Ativismos digitais do movimento afro vegano : uma análise das narrativas performáticas nas mídias sociais
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Data
2022Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Essa tese analisa as narrativas performáticas dos ativistas do Movimento Afro Vegano nas mídias sociais, o tensionamento dos significados e identidades do veganismo. O objetivo geral consistiu em compreender os ativismos digitais do Movimento Afro Vegano a partir das narrativas performáticas de ativistas nas mídias sociais. Foi realizada a análise dos perfis no Instagram de 14 ativistas que se identificaram enquanto afroveganos e atuantes no movimento. Além disso, foram realizadas entrevistas e ...
Essa tese analisa as narrativas performáticas dos ativistas do Movimento Afro Vegano nas mídias sociais, o tensionamento dos significados e identidades do veganismo. O objetivo geral consistiu em compreender os ativismos digitais do Movimento Afro Vegano a partir das narrativas performáticas de ativistas nas mídias sociais. Foi realizada a análise dos perfis no Instagram de 14 ativistas que se identificaram enquanto afroveganos e atuantes no movimento. Além disso, foram realizadas entrevistas em profundidade com esses ativistas, tendo como base um roteiro semiestruturado com questões padronizadas. A coleta dos dados digitais aconteceu entre os meses de maio e dezembro de 2020. Ao todo, foram analisadas 6.870 postagens, sendo divididas em 14 temáticas. Quatro temas foram publicados mais vezes pelos perfis de ativistas analisados: receitas veganas acessíveis (210 publicações); pratos veganos acessíveis (195 publicações); receitas veganas (191 publicações); e alimentação ancestral (110 publicações). Esses ativistas foram classificados por meio dos seguintes atributos sociais: gênero, identificação racial, faixa etária e escolaridade, sendo quatro homens e dez mulheres, com idades entre 18 e 35 anos, uma pessoa com Ensino Médio Incompleto e 13 pessoas com Ensino Superior Completo. As evidências permitem concluir que o antiespecismo e o antirracismo são as pautas principais e recorrentes nas ações e agendas do Movimento Afro Vegano. Entretanto, diferentemente de estudos anteriores que sugerem uma convergência entre os significados dessas pautas, os resultados demonstram que o Movimento Afro Vegano diferencia antirracismo e antiespecismo nas práticas coletivas. Os ativistas se empenham em problematizar as práticas alimentares veganas, olhando para as desigualdades sociais nos veganismos. Eles criticam o universo elitizado de consumo vegano e a reprodução de práticas racistas no seu interior, evidenciando as múltiplas formas de opressão e hierarquização que têm caracterizado esse estilo de vida. Além do mais, esses ativistas buscam oferecer alternativas de alimentação vegana acessível às minorias sociais, resgatando costumes, tradições, condutas e rotinas alimentares de povos ancestrais. E dessa forma, procuram reafirmar a noção de ancestralidade africana como um caminho de reconexão dos povos negros às origens dos alimentos e às suas próprias origens. Isso implica na adequação das práticas e rotinas alimentares desses ativistas aos repertórios culturais específicos, que geralmente são encontrados no alinhamento das pautas do Movimento Afro Vegano com o Movimento Negro. ...
Abstract
This thesis analyzes the performative narratives of the activists of the Afro-Vegan Movement on social media and the tensioning of the meanings and identities of veganism. The general objective was to understand the digital activism of the AfroVegan Movement from the performative narratives of activists on social media. An analysis of the Instagram profiles of 14 activists who identified themselves as Afrovegans and active in the movement was carried out. In addition, in-depth interviews were c ...
This thesis analyzes the performative narratives of the activists of the Afro-Vegan Movement on social media and the tensioning of the meanings and identities of veganism. The general objective was to understand the digital activism of the AfroVegan Movement from the performative narratives of activists on social media. An analysis of the Instagram profiles of 14 activists who identified themselves as Afrovegans and active in the movement was carried out. In addition, in-depth interviews were conducted with these activists, based on a semi-structured script with standardized questions. The collection of digital data took place between the months of May and December 2020. In all, 6,870 posts were analyzed, divided into 14 themes. Four themes were published more often by the profiles of activists analyzed: accessible vegan recipes (210 publications); affordable vegan dishes (195 publications); vegan recipes (191 publications); and ancestral food (110 publications). These activists were classified based on the following social attributes: gender, racial identification, age group and education, with four men and ten women, aged between 18 and 35 years old, one person with incomplete secondary education and 13 people with complete higher education. Evidence allows us to conclude that anti-speciesism and anti-racism are the main and recurring agendas in the actions and agendas of the Afro-Vegan Movement. However, unlike previous studies that suggest a convergence between the meanings of these guidelines, the results demonstrate that the Afro-Vegan Movement differentiates anti-racism and antispeciesism in collective practices. Activists are committed to problematizing vegan food practices, looking at social inequalities in veganism. They criticize the elitist universe of vegan consumption and the reproduction of racist practices within it, highlighting the multiple forms of oppression and hierarchy that have characterized this lifestyle. In addition, these activists seek to offer vegan food alternatives accessible to social minorities, rescuing customs, traditions, behaviors and eating routines of ancestral peoples. In this way, they seek to reaffirm the notion of African ancestry as a way of reconnecting black peoples to the origins of food and to their own origins. This implies adapting these activists' eating practices and routines to specific cultural repertoires, which are usually found in the alignment of the AfroVegan Movement's agenda with the Black Movement. ...
Resumen
Esta tesis analiza las narrativas performativas de los activistas del Movimiento Afro Vegano en las redes sociales y la tensión de los significados e identidades del veganismo. El objetivo general fue comprender el activismo digital del Movimiento Afro Vegano a partir de las narrativas performativas de activistas en redes sociales. Se realizó un análisis de los perfiles de Instagram de 14 activistas que se identificaron como afroveganos y activos en el movimiento. Además, se realizaron entrevis ...
Esta tesis analiza las narrativas performativas de los activistas del Movimiento Afro Vegano en las redes sociales y la tensión de los significados e identidades del veganismo. El objetivo general fue comprender el activismo digital del Movimiento Afro Vegano a partir de las narrativas performativas de activistas en redes sociales. Se realizó un análisis de los perfiles de Instagram de 14 activistas que se identificaron como afroveganos y activos en el movimiento. Además, se realizaron entrevistas en profundidad a estos activistas, a partir de un guión semiestructurado con preguntas estandarizadas. La recolección de datos digitales se llevó a cabo entre los meses de mayo y diciembre de 2020. En total, se analizaron 6.870 publicaciones, divididas en 14 temas. Cuatro temas fueron los más publicados por los perfiles de activistas analizados: recetas veganas accesibles (210 publicaciones); platos veganos asequibles (195 publicaciones); recetas veganas (191 publicaciones); y alimentación ancestral (110 publicaciones). Estos activistas fueron clasificados con base en los siguientes atributos sociales: género, identificación racial, grupo de edad y educación, siendo cuatro hombres y diez mujeres, con edades entre 18 y 35 años, una persona con educación secundaria incompleta y 13 personas con educación superior completa. La evidencia permite concluir que el antiespecismo y el antirracismo son las agendas principales y recurrentes en las acciones y agendas del Movimiento Afro Vegano. Sin embargo, a diferencia de estudios previos que sugieren una convergencia entre los significados de estas directrices, los resultados demuestran que el Movimiento Afro Vegano diferencia el antirracismo y el antiespecismo en las prácticas colectivas. Los activistas están comprometidos a problematizar las prácticas alimentarias veganas, observando las desigualdades sociales en el veganismo. Critican el universo elitista del consumo vegano y la reproducción de prácticas racistas en él, destacando las múltiples formas de opresión y jerarquización que han caracterizado este estilo de vida. Además, estos activistas buscan ofrecer alternativas de alimentación vegana accesibles a las minorías sociales, rescatando costumbres, tradiciones, comportamientos y rutinas alimenticias de los pueblos ancestrales. De esta manera, buscan reafirmar la noción de ascendencia africana como una forma de reconectar a los pueblos negros con los orígenes de la comida y con sus propios orígenes. Esto implica adaptar las prácticas y rutinas alimentarias de estos activistas a repertorios culturales específicos, que generalmente se encuentran en la alineación de la agenda del Movimiento Afro Vegano con el Movimiento Negro. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia.
Coleções
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