Elaboração de um instrumento para a avaliação ergonômica preliminar em empresa do setor logístico

Abstract

No Brasil o setor logístico está se expandindo de forma acelerada e cada dia empregando mais trabalhadores. Com o crescimento deste ramo de atividade o número de acidentes e doenças ocupacionais também estão aumentando. Desta forma é necessário estudos para prevenção e controle dos fatores de riscos presentes nestes ambientes de trabalho. Além disso, conforme a Norma Regulamentadora NR-17 do Ministério do Trabalho e Previdência todas as organizações possuem a obrigatoriedade em elaborar a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) das situações de trabalho. O estudo está estruturado no formato de artigos, sendo que no primeiro artigo identificou-se os fatores de risco ergonômicos mais relevantes no contexto das empresas de logística por meio de uma revisão sistemática da literatura utilizando-se o método PRISMA, no qual foram encontrados 756 artigos e após cumpridas todas as suas etapas restaram 22 artigos para responder às questões de pesquisa. Dentre as conclusões do primeiro artigo encontrou-se que a dor lombar é o fator de risco prevalente nas atividades do setor de logística, portanto, ações de prevenção (mudança de layout, no mobiliário, nas ferramentas ou nos procedimentos de trabalho) devem focar nas causas dessas dores que acometem esses trabalhadores. Como também, há a necessidade de envolvimento dos trabalhadores no planejamento das atividades e escolhas das ferramentas de trabalho, além de treinamento dos funcionários em relação aos programas de ergonomia. No segundo artigo propôs-se um modelo de AEP adotando a estratégia SOBANE para construção do instrumento e realizou-se a aplicação da AEP em uma empresa do ramo de logística. Adotou-se como base para construção do instrumento de AEP a NR-17 e a metodologia WISE da International Ergonomics Association e International Labour Office. Dentre as conclusões do estudo encontrou-se que a inclusão dos trabalhadores e gestores na avaliação dos riscos nos ambientes de trabalho auxilia na busca por soluções para os problemas que impactam na saúde e segurança dos colaboradores. Além disso, observou-se a necessidade de participação dos trabalhadores na escolha de ferramentas de trabalho para evitar a flexão de coluna prevenindo a dor lombar, e demanda de treinamentos dos colaboradores em relação à saúde, segurança e ergonomia.

In Brazil, the logistics sector is expanding rapidly and employing more workers every day. With the growth of this branch of activity, the number of accidents and occupational diseases are also increasing. Thus, studies are needed to prevent and control the risk factors present in these work environments. In addition, according to Regulatory Norm NR-17 of the Ministry of Labor and Social Security, all organizations have the obligation to prepare the Preliminary Ergonomic Assessment (PEA) of work situations. The study is structured in the format of articles, and in the first article the most relevant ergonomic risk factors in the context of logistics companies were identified through a systematic review of the literature using the PRISMA method, in which 756 articles and after completing all its steps, 22 articles remained to answer the research questions. Among the conclusions of the first article, it was found that low back pain is the prevalent risk factor in activities in the logistics sector, therefore, preventive actions (change of layout, furniture, tools or work procedures) should focus on causes of these pains that affect these workers. There is also a need to involve workers in planning activities and choosing work tools, in addition to training employees in relation to ergonomic programs. In the second article, a PEA model was proposed, adopting the SOBANE strategy to build the instrument, and the PEA was applied in a company in the logistics field. The NR-17 and the WISE methodology from the International Ergonomics Association and the International Labor Office were adopted as the basis for constructing the PEA instrument. Among the conclusions of the study, it was found that the inclusion of workers and managers in risk assessment in work environments helps in the search for solutions to problems that impact on the health and safety of employees. In addition, there was a need for workers to participate in the choice of work tools to avoid spine flexion, preventing low back pain, and demand for training of employees in relation to health, safety and ergonomics.