Avaliação da força muscular, funcionalidade e mobilidade em pacientes com COVID-19 internados em unidade de terapia intensiva (UTI) e no seguimento após alta da UTI
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: Muitos pacientes com formas graves e críticas da COVID-19 necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os que sobrevivem à doença crítica podem persistir com comprometimento nas habilidades físicas, mentais e/ou cognitivas mesmo após a alta da UTI e hospitalar, porém esses aspectos ainda são pouco explorados nestes pacientes. Objetivos: Esta tese apresenta os seguintes objetivos: 1o ) Avaliar a incidência de fraqueza muscular adquirida na UTI (FA-UTI), fatores ass ...
Introdução: Muitos pacientes com formas graves e críticas da COVID-19 necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os que sobrevivem à doença crítica podem persistir com comprometimento nas habilidades físicas, mentais e/ou cognitivas mesmo após a alta da UTI e hospitalar, porém esses aspectos ainda são pouco explorados nestes pacientes. Objetivos: Esta tese apresenta os seguintes objetivos: 1o ) Avaliar a incidência de fraqueza muscular adquirida na UTI (FA-UTI), fatores associados e acompanhar a evolução da força muscular periférica (FMP) e da mobilidade física ao longo da internação hospitalar; 2º) Avaliar a força muscular respiratória (FMR) e a função pulmonar na alta hospitalar e sua associação com a FMP, tempo de ventilação mecânica (VM) e de internação hospitalar e uso de medicações; e 3º) Avaliar o impacto da FA-UTI na independência funcional ao longo de seis meses após a alta da UTI em pacientes que tiveram diagnóstico de COVID-19. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional prospectivo incluindo pacientes com COVID-19 com internação em UTI >72h. Para responder aos objetivos propostos, dividimos o estudo em 3 etapas: 1ª) avaliação da FMP e mobilidade durante a internação e na alta hospitalar; 2ª) avaliação da função pulmonar, da FMR e FMP na alta hospitalar e 3ª) seguimento de até seis meses após a alta hospitalar para avaliação da limitação funcional. Resultados: Os resultados desta pesquisa resultaram na elaboração de três artigos de acordo com cada objetivo traçado. Artigo 1: A incidência de FA-UTI no despertar, alta da UTI e hospitalar foi 52%, 38% e 13%, respectivamente. O tempo de repouso no leito, para todos os pacientes (RR:1.14; IC95%:1.02-1.28; p=0.03 para cada semana de imobilismo), e o tempo de uso de corticóide para os que necessitaram de VM (RR:1.01; IC95%:1.00-1.03; p=0.01), foram fatores independentemente associados à FA-UTI. Os níveis de força e mobilidade física apresentaram melhora ao longo da internação, porém permaneceram menores nos pacientes com FA-UTI na alta hospitalar, em comparação aos sem FA-UTI. Artigo 2: Distúrbio ventilatório restritivo foi observado em 72% dos pacientes na alta hospitalar, além de redução da FMR [pressão inspiratória máxima (PImáx) de 74% e pressão expiratória máxima (PEmáx) 78% do predito]. A FMR apresentou correlação negativa com o tempo de VM e de internação hospitalar e positiva com a função pulmonar e a FMP. Artigo 3: Trinta dias após a alta da UTI 89,7% dos pacientes apresentavam alguma limitação funcional, reduzindo para 57,4% e 38,2% passados 3 e 6 meses, respectivamente. Os pacientes com 12 FA-UTI tiveram piores resultados quando comparados aos pacientes que não desenvolveram esta condição. Tempos prolongados de VM, restrição ao leito, permanência na UTI e no hospital estiveram correlacionados a piores resultados no estado funcional pós UTI. Conclusões: A incidência de FA-UTI é elevada no despertar da UTI, reduzindo ao longo da internação em pacientes admitidos na UTI por COVID-19. Pacientes que desenvolveram FA-UTI apresentam piores resultados de força muscular periférica e mobilidade na alta hospitalar e no estado funcional até 6 meses pós UTI. Por fim, esses pacientes apresentam ainda redução da força muscular respiratória e alteração da função pulmonar na alta hospitalar. ...
Abstract
Introduction: Many patients with severe and critical forms of COVID-19 require admission to the Intensive Care Unit (ICU). Those who survive the critical illness may have persistent impaired physical, mental and/or cognitive skills even after discharge from the ICU and hospital, but these aspects are still poorly explored in these patients. Aims: This dissertation has the following aims: 1) Assessing the incidence of ICU-acquired weakness (ICUAW), its associated factors and monitor the evolutio ...
Introduction: Many patients with severe and critical forms of COVID-19 require admission to the Intensive Care Unit (ICU). Those who survive the critical illness may have persistent impaired physical, mental and/or cognitive skills even after discharge from the ICU and hospital, but these aspects are still poorly explored in these patients. Aims: This dissertation has the following aims: 1) Assessing the incidence of ICU-acquired weakness (ICUAW), its associated factors and monitor the evolution of peripheral muscle strength (PMS) and physical mobility throughout the hospital stay; 2) Assessing respiratory muscle strength (RMS) and pulmonary function at hospital discharge and their association with PMS, time on mechanical ventilation (MV), length of hospital stay and use of medications; and 3) Assessing the impact of ICUAW on functional independence over six months after ICU discharge in patients diagnosed with COVID-19. Methodology: A prospective observational study including patients with COVID-19 with ICU stay of >72h was performed. To meet the proposed aims, the study was divided into three stages: 1) assessment of PMS and mobility during hospitalization and at discharge; 2) assessment of pulmonary function, PMS and RMS at hospital discharge; and 3) follow-up for up to six months after hospital discharge to assess functional limitations. Result: The outcomes of this research resulted in the writing of three articles, according to each aim outlined. Article 1: The incidence of ICUAW on awakening, at ICU discharge and hospital discharge was 52%, 38% and 13%, respectively. Time of bed rest for all patients, and time on steroids for those who required MV, were factors independently associated with ICUAW. The levels of strength and physical mobility improved throughout the hospital stay but remained lower in patients with ICUAW at hospital discharge, compared to those without ICUAW. Article 2: Restrictive ventilatory defect was observed in 72% of patients at hospital discharge, in addition to reduced RMS. RMS was negatively correlated with MV and hospital stay, and positively correlated with pulmonary function and PMS. Article 3: Thirty days after ICU discharge, 89.7% of the patients had some functional limitation, decreasing to 57.4% and 38.2% after 3 and 6 months, respectively. Patients with ICUAW had worse results when compared to patients who did not develop this condition. Prolonged time on MV, bed rest, ICU and hospital stay were correlated with worse results in post-ICU functional status. 14 Conclusions: The incidence of ICUAW is high on awakening in the ICU, decreasing throughout the hospital stay in patients admitted to the ICU due to COVID-19. Patients who developed ICUAW presented worse results of peripheral muscle strength and mobility at hospital discharge and functional status up to 6 months after the ICU stay. Finally, these patients also presented reduced respiratory muscle strength and altered lung function at hospital discharge. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano.
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Ciências da Saúde (9148)
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