Associação entre sintomas depressivos com desfechos clínicos e funcionais em pacientes idosos hospitalizados e 3 meses após a alta

Abstract

Introdução: A depressão é comum e subdiagnosticada em idosos e os sintomas costumam piorar em períodos de internação. Estudos prévios avaliaram a prevalência e associação de sintomas depressivos e desfechos negativos em idosos internados, com achados de piora funcional, reinternação e óbito intra-hospitalar. Este estudo tem por objetivo avaliar a prevalência de sintomas depressivos em idosos internados e associação com outras ferramentas de avaliação geriátrica, testes de desempenho físico e desfechos de perda funcional, óbito e reinternação, 3 meses após a alta hospitalar. Métodos: Foi conduzido um estudo de coorte prospectivo em pacientes internados na Unidade Álvaro Alvim do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os critérios de inclusão foram ter mais de 65 anos e aceitar participar do estudo. A amostra era composta de 162 pacientes, para os quais foi realizada uma Avaliação Geriátrica Global com testes de desempenho físico. Após três meses, foram registrados os desfechos de óbito, reinternação e perda funcional. Resultados: A prevalência de sintomatologia depressiva na amostra foi de 32,1%, com associação estatisticamente significativa com déficit cognitivo, desnutrição, fragilidade, dependência para atividades instrumentais e básicas de vida diária, alteração em todos os testes de desempenho físico e perda funcional três meses após a alta hospitalar. Conclusão: Sintomas depressivos em idosos internados têm associação com fragilidade, desnutrição, dependência funcional e pior desempenho em testes físicos, além de estarem associados a perda de funcionalidade três meses após a alta hospitalar.