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dc.contributor.advisorFachinetto, Rochele Fellinipt_BR
dc.contributor.authorLopes, Ana Paula Nevespt_BR
dc.date.accessioned2023-05-24T03:28:16Zpt_BR
dc.date.issued2022pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/258465pt_BR
dc.description.abstractNesta pesquisa tenho como objetivo compreender como jovens egressos do Sistema Socioeducativo do Ceará têm conseguido transcender seus campos de possibilidades e ressignificar suas trajetórias e projetos de vida. A pesquisa é de natureza qualitativa, tendo a entrevista narrativa como instrumento privilegiado e foi realizada em Fortaleza-CE, com jovens dos sexos feminino e masculino, na faixa etária de 19 a 29 anos. O estudo evidenciou que as dimensões socializadoras analisadas, família, escola, grupo de amigos, Centros Socioeducativos, trabalho e igreja, contribuíram para a ressignificação das trajetórias dos sujeitos, ainda que nem todas tenham sido marcantes positivamente e na mesma intensidade para todos os interlocutores. A família aparece como grande incentivadora no processo de mudança dos sujeitos, se destacando o papel desempenhado pelas avós, o apoio das companheiras e a vivência da paternidade. Em relação à escola, a pesquisa demonstra a valorização da educação pelos egressos e o reconhecimento desta para a ascensão social, pois, mesmo aqueles que não estavam estudando no período em que as entrevistas foram realizadas, ressaltaram o desejo de retornar à escola e concluir os estudos. O anseio de cursar o ensino superior também foi marcante, aparecendo nas perspectivas futuras de metade dos entrevistados. Sobre o grupo de amigos, a construção de novas amizades fora do meio infracional e o recebimento de afetos e apoio foram mencionados como essenciais. Os Centros Socioeducativos de internação não foram referenciados pelos jovens como suportes importantes em seus processos de ressignificação, e se houve alguma contribuição, essa se deu pelo caráter negativo das experiências vivenciadas nestas instituições, quando os interlocutores demonstraram não querer retornar para esses espaços. Por outro lado, foi possível inferir que os Centros de Semiliberdade vivenciados pelos sujeitos alargaram seus campos de possibilidades com práticas que condizem com a ressocialização preconizada pelas legislações infantojuvenil, constituindo espaços de acolhimento, aprendizados, exemplos de referências positivas, apoio e confiança. A igreja evangélica se constitui como o principal suporte para os sujeitos nos seus processos de ressignificação, assim como a leitura da Bíblia e o fortalecimento da fé. Em relação aos projetos de vida, foi possível constatar duas perspectivas de projetos distintos quando comparado o período de “envolvimento” dos sujeitos com atos infracionais e a partir do momento que ocorre o processo de desligamento das práticas delitivas. No primeiro caso, se observa o foco no tempo presente e a ausência de projetos de vida, ou, quando estes são traçados, estão mais voltados para a continuidade ou agravamento da trajetória infracional. No segundo caso, a dimensão temporal do futuro é privilegiada e os jovens passam a reconstruir suas trajetórias com base em projetos de vida direcionados para a mobilidade social. Por fim, a pesquisa demonstrou que foram, sobretudo, as redes de sociabilidade informais constituídas por familiares, amigos, chefes, nos diversos contextos de socialização, em casa, na igreja, no trabalho, na escola, nos Centros de Semiliberdade, que representaram os principais suportes ao oferecerem apoio material e afetivo, exemplos positivos, conselhos, incentivo e acreditarem que a mudança dos sujeitos era possível.pt_BR
dc.description.abstractIn this research, we aim to understand how young graduates of the Socio-Educational System of Ceará have managed to transcend their fields of possibility and reframe their trajectories and life projects. This qualitative research used a narrative interview as a privileged instrument and occurred in Fortaleza-CE with young females and males aged between 19 and 29 years. The study showed that the analyzed socializing dimensions, including family, school, group of friends, Socio-Educational Centers, work, and church, contributed to the redefinition of the subjects' trajectories, although not all were positively marked and with the same intensity for all interlocutors. The family appears as a great incentive in the change of subjects, highlighted by the role played by the grandmothers, the support of the partners, and the experience of fatherhood. Regarding school, the research demonstrates the graduates' appreciation of education and its recognition for social ascension, because even those who were not studying during the period in which the interviews were conducted highlighted the desire to return to school and complete their studies. The desire to attend higher education was also remarkable, appearing in the future perspectives of half of the interviewees. Regarding the group of friends, building new friendships outside the criminal environment and receiving affection and support were mentioned as essential. The Socio-Educational Internment Centers were not mentioned by the young people as important supports in their re-signification processes, possibly due to the negative experiences in these institutions when the interlocutors demonstrated that they did not want to return to these spaces. On the other hand, it was possible to infer that the Semi Freedom Centers experienced by the subjects expanded their fields of possibility with practices that are consistent with the resocialization advocated by the legislation for children and adolescents, constituting spaces for reception, learning, examples of positive references, support, and trust. The evangelical church is the main support for the subjects in their reframing processes, also reading the Bible and strengthening their faith. Regarding life projects, it was possible to verify two perspectives of different projects when comparing the period of "involvement" of the subjects with infractions and from the moment that the process of disconnecting from criminal practices occurs. In the first case, the focus on the present time and the absence of life projects are observed, or when these are outlined, they are more focused on the continuity or aggravation of the offending trajectory. In the second case, the temporal dimension of the future is privileged, and young people start to rebuild their trajectories based on life projects aimed at social mobility. Finally, the research showed that it was, above all, the informal sociability networks made up of family members, friends, and bosses, in the different socialization contexts, at home, at church, at work, at school, and in the semi-liberty centers, which represented the main supports by offering material and affective support, positive examples, advice, encouragement, and belief that changing subjects was possible.en
dc.description.abstractDans cette recherche, je vise à comprendre comment les jeunes sortis du Système Socio éducatif du Ceará ont réussi à transcender leurs champs des possibilités et à recadrer leurs trajectoires et leurs projets de vie. La recherche a une nature qualitative, ayant l'entretien narratif comme instrument privilégié et a été réalisée à Fortaleza-CE, avec de jeunes femmes et hommes, âgés de 19 à 29 ans. L'étude a montré que les dimensions socialisantes analysées, famille, école, groupe d'amis, Centres Socio-éducatifs, travail et église, ont contribué à la recadrage des trajectoires des individus, bien que toutes n'aient pas été positivement remarquables et dans la même intensité pour tous les interlocuteurs. La famille apparaît comme une grande incitatrice dans le processus de changement des individus, mettant en évidence le rôle joué par les grands-mères, le soutien des compagnons et l'expérience de la paternité. En ce qui concerne l'école, la recherche démontre la mise en valeur de l'éducation par les ex-reclus et la reconnaissance de celle-ci pour l'ascension sociale, car même ceux qui n'étudiaient pas, pendant la période des entretiens, ont souligné le désir de retourner à l'école et de finir leurs études. Le souhait de faire des études supérieures était également remarquable, apparaissant dans les perspectives de futur de la moitié des personnes interrogées. À propos du groupe d’amis, la construction de nouvelles amitiés en dehors du milieu infractionnel et la réception d’affection et de soutien ont été mentionnés comme essentiels. Les Centres de Détention Socio éducatifs n'ont pas été référencés par les jeunes comme des soutiens importants dans leurs processus de recadrage, et s'il y a eu une contribution, cela était dû au caractère négatif des expériences vécues dans ces institutions, lorsque les interlocuteurs ont démontré qu'ils ne voulaient pas retourner dans ces espaces. D'autre part, il a été possible de déduire que les Centres de semi-liberté vécus par les individus ont élargi leurs champs des possibilités avec des pratiques convenables à la resocialisation recommandée par la législation sur l'enfance et la jeunesse, en constituant des espaces d'accueil, d'apprentissage, des exemples de références positives, de soutien et de confiance. L'église évangélique se constitue comme le principal soutien pour les individus dans leurs processus de recadrage, ainsi que la lecture de la Bible et le renforcement de la foi. Par rapport les projets de vie, il a été possible de vérifier deux perspectives de projets distincts en comparant la période “d'engagement” des individus avec des actes d'infraction et à partir du moment où le processus de déconnexion des pratiques délictueuses se produit. Dans le premier cas, on observe une focalisation sur le temps présent et l'absence de projets de vie, ou, lorsque ceux-ci sont tracés, ils sont davantage axés sur la continuité ou l'aggravation de la trajectoire de l'infraction. Dans le second cas, la dimension temporelle du futur est privilégiée et les jeunes commencent à reconstruire leurs trajectoires à partir de projets de vie visant la mobilité sociale. Enfin, la recherche a montré que ce sont surtout les réseaux de sociabilité informels constitués par la famille, les amis, les patrons, dans les différents contextes de socialisation, à la maison, à l'église, au travail, à l'école, dans les Centres de semi-liberté, qui ont représenté les principaux supports en offrant un appui matériel et affectif, des exemples positifs, des conseils, des encouragements et en croyant que le changement des individus était possible.fr
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectEgressospt_BR
dc.subjectGraduates of the Socio-Educational Systemen
dc.subjectRessocializaçãopt_BR
dc.subjectLife trajectoriesen
dc.subjectAdolescente infratorpt_BR
dc.subjectLife projectsen
dc.titleConstruindo o (im)provável : a ressignificação das trajetórias e dos projetos de vida de jovens egressos do sistema socioeducativo do Cearápt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001169079pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Filosofia e Ciências Humanaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Sociologiapt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2022pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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