Das camadas do olhar às ideias da crítica : a pintura de paisagem de Hipólito Caron

Abstract

Este trabalho aborda a pintura de paisagem de Hipólito Boaventura Caron (1862-1892), entre os anos de 1882 e 1891, tendo como linha condutora a reflexão sobre a representação. Interrogamos sua produção paisagística refletindo sobre a injunção entre a percepção da natureza e a mediação de outras imagens da arte, utilizando-nos das considerações de Ernst Gombrich sobre a dinâmica do “esquema e correção” na criação de uma imagem verossimilhante, bem como das asserções de Emanuele Coccia, que toma a imagem como lugar intermediário (metaxu). Pesquisamos documentos junto a diferentes instituições para reconstituir no percurso formativo do artista quais teriam sido suas referências (as camadas de seu olhar) e as concepções de paisagem transmitidas por seus mestres. Aliamos a esta a investigação das ideias sobre a paisagem difundidas na crítica da arte nos periódicos fluminenses, comparando-as com aquelas da crítica francesa. Dessa forma, estendemos a reflexão à questão mais ampla da discussão sobre a paisagem como elemento na formação artística nacional.

Cette thèse traite de la peinture de paysage de Hipólito Boaventura Caron, entre les années 1882 et 1891, ayant pour thème principal la réflexion sur la représentation. Nous interrogeons sa production paysagère en réfléchissant à l'injonction entre la perception de la nature et la médiation d'autres images d'art, en utilisant les considérations d'Ernst Gombrich sur la dynamique du schéma et de la correction dans la création d'une image de vraisemblance, ainsi que les affirmations d'Emanuele Coccia qui prend l'image comme un lieu intermédiaire (metaxu). À cette fin, nous avons recherché des documents provenant de différentes institutions afin de reconstituer le parcours de formation de l'artiste, qui aurait été ses références, les couches de son regard, et les conceptions du paysage transmises par ses maîtres. Nous combinons cela avec l'investigation des idées sur le paysage diffusées dans la critique d'art des périodiques de Rio de Janeiro, en les comparant avec celles des critiques français. De cette façon, nous étendons la réflexion à la discussion plus large autour de la discussion du paysage comme élément de la formation artistique nationale.

In this thesis, we discuss Hipólito Bonaventura Caron's (1862-1892) landscape painting from 1882 to 1891 from the point of view of thinking about representation. We interrogate his landscape production by reflecting on the connection between the perception of nature and the mediation of other art images. In doing so, we draw on Ernst Gombrich's reflections on the dynamics of "schema and correction" in the creation of a truthful image, as well as on the claims of Emanuele Coccia, who considers the image as a mediating site (metaxu). We researched documents from various institutions to reconstruct the artist's career, his references (the layers of his gaze), and the ideas of landscape transmitted by his masters. We also examined the ideas about landscape disseminated in the art criticism of the magazines of Rio de Janeiro and compared them with those of the French critics. In this way, we extend the reflection to the broader question of the discussion of landscape as an element of national artistic formation.