Complicações pós-operatórias precoces em hernioplastias umbilicais : ensaio clínico randomizado duplo-cego comparativo das técnicas onlay e pré-peritoneal
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Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A literatura preconiza o reforço da parede abdominal com telas no tratamento de hérnias umbilicais a fim de reduzir os índices de recidiva. Embora a escolha do plano anatômico para instalação da tela na parede anterolateral do abdome tenha diferentes implicações na incidência de complicações pós-operatórias, dor crônica e recorrência, não existe consenso quanto à melhor técnica de reparo. Objetivo: Comparar as técnicas de hernioplastia umbilical onlay e pré-peritoneal em relação à i ...
Introdução: A literatura preconiza o reforço da parede abdominal com telas no tratamento de hérnias umbilicais a fim de reduzir os índices de recidiva. Embora a escolha do plano anatômico para instalação da tela na parede anterolateral do abdome tenha diferentes implicações na incidência de complicações pós-operatórias, dor crônica e recorrência, não existe consenso quanto à melhor técnica de reparo. Objetivo: Comparar as técnicas de hernioplastia umbilical onlay e pré-peritoneal em relação à incidência de complicações pós-operatórias precoces. Método: Ensaio clínico randomizado duplo-cego conduzido em pacientes femininas, maiores de 18 anos, com diagnóstico de hérnia umbilical primária não complicada, atendidas no serviço de cirurgia de hospital secundário vinculado à residência médica. As participantes foram alocadas em dois grupos conforme a técnica executada (onlay ou pré-peritoneal). Os dados clínico-cirúrgicos, tamanho do defeito, tempo cirúrgico, complicações de ferida operatória, dor pós-operatória (Escala Visual Analógica, EVA) e recorrência foram analisados conforme protocolo padronizado. Resultados: A amostra foi constituída de 56 pacientes, sendo 30 no grupo onlay e 26 no grupo pré-peritoneal. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos em relação aos dados demográficos, comorbidades ou tamanho do defeito. A mediana do tempo cirúrgico foi significativamente menor no grupo de reparo pré-peritoneal (50.5 vs 67.5 min, respectivamente, p=0.03). A incidência geral de complicações de ferida operatória foi de 21.4% (n=12), sendo significativamente maior no grupo onlay (33% vs 7.7%; p=0.02, IC 95% 0.03 - 0.85), sobretudo devido a seromas. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à pontuação EVA em nenhum dos momentos avaliados. Após seguimento máximo de 48 meses, uma recorrência foi observada no grupo onlay. Na regressão logística múltipla, a técnica onlay foi o único fator de risco independente para complicações de ferida operatória. Conclusão: Os dados apresentados indicam superioridade da técnica pré-peritoneal comparada à técnica onlay no reparo de hérnias umbilicais primárias em termos de morbidade de ferida operatória, contribuindo, portanto, para diretrizes futuras e recomendações para seleção do plano anatômico da tela. É prevista a continuidade desse projeto, com inclusão de mais participantes e conclusão do follow-up, na expectativa de comparar ambas as técnicas em relação aos desfechos de longo prazo. ...
Abstract
Background: Current evidence supports mesh reinforcement to improve long-term results after surgical treatment of primary uncomplicated umbilical hernias. The anatomical plane for mesh insertion has been suggested to have a direct bearing on the incidence of surgical site occurrences, postoperative pain, and recurrence in ventral hernia repairs; however, its ideal location for umbilical defects is not yet established. Aim: To compare the incidence of short-term complications following onlay ver ...
Background: Current evidence supports mesh reinforcement to improve long-term results after surgical treatment of primary uncomplicated umbilical hernias. The anatomical plane for mesh insertion has been suggested to have a direct bearing on the incidence of surgical site occurrences, postoperative pain, and recurrence in ventral hernia repairs; however, its ideal location for umbilical defects is not yet established. Aim: To compare the incidence of short-term complications following onlay versus preperitoneal mesh placement in elective open umbilical hernia repairs. Methods: This report presents preliminary data from a randomized double-blind study conducted on female patients with primary umbilical hernias admitted to a secondary hospital, in a residency training program setting. To the date, 56 subjects were randomly assigned to either onlay (n=30) or preperitoneal (n=26) mesh repair group. Data on baseline demographics, past medical history, perioperative details, postoperative pain (Visual Analogue Scale, VAS), surgical site occurrences (SSOs), and recurrence were assessed using a standardized protocol. Results: No statistically significant differences were observed between groups regarding patients’ demographics, comorbidities, or defect size. Operative time averaged 67.5 (28 – 110) minutes for onlay and 50.5 (31 – 90) minutes for preperitoneal repairs, p=.03. The overall rate of SSOs was 21.4% (n=12), mainly in the onlay group (33% vs 7.7%; p=0.02, 95% CI 0.03 – 0.85) and mostly due to seromas. There were no between-group significant differences in postoperative VAS scores at all timepoints. After a maximum follow-up of 48 months, one recurrence was reported in the onlay group. By logistic regression analysis, the onlay technique was the only independent risk factor for SSOs. Conclusion: The presented data identified a decreased wound morbidity in preperitoneal umbilical hernia repairs, thus contributing to the limited body of evidence regarding mesh place selection in future guidelines. Further cases from this ongoing study and completion of follow-up are expected to also compare both techniques in terms of long-term outcomes. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Cirúrgicas.
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