Atribuição de causalidade e avaliação do rendimento : como o professor valoriza aptidão e esforço
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Data
1981Tipo
Assunto
Resumo
Estudos prévios desenvolvidos no Brasil indicam que neste País, em contraste com o que se constata nos Estados Unidos e na Alemanha, quando os sujeitos sllo solicitados a se colocar no papel de professor e a atribuir recompensas e punições, de acordo com a aptidão, o esforço e o rendimento escolar do aluno, tendem a recompensar mais os que do aptos, demonstram esforço e obtêm bons resultados do que os que alcançam bons resultados e demonstram esforço, mas que não têm aptidão. A tendência é na d ...
Estudos prévios desenvolvidos no Brasil indicam que neste País, em contraste com o que se constata nos Estados Unidos e na Alemanha, quando os sujeitos sllo solicitados a se colocar no papel de professor e a atribuir recompensas e punições, de acordo com a aptidão, o esforço e o rendimento escolar do aluno, tendem a recompensar mais os que do aptos, demonstram esforço e obtêm bons resultados do que os que alcançam bons resultados e demonstram esforço, mas que não têm aptidão. A tendência é na direção de demonstrar que estes sujeitos punem mais, por maus resultados, os estudantes que são inaptos e que não se esforçam do que os que são aptos e não se esforçam. Estes resultados parecem indicar que, em nossa cultura, há uma tendência a valorizar mais aptidão do que esforço; se o estudante é apto, obtém bons resultados e é esforçado, ele é mais valorizado do que um outro que, a despeito de não ter aptidão, consegue alcançar os mesmos bons resultados através de muito esforço. Do mesmo modo, se o estudante é inapto, ele é mais criticado por maus resultados quando ele não se esforça do que outro que, ainda que apto, obtem maus resultados, em virtude de sua falta de esforço. Considerando que esses resultados têm importantes implicações nas situações escolares, o presente estudo tem como objetivo verificar se o mesmo padrão de resultados é encontrado quando professores reais são solicitados a indicar como eles se comportariam em situações semelhantes. Professores de escolas públicas, em número de 111, pertencentes ao Ensino Regular e Supletivo de 1º Grau da cidade de Pono Alegre, foram solicitados a atribuir estrelas douradas (recompensa) e estrelas vermelhas (punição) a estudantes para os quais se descrevia suas condições quanto à aptidão, esforço e rendimento escolar. Cada professor devia avaliar cinco situações: 5 níveis de rendimento escolar (excelente, muito bom, bom, regular e insuficiente) vs. 2 níveis de aptidão (apto e inapto) vs. 2 níveis de esforço (esforçado e não-esforçado). A seqüência das 20 situações propostas foi apresentada em quatro ordens aleatórias diferentes. Os resultados confirmam de maneira geral os anteriormente encontrados. Os estudantes aptos são mais recompensados do que os inaptos; os esforçados são mais recompensados do que os nãoo esforçados; e melhor rendimento escolar é mais recompensado. Porém, quando se avaliam as interações, a tendência é para recompensar mais os estudantes aptos e esforçados que obtém bons resultados; no caso de baixo rendimento escolar, os resultados do presente estudo tendem a mostrar que os aptos e não esforçados são menos punidos que os inaptos e não esforçados. Os autores finalizam recomendando que os professores deveriam reforçar mais os sentimentos de internalidade de seus estudantes, recompensando o seu esforço, ajudando-os, desse modo, a se tornarem mais responsáveis em relação aos seus próprios resultados acadêmicos. ...
Abstract
Previous srudies conducted in Brazil have indicated that in this country, in constrast with what has been verified in the USA and Germany, subjects asked to play the role of teachers and to assign rewards and punishments based on the students' ability, effort and grade, tend to reward more those who are able, show effort, and attain good grades than students who also attain good grades and show effort, but who are not able. The tendency is also in the direction of showing that these subjects pu ...
Previous srudies conducted in Brazil have indicated that in this country, in constrast with what has been verified in the USA and Germany, subjects asked to play the role of teachers and to assign rewards and punishments based on the students' ability, effort and grade, tend to reward more those who are able, show effort, and attain good grades than students who also attain good grades and show effort, but who are not able. The tendency is also in the direction of showing that these subjects punish more, for bad results, the students who are unable and who show no effort than those who are able and show no effort. These results seem to indicate that, in our culture, people tend to value ability more than effort; if the student is able, obtains good results, and shows effort he or she is praised even more than another who, despite the fact of not being able, is capable of attaining the same good results through high effort. Likewise if the student is unable, he is more criticized for bad results when he or she shows no effort, than another who, although able, attained bad results because her or she did not show effort. Since this finding has important consequences in a school setting, the present study intended to verify if the same pattern of results was obtained when real teachers were asked to indicate how they behave in similar situations. 111 public school teachers, in regular and adult educacion systems, of the city of Porto Alegre were asked do assign gold stars (reward) or red stars (punishment) to a student whose ability, effort and school outcome were indicated. There were 20 situations to be evaluate by the teachers: 5 types of outcomes (excellent, very good, good, fair and inefficient) vs. 2 levels of ability (able and not able) vs. 2 levels of effort (showed effort and did not show effort). The sequence of presentation of the 20 situations was arranged in four different randomized orders. The results by and large confirmed the previous one. Able students are more rewarded than unable ones; those who show effort are rewarded more than those who do not; and better outcomes are rewarded more than poor ones. When interactions are considered, the tendency is to reward more the able students who show effort when they attain good outcomes; in the case of bad results, the data tend to show that able students who do not show effort are ess punished than students who do not show effort. The authors conclude recommending that theachers should reinforce more the feeling of internality of their students, rewarding their effort and helping them feel responsible four their outcomes. ...
Contido em
Educação & realidade. Porto Alegre. Vol. 6, n. 2 (maio/ago. 1981), p. 7-28
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