Campo-contra-campo da experiência

Abstract

O presente estudo incorpora a montagem como metodologia para articular o termo campo-contra-campo em movimentos e fluxos diversos da ideia de pontos de vista opostos. Interessa entrelaçar práticas de produção de imagem e o processo de trabalho à vivência e ao cotidiano do lugar da pesquisa, no sentido de conectar visualidades às corporalidades de um conjunto de ideias e práticas de diferentes campos, saberes, estudos, mundos e bibliotecas. A experiência como condição de fundo é permeada por um modo de ser correspondente a um modo de vida e de pesquisa. Posicionar o corpo neste território implica, sob a perspectiva de um corpolugar, gerar possibilidades de um pensar e fazer-com o lugar, pelo caminho da proximidade e da interdependência. Um pensamento-imagem emerge de anotações, leituras, sonoridades, memórias, objetos e outros elementos que, retirados do seu estado habitual, agem e produzem marcas, acasos, relações e compõem um horizonte subjetivo implicado sobre o mundo, alimentado por trabalhos de outros pesquisadores, pensadores, poetas, praticantes, sobre processos de cultivo, regeneração e deterioração, noções que impulsionam intersecções entre desenho, filme e publicação. Neste espaço de imediação da pesquisa, atravessado por distintas temporalidades, o filme A NOITE MAIS LONGA nos acontece em atos entrelaçados aos espaços, aos fenômenos, aos corpos e às combinações de uma forma-de-vida.

The present study incorporates the methodology of the montage to articulate the term field-counter-field (champ-contre-champ) in other movements and flows besides the idea of opposing points of view. The intention is to interlace practices of image production and the work process to the experience and everyday life in the place of research, in order to connect visualities to the corporalities of a set of ideas and practices from different fields, knowledges, studies, worlds and libraries. Experience as a background condition is permeated by a way of being corresponding to a way of life and of research. Positioning the body in this territory implies, from the perspective of a corpolugar (meaning body and place as a whole), generating possibilities of thinking and making-with place, through proximity and interdependence. A thought-image emerges from notes, readings, sounds, memories, objects and other triggering elements which, removed from their usual state, act and produce marks, accidents, relations and compose a subjective horizon, implicated in the world, nourished by the work of other researchers, thinkers, poets, practitioners, about crops, regeneration processes, deteriorations and disappearances, notions that drive the intersections between drawing, film and publishing. In this space of immediacy of the research, crossed by distinct temporalities, the film THE LONGEST NIGHT happens to us in acts interlaced to the spaces, to the phenomena, to the bodies and to the combinations of a form-of-life.