Estudo urodinâmico antes da cirurgia de correção de incontinência urinária deve ser realizado? : estudo comparativo de desfechos a curto e longo prazo

Abstract

Introdução: O estudo urodinâmico tem como intuito avaliar objetivamente a disfunção que causa sintomas do trato urinário inferior e incontinência urinária. Este método foi e é usado como exame pré-operatório para pacientes que passam por procedimentos de correção de incontinência urinária. Há um movimento cada vez mais forte para diminuir o seu uso ou abolir em alguns casos devido ao custo-benefício. Objetivo: O objetivo deste estudo retrospectivo de caso-controle é comparar as pacientes que passaram por estudo urodinâmico antes da realização de cirurgia de correção de incontinência urinária e àquelas que não passaram principalmente com relação a desfechos a curto e longo prazo desde janeiro de 2009 a dezembro de 2019. Método: Foram avaliadas pacientes do ambulatório do HCPA que já passaram pelo procedimento cirúrgico, levando em consideração a cirurgia realizada, complicações e características inerentes às pacientes. A localização das pacientes foi realizada através do cadastro de cirurgias que a Equipe de Uroginecologia tem. Resultados: Com relação aos desfechos de necessidade de novo tratamento e complicações cirúrgicas não houve diferença estatisticamente significativa nos grupos avaliados. Houve uma tendência a melhora parcial subjetiva dos sintomas no grupo que realizou urodinâmica podendo estar relacionado ao maior número de diagnóstico pré-operatório de IUM. Conclusão: Não parece haver necessidade de uso de urodinâmica como exame pré-operatório de rotina para cirurgias de correção de incontinência urinária mesmo nas pacientes com indicações clássicas de avaliação urodinâmica.

Background: Urodynamics aims to objectively evaluate the dysfunction that causes lower urinary tract symptoms and urinary incontinence. This method was and is used as a preoperative examination for patients undergoing urinary incontinence surgery. There is an increasingly strong move to reduce its use or abolish in some cases due to cost effectiveness. Aim: The aim of this retrospective case-control study is to compare patients who underwent urodynamics prior to urinary incontinence surgery and those who did not looking for short and long term outcomes since 2009 january to 2019 december. HPCA outpatients who have already undergone the surgical procedure will be evaluated, taking into account the surgery performed, complications and characteristics inherent to the patients. The location of patients will be through the register of surgeries that the Urogynecology Group has. Results: Regarding the outcomes of need for new treatment and surgical complications, there was no statistically significant difference in the evaluated groups. There was a trend towards subjective partial improvement of symptoms in the group that underwent urodynamics, which may be related to the greater number of preoperative mixed urinary incontinence diagnoses. Conclusion: There seems to be no need to use urodynamics as a routine preoperative test for urinary incontinence correction surgeries even in patients with classic indications for urodynamic evaluation.