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dc.contributor.advisorMarzulo, Eber Pirespt_BR
dc.contributor.authorCapelato, Rodrigopt_BR
dc.date.accessioned2023-10-17T03:37:42Zpt_BR
dc.date.issued2023pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/265998pt_BR
dc.description.abstractNa perspectiva crítica de Marx, para além da capacidade de desmanchar toda a solidez da sociedade, o capitalismo seguiria sua marcha e, diante de ciclos de instabilidade, tenderia à sua autodestruição. Contudo, sem notícias de um fim, a partir da segunda metade dos anos 70, fundamentado nas crises acumuladas de um período protecionista, o capitalismo se reinventou a fim de manter a sua lógica exploratória e acumulativa, através de um casamento com separação total de bens entre o Estado e o mercado. Tomado por procedimentos experimentais legitimados, a ordem economicista revelou um metabolismo sistêmico e, por capilaridade, passou a interferir em todas as esferas da vida, inclusive alcançando campos de ação antes operados por lógicas distintas, como no caso dos direitos sociais convertidos em serviços rentáveis. Sua força motriz continuou acoplada ao trabalho, porém, para além da condição opressora do disciplinamento foucaultiano, investiu em processos sofisticados de subjetivação intencionada que estabilizou sua lógica ao transferir para o trabalhador a responsabilidade de empresariar a si mesmo, tendo que administrar sua relação sistêmica com o mundo social. Quando associada à variável tempo, a vida foi acelerada a ponto de fazer da existência uma experiência utilitária, controlada por um estado de falta constante diante de padrões inatingíveis que circulam de forma oportunista pela rede informacional, a esmagar do corpo, do pensamento e do desejo tudo que fazia do sujeito intrínseco e inerente. Neste mundo entre iguais, o outro se tornou uma ameaça e a cidade, reduzida a deslocamentos intencionais, foi esvaziada do seu poder político do encontro, do embate e da mistura, ficando disponível àqueles que nela intencionam fazer negócios. Condições exacerbadas quando, por necessidade de isolamento social, foram ajustadas devido à pandemia do coronavírus (COVID-19). Diante das notícias do tempo do agora, é vontade deste trabalho pensar táticas capazes de oportunizar formas outras de existir: o possível em devir desobediente. Certo de que este objetivo versa de uma condição-fim, dependente de uma investigação capaz de evidenciar um mundo de possibilidades outras diante da vivacidade reversora da desobediência, propõe-se uma trajetória a partir de seu avesso mediante uma análise interrelacional entre o CONTEXTO neoliberal (teoria de fundo), a produção estratégica do ESPAÇO (teoria do problema específico) e suas interações objetivas e subjetivas com SUJEITO(s), a fim de demonstrar – enquanto hipótese – que a força estruturada desta tríade faz da obediência ao capitalismo uma manobra cínica que mantém e estabiliza as intenções perversas do neoliberalismo. Com vistas ao referido pressuposto, a variável espaço, por adesão ao modelo estratégico, foi personalizada através do Pla Estratègic Econòmic i Social – Barcelona 2000 (1990), do Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro – Rio Sempre Rio (1996) e do Plano Diretor de Reabilitação do Centro de Manaus (2015), que - na qualidade de objetos empíricos da pesquisa - revelaram intenções peculiares junto à competitividade das cidades. Todavia, quando comparados por analogia (procedimento metodológico) mediante variáveis determinadas (intenções, operacionalizações e produtos), os planos, diante de influências-fluxo advindas de estratégias de subordinação e interdependência empregadas pelo sistema-mundo, ratificaram a centralidade gestora e a exploração capitalista, respectivamente, associando as intenções e seus produtos às suas viabilidades operacionais. Se CONTEXTO e ESPAÇO estabilizam a ordem posta, é do SUJEITO a possibilidade de alcançar o objetivo intencionado. Assim, sob o argumento de que os processos de subjetivação capitalista cooptaram da mão de obra somente a sua parte interessada (produção associada à exploração e à acumulação), convém revelar dos outros de si mesmo aquilo que o faz esgotado, enquanto possibilidades em devir de investir o mundo social através de ações táticas desobedientes capazes de ameaçar as imposições macropolíticas do Estado e dos centros de poder a ele filiado e, por efeito, de romper com o pessimismo que tem reduzido a vida a um estado de mera sobrevivência.pt_BR
dc.description.abstractIn Marx's critical perspective, beyond the ability to dismantle all the solidity of society, capitalism would follow its march and, facing cycles of instability, would tend to its self-destruction. However, with no news of an end, from the second half of the 1970s on, based on the accumulated crises of a protectionist period, capitalism reinvented itself in order to maintain its exploitative and accumulative logic, through a marriage with total separation of property between the State and the market. Taken by legitimized experimental procedures, the economicist order revealed a systemic metabolism and, by capillarity, started to interfere in all spheres of life, even reaching fields of action previously operated by distinct logics, as in the case of social rights converted into profitable services. Its driving force remained coupled to labor, but beyond the oppressive condition of Foucauldian disciplining, it invested in sophisticated processes of intentional subjectivation that stabilized its logic by transferring to the worker the responsibility of entrepreneurializing himself, having to manage his systemic relationship with the social world. When associated with the time variable, life has been accelerated to the point of making existence a utilitarian experience, controlled by a state of constant lack in the face of unattainable standards that circulate opportunistically through the informational network, crushing from the body, from thought, and from desire everything that made the subject intrinsic and inherent. In this world between equals, the other has become a threat and the city, reduced to intentional displacements, has been emptied of its political power of encounter, clash, and mixture, becoming available to those who intend to do business in it. Conditions were exacerbated when, out of necessity for social isolation, they were adjusted due to the coronavirus pandemic (COVID-19). Faced with the news of the time of now, this work intends to think about tactics capable of creating other forms of existence: the possible in disobedient becoming. Certain that this goal is an end condition, dependent on an investigation capable of evidencing a world of other possibilities in the face of the reversible vivacity of disobedience, we propose a trajectory starting from its opposite through an interrelational analysis between the neoliberal CONTEXT (background theory) the strategic production of SPACE (specific problem theory) and its objective and subjective interactions with SUBJECT(S), in order to demonstrate - as a hypothesis - that the structured force of this triad makes obedience to capitalism a cynical maneuver that maintains and stabilizes the perverse intentions of neoliberalism. With this assumption in mind, the space variable, by adherence to the strategic model, was customized through the Pla Estratègic Econòmic i Social - Barcelona 2000 (1990), the Strategic Plan of the City of Rio de Janeiro - Rio Sempre Rio (1996), and the Master Plan for the Rehabilitation of the Center of Manaus (2015), which - as empirical objects of the research - revealed peculiar intentions with the competitiveness of cities. However, when compared by analogy (methodological procedure) through determined variables (intentions, operationalizations and products), the plans, in the face of influences-flow arising from subordination and interdependence strategies employed by the world-system, ratified managerial centrality and capitalist exploitation, respectively, associating the intentions and their products to their operational viabilities. If CONTEXT and SPACE stabilize the established order, the possibility of achieving the intended goal belongs to the SUBJECT. Thus, under the argument that the processes of capitalist subjectivation have co-opted from labor only its interested part (production associated with exploitation and accumulation), it is convenient to reveal from others of oneself that which makes it exhausted, as possibilities in becoming of investing the social world through tactical disobedient actions capable of threatening the macro-political impositions of the State and the centers of power affiliated to it and, in effect, of breaking with the pessimism that has reduced life to a state of mere survival.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectNeoliberalismen
dc.subjectNeoliberalismopt_BR
dc.subjectPlanejamento estratégicopt_BR
dc.subjectStrategic planningen
dc.subjectSubjectivity in capitalismen
dc.subjectBecoming disobedienten
dc.subjectActive micropoliticsen
dc.titleContexto, espaço, sujeito : notícias do neoliberalismo no tempo do agorapt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001186035pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Arquiteturapt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regionalpt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2023pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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