Mudanças climáticas: a cobertura local de um problema global nos portais de notícia do Rio Grande do Sul
Visualizar/abrir
Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
O objetivo principal deste trabalho é analisar a cobertura das mudanças climáticas nos portais jornalísticos do Rio Grande do Sul. Primariamente documental, conforme definição de Gil (2008), a pesquisa segue as recomendações de Yamaoka (2008) para investigações na internet e os passos de Análise Documental descritos por Moreira (2008). O objeto empírico compreende todas as publicações nos portais de GZH, Correio do Povo, Jornal do Comércio, Sul21 e Matinal Jornalismo com aparições dos termos “m ...
O objetivo principal deste trabalho é analisar a cobertura das mudanças climáticas nos portais jornalísticos do Rio Grande do Sul. Primariamente documental, conforme definição de Gil (2008), a pesquisa segue as recomendações de Yamaoka (2008) para investigações na internet e os passos de Análise Documental descritos por Moreira (2008). O objeto empírico compreende todas as publicações nos portais de GZH, Correio do Povo, Jornal do Comércio, Sul21 e Matinal Jornalismo com aparições dos termos “mudanças climáticas”, “mudança climática” e “aquecimento global”, publicadas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2021, um ano marcado por diferentes eventos internacionais sobre o assunto, como a Cúpula do Clima, a COP 26 e a publicação do sexto relatório de avaliação do IPCC. As reportagens produzidas pelos veículos locais com foco nas mudanças climáticas, em específico, são analisadas de forma descritiva sob a luz dos requisitos do Jornalismo Ambiental apresentados por Girardi, Camana e Loose (2015) e Bueno (2007). Também é verificado como as possibilidades do webjornalismo são exploradas, a partir das sete características apresentadas por Canavilhas (2014), considerando o atual momento do jornalismo pós-industrial, em que a utilização de tais recursos é colocada como essencial para a sobrevivência dos veículos jornalísticos (ANDERSON; BELL; SHIRKY, 2013). A análise ilumina certos padrões na cobertura da emergência climática no Rio Grande do Sul, que é bastante reativa aos eventos internacionais ligados às mudanças do clima, se apoia de forma sistemática no material de agências de notícias e que segue bastante vinculada às editorias de economia dos veículos de comunicação (com um enfoque em temas que tangem o agronegócio). É constatado que a visão sistêmica, essencial no Jornalismo Ambiental, é deixada de lado por uma perspectiva fragmentada e que as reportagens falham em abordar o caráter antropogênico das mudanças do clima. A cobertura local aparentemente também tem deixado de lado uma heurística de medo em relação aos impactos das mudanças do clima em prol de discussões sobre medidas de mitigação e adaptação ao fenômeno, uma abordagem que pode ser positiva — visto que evita o tom sensacionalista e catastrofista encontrado anteriormente nas notícias e reportagens sobre o tema — mas que pode ser contraprodutivo, por trazer de forma acrítica e bastante otimista as possíveis soluções tecnológicas para a crise climática. Concluímos destacando que ainda há um longo caminho pela frente tanto para o jornalismo sobre mudanças climáticas, quanto para o webjornalismo dentro das redações dos portais gaúchos, mas que justamente a exploração desses recursos da web, ainda incipientes nas produções analisadas, tem potencial para enriquecer a cobertura ambiental. ...
Abstract
The main objective of this study is to analyze how the news outlets from Rio Grande do Sul are covering climate change on their websites. Primarily documentary, as defined by Gil (2008), the research follows the recommendations from Yamaoka (2008) in regards to studies conducted on the internet and the steps of Documental Analyses as presented by Moreira (2008). The empirical object includes all the publications from the portals GZH, Correio do Povo, Jornal do Comércio, Sul21 e Matinal Jornalis ...
The main objective of this study is to analyze how the news outlets from Rio Grande do Sul are covering climate change on their websites. Primarily documentary, as defined by Gil (2008), the research follows the recommendations from Yamaoka (2008) in regards to studies conducted on the internet and the steps of Documental Analyses as presented by Moreira (2008). The empirical object includes all the publications from the portals GZH, Correio do Povo, Jornal do Comércio, Sul21 e Matinal Jornalismo in which appeared references to the terms “mudanças climáticas”, “mudança climática” and “aquecimento global” — the most common terms utilized in regards to climate change in Brazil — published between january 1st and december 31st of 2021, a year marked by a series of international events on the subject, as the Leaders Summit on Climate, the COP 26 and the publication of the Sixth Assessment Report by IPCC.The reporting pieces produced by the local media focused on climate change, in specific, are analyzed by a descriptive method, in light of the requirements of Environmental Journalism presented by Girardi, Camana e Loose (2015) and Bueno (2007). They are also verified in regard of the possibilities presented by web journalism, utilizing the seven characteristics of this type of journalism defended by Canavilhas (2014), considering the current moment of post-industrial journalism, in which the utilization of such resources it put as essential to the survivor of any journalistic vehicle (ANDERSON; BELL; SHIRKY, 2013). The analyzes enlights some patterns on the way climate change is being covered by news media on Rio Grande do Sul, mostly that it is very reactive to international events connected to climate change, that it depends on news agencies on a systematic level and that it is mostly connected to the economy sections of the news outlets (with a grand focus on themes that are connected with the agrobusiness). It was also found that the systematic perspective, essential to Environmental Journalism, is usually left aside on the benefit of a fragmented perspective, and that the reports failed on tackling the anthropogenic origins of climate change. The local coverage also seems to be letting aside a heuristic of fear in regards to the impacts of climate change in benefit of discussions about mitigation and adaptation strategies, a new approach that can be helpful — once it does not descend into the sensationalist and catastrophist tone utilized in the past in reports on the subject — but that can be counterproductive as well, if those strategies are presented on a very positive light, acritically. We conclude by emphasizing that there is still a long way to go for both journalism on climate change and for web journalism within the newsrooms of the local portals, but that precisely the exploitation of these web resources, still incipient in the analyzed productions, has the potential to enrich the environmental coverage. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo.
Coleções
-
TCC Comunicação Social (1937)
Este item está licenciado na Creative Commons License
