Acidente vascular cerebral frontal direito : funções executivas e impulsividade

Abstract

Este trabalho teve como objetivo investigar aspectos da cognição e do comportamento impulsivo em pacientes após Acidente Vascular Cerebral (AVC). O primeiro estudo corresponde a uma revisão sistemática da literatura sobre dissociação funcional após AVC frontal. No segundo estudo, foram apresentados os dados empíricos da comparação entre grupos no desempenho das funções executivas (FES) e da impulsividade após lesão vascular crônica do hemisfério direito (HD). Os grupos foram os seguintes: com lesão frontal (n=13); lesão em rede extra-frontal (n=31) e controles (n=38). O grupo com lesão em rede extra- frontal apresentou desempenho significativamente inferior aos controles em flexibilidade cognitiva, especialmente. Em relação ao comportamento impulsivo, ambos os grupos clínicos apresentaram maior número de erros de omissão na medida comportamental de impulsividade, sugerindo influência de aspectos atencionais na impulsividade. Houve correlações entre FEs e medidas de autorrelato e medidas comportamentais da impulsividade (ação impulsiva). Pode ser concluído que lesão em regiões participantes de circuitos extra- frontais podem prejudicar o desempenho das FEs e influenciar na impulsividade, alterando o funcionamento de circuitos corticais e subcorticais ligados à região frontal.

The present study aimed to investigate aspects of cognition and impulsive behavior in post stroke patients. The first study corresponds to a systematic review of the literature about functional dissociation after a frontal stroke. In the second study, empiric data of the comparison between groups in executive functions (EFs) performance and impulsivity after a cronic vascular lesion of the right hemisphere (RH) were presented. The groups were divided as: frontal lesion (n=13); extra frontal network lesion (n=31); and control (n=38). The extra frontal network lesion group had a performance significantly inferior when compared to the control group, especially regarding to the cognitive flexibility. Concerning impulsive behavior, both clinical groups presented a larger amount of omission errors in impulsive behavior measure, which suggests the influence of attentional aspects in impulsivity. There have been correlations between EFs and self-report and behavior measures of impulsivity (impulsive action). It is possible to conclude that extra frontal regions can impair EFs performance and influence impulsivity, modifying cortical and sub-cortical circuits connected to the frontal region.