32,1%) foram alocados no grupo PLW, 48 (34,3%) no grupo BLISS e 47 (33,6%) no grupo Misto. Em comparação ao método PLW, a preferência por alimentos predominantemente azedos foi estatisticamente diferente do método Misto, (RP 1,23, IC 95% 1,034-1,466, p=0,02). Houve associação entre o consumo das soluções e suas respectivas reações hedônicas na maioria das soluções ofertadas (p<0,001 no sabor doce, p=0,029 no sabor azedo, p=0,005, no salgado, p=0,026 no umami e p=0,811 no amargo). Além disso, as preferências relacionadas ao sabor amargo se associaram à aceitação da solução com o mesmo sabor (RP 1,12, IC 95% 1,002-1,246, p=0,046). Em relação aos polimorfismos genéticos, o tempo de aleitamento materno exclusivo foi associado ao rs35744813 (p=0,039), e o tipo de leite consumido aos 12 meses de vida obteve associação com rs9701796 (p=0,022) e com o número de polimorfismos relacionados à sensibilidade ao sabor doce (p=0,013). Quanto ao QPA, houve associação entre o polimorfismo rs35744813 com a preferência a alimentos de sabor azedo (p=0,040), e entre rs846672 com preferência a alimentos de sabor umami (p=0,042). Relativo ao TAS, a reação do lactente ao sabor amargo esteve associada ao rs9701796 (p=0,021), ao rs307355 (p=0,008) e na contagem de polimorfismos relacionados à sensibilidade ao sabor doce (p=0,037); além da reação ao sabor azedo estar associada à contagem de polimorfismos relacionados à sensibilidade ao sabor amargo (p=0,048). Conclusões: As preferências alimentares estão relacionadas à aceitação dos sabores, e o método de alimentação complementar pode influenciar nas preferências aos mesmos. Ademais, os polimorfismos genéticos podem atuar na aceitação e preferência aos alimentos, de acordo com seu sabor predominante. ...
Abstract
Introduction: Preferences for food tastes are shaped from the beginning of life, and the introduction of complementary foods is an important moment for establishing acceptance of varied flavors and healthy eating practices throughout life. Aim: To analyze food preferences related to predominant flavors among children submitted to different complementary feeding methods in the first years of life, and to evaluate polymorphisms related to the sensitivity of bitter and sweet tastes. Methods: Rando ...
Introduction: Preferences for food tastes are shaped from the beginning of life, and the introduction of complementary foods is an important moment for establishing acceptance of varied flavors and healthy eating practices throughout life. Aim: To analyze food preferences related to predominant flavors among children submitted to different complementary feeding methods in the first years of life, and to evaluate polymorphisms related to the sensitivity of bitter and sweet tastes. Methods: Randomized clinical trial with mothers and their infants, who had not yet started food introduction, involving three distinct groups of children regarding the method of complementary feeding: conventional technique/Parent-Led Weaning (PLW); Baby-Led Introduction to SolidS (BLISS); and Mixed technique: both PLW and BLISS techniques. Families residing in Porto Alegre and the metropolitan region, from 2019 to 2023, participated in the study. The intervention took place at 5.5 months of the infants’ life. At 12 months old, the Feeding Preferences Questionnaire (FPQ) was applied. Between 12-35 months old, the Taste Acceptance Test (TAT) was performed and oral mucosa was collected. The DNA genotyping was performed by real-time PCR. Data were analyzed by intention to treat. The main analyses were performed using Pearson’s chi-square test and Poisson Regression, adjusted for confounding variables recommended by the Directed Acyclic Graph. Results: The sample consisted of the randomization of 140 mother-infant pairs, of which 45 (32.1%) were allocated to the PLW group, 48 (34.3%) to the BLISS group, and 47 (33.6%) to the Mixed group. Compared to the control method PLW, infants’ preferences for foods with a predominant sour taste were statistically different in the Mixed method, specifically (PR 1.23, 95% CI 1.034-1.466, p=0.02). There was an association between the consumption of the solutions and their respective hedonic reactions in most of the offered tastes (p<0.001 in sweet taste, p=0.029 in sour taste, p=0.005 in salty taste, p=0.026 in umami taste and p=0.811 in bitter taste). Moreover, feeding preferences related to the bitter taste were associated with the acceptance of the solution with the same flavor (PR 1.12, 95% CI 1.002-1.246, p=0.046). Regarding genetic polymorphisms, the duration of exclusive breastfeeding was associated with rs35744813 (p=0.039), and the type of milk consumed at 12 months of life was associated with rs9701796 (p=0.022) and with the number of polymorphisms related to the sweet taste sensibility (p=0.013). As for the FPQ, there was an association between the polymorphism rs35744813 with the preference for sour-tasting foods (p=0.040), and between rs846672 with the preference for umami-flavored foods (p=0.042). Concerning the TAT, the infant’s reaction to the bitter taste was associated with rs9701796 (p=0.021), with rs307355 (p=0.008), and with the count of polymorphisms related to the sweet taste sensibility (p=0.037); in addition, the reaction to the sour taste was associated with the count of polymorphisms related to the bitter taste sensibility (p=0.048). Conclusions: Feeding preferences are related to taste acceptance, and the method of complementary feeding can influence the preferences of the tastes. Furthermore, genetic polymorphisms may act on infant food acceptance and preferences, according to their predominant taste. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.
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