Abordagem química e investigação do efeito anti-inflamatório de Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen em modelos pré-clínicos
Visualizar/abrir
Data
2020Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Acmella oleracea (Asteraceae), popularmente conhecida como jambu, é uma espécie utilizada no norte do Brasil e regiões tropicais do planeta em função de suas propriedades medicinais de combate a dor de dente e afecções bucais, além de seu uso como ingrediente na culinária, devido ao efeitos de pungência e salivação. Sua composição conta com a presença de N-alquilamidas, metabólitos formados por uma cadeia longa alifática, ligada a uma porção amida e radical posterior específico, sendo o espilan ...
Acmella oleracea (Asteraceae), popularmente conhecida como jambu, é uma espécie utilizada no norte do Brasil e regiões tropicais do planeta em função de suas propriedades medicinais de combate a dor de dente e afecções bucais, além de seu uso como ingrediente na culinária, devido ao efeitos de pungência e salivação. Sua composição conta com a presença de N-alquilamidas, metabólitos formados por uma cadeia longa alifática, ligada a uma porção amida e radical posterior específico, sendo o espilantol o metabólito mais conhecido, além de estar associado às propriedades biológicas da espécie. As N-alquilamidas estão conectadas a propriedades farmacológicas, tais como anti-inflamatória, analgésica, estimulante, diurética, anti-obesidade, antisséptica dentre outras. Desta forma, este trabalho procurou avaliar a composição química de N-alquilamidas presentes nos extratos de folhas (AOEE-L) e flores (AOEE-F) de A. oleracea, através da técnica de CLAE-ESI-MS/MS, além de efeitos anti-inflamatórios in vitro empregando-se a linhagem celular A7r5 (células vasculares de músculo liso), através da inibição da atividade da enzima quimase, óxido nítrico (NO) e aspectos antioxidantes. Além disso, avaliou-se a atividade anti-inflamatória in vivo, através do ensaio de edema em pata de ratos com indução por formalina, análise de NO plasmático, parâmetros bioquímicos e avaliação histológica. Os resultados para as análises químicas revelaram a presença de onze N-alquilamidas distintas, distribuídas entre ambos os extratos. A avaliação in vitro resultou em inibição de 79,4% de quimase para AOEE-L, 89,2% para AOEE-F e 66,3% para espilantol, nas doses máximas ensaiadas. A avaliação antioxidante resultou em redução da produção de óxido nítrico em até 70% (extratos e espilantol), redução de 60,2, 75,8 e 39% para o ânion O2•-, e aumento de cinco a sete vezes na atividade de CAT, para AOEE-L, AOEE-F e espilantol em suas doses máximas. Para os ensaios in vivo, a dose de 100 mg/kg dos extratos AOEE-L, AOEE-F e 6,2 mg/kg de espilantol, reduziram em 80, 90 e 100% a formação do edema, decorridos 240 min do tratamento, respectivamente. Quanto ao NO plasmático, houve uma redução na sua formação em torno de 79, 76,1 e 94,5%, para AOEE-L, AOEE-F e espilantol, nas doses máximas testadas. Os cortes histológicos demonstraram uma redução do infiltrado leucocitário após o tratamento com os extratos e espilantol. Verificou-se que nenhum extrato ou mesmo o espilantol induziu toxicidade hepática ou renal, conforme avaliado pelos parâmetros bioquímicos. O mecanismo de ação proposto para a atividade anti-inflamatória dos extratos de A. oleracea envolve a inibição de quimase, redução de NO e atividade antioxidante. A atividade anti-inflamatória significativa verificada no presente trabalho prova que A. oleracea e espilantol possuem potencial para o desenvolvimento de um possível medicamento anti-inflamatório. ...
Abstract
Acmella oleracea (Asteraceae), popularly known as jambu, is a species used in northern Brazil and tropical regions of the planet due to its medicinal properties to combat toothache and oral diseases, in addition to its use as an ingredient in cooking, due its pungency and induction of salivation. The chemical composition includes the presence of N-alkylamides, metabolites composed by a long aliphatic chain linked to an amide portion and a number of specific radicals. Spilanthol is the most well ...
Acmella oleracea (Asteraceae), popularly known as jambu, is a species used in northern Brazil and tropical regions of the planet due to its medicinal properties to combat toothache and oral diseases, in addition to its use as an ingredient in cooking, due its pungency and induction of salivation. The chemical composition includes the presence of N-alkylamides, metabolites composed by a long aliphatic chain linked to an amide portion and a number of specific radicals. Spilanthol is the most well-known metabolite, associated with the biological properties of Acmella oleracea. N-alkylamides are associated to a number of pharmacological properties, such as anti-inflammatory, analgesic, stimulant, diuretic, anti-obesity, antiseptic, among others. In this way, this work aims to evaluate the chemical composition of N-alkylamides present in the extracts of leaves (AOEE-L) and flowers (AOEE-F) of A. oleracea, by CLAE-ESI-MS/MS, the anti-inflammatory in vitro activity using the cell line A7r5 (vascular smooth muscle cells), by inhibition of chymase enzyme activity, nitric oxide (NO) and also antioxidant aspects. The anti-inflammatory activity was also evaluated in vivo, using the formalin-induced rat paw edema assay, plasma NO analysis, biochemical parameters and histological evaluation. The results for the chemical analysis revealed the presence of eleven distinct N-alkylamides, distributed between both extracts. The in vitro evaluation resulted in an inhibition of 79.4% of chymase activity for AOEE-L, 89.2% for AOEE-F and 66.3% for spilanthol, at the highest concentrations tested. The antioxidant evaluation resulted in a reduction of nitric oxide production by up to 70% (extracts and spilanthol), a reduction of 60.2, 75.8 and 39% for the anion O2•-, and an increasement of five to seven times the CAT activity, for AOEE-L, AOEE-F and spilanthol in their highest concentrations. For the in vivo tests, the dose of 100 mg/kg of AOEE-L, AOEE-F and 6.2 mg / kg of spilanthol extracts, reduced edema formation by up to 80, 90 and 100%, after 240 min of treatment, respectively. As for plasma NO, a reduction in its formation around 79, 76.1 and 94.5% was detected, for AOEE-L, AOEE-F and spilanthol, at the highest doses tested. Histological sections showed a reduction in leukocyte infiltrate after treatment with extracts and spilanthol. It was found that extracts or spilanthol did not induce hepatic or renal toxicity, as assessed by appropriated biochemical parameters. The proposed mechanism of action for the anti-inflammatory activity of A. oleracea extracts involves chymase inhibition, NO reduction and antioxidant activity. The significant anti-inflammatory activity verified in the present study proves that A. oleracea and espilantol have potential for the development of a possible anti-inflammatory phytomedicine. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Farmácia. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas.
Coleções
-
Ciências da Saúde (9085)Ciências Farmacêuticas (738)
Este item está licenciado na Creative Commons License