A avaliação psiquiátrica de crianças e adolescentes surdos e deficientes auditivos : uma revisão narrativa
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Data
2023Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Assunto
Resumo
Introdução: A perda auditiva impacta a qualidade de vida, está associada a maior prevalência de transtornos psiquiátricos e, frente às barreiras de comunicação, levanta-se reflexão sobre como a avaliação psiquiátrica de crianças e adolescentes pode ser realizada levando em consideração contextos linguísticos, sociais e culturais de uma população muito heterogênea. Considera-se surdo o indivíduo que faz uso da língua de sinais e integra a comunidade surda, já o indivíduo deficiente auditivo faz ...
Introdução: A perda auditiva impacta a qualidade de vida, está associada a maior prevalência de transtornos psiquiátricos e, frente às barreiras de comunicação, levanta-se reflexão sobre como a avaliação psiquiátrica de crianças e adolescentes pode ser realizada levando em consideração contextos linguísticos, sociais e culturais de uma população muito heterogênea. Considera-se surdo o indivíduo que faz uso da língua de sinais e integra a comunidade surda, já o indivíduo deficiente auditivo faz uso da língua falada/escrita e não participa da comunidade surda, e para referir-se a ambos, utiliza-se o termo indivíduo com perda auditiva. Justificativa: Adaptações à modalidade de comunicação preferida pelo paciente com perda auditiva são desafiadoras, mas necessárias para uma avaliação psiquiátrica adequada. Objetivo: Estudar na literatura internacional como é realizada a avaliação psiquiátrica de crianças e adolescentes surdos e deficientes auditivos. Metodologia: Revisão narrativa da literatura, nas bases de dados PubMed, Scielo, Google Scholar, além de estudos citados nos artigos encontrados. Resultados e discussões: A construção de uma equipe capacitada para a avaliação psiquiátrica da criança e adolescente com perda auditiva envolve sensibilidade cultural, o uso do intérprete da língua de sinais, adaptações técnicas da entrevista, conhecimento a respeito do desenvolvimento típico da criança com perda auditiva, características que se relacionam diretamente com a surdez e que podem confundir o diagnóstico, avaliação adequada da surdez, da capacidade de comunicação do paciente e de seus familiares e o contexto onde estão inseridos. Conclusão: A surdez propriamente dita é insuficiente para justificar a maior prevalência de transtornos psiquiátricos nesses indivíduos. As barreiras na comunicação e os eventos de vida adversos parecem explicar melhor o estresse imposto a essa população e por consequência, ela se torna mais vulnerável ao desenvolvimento de sintomas psiquiátricos. Por isso, a avaliação psiquiátrica deve levar em consideração múltiplos aspectos relacionados à vivência do paciente com perda auditiva, e para isso, faz-se necessário falar a língua dele e entender sua cultura. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Infância e Adolescência.
Coleções
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Ciências da Saúde (1512)
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