Presença de sepse na admissão na UTI como fator de risco para doença crítica crônica : uma análise pareada por escore de propensão
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Data
2021Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Objetivo: uma grande porcentagem de pacientes criticamente enfermos sobrevive à sua doença aguda inicial, mas passa a experimentar falências orgânicas persistentes, necessitando de cuidados intensivos prolongados, uma síndrome conhecida como doença crítica crônica (DCC). Este estudo tem como objetivo avaliar a presença de sepse na admissão na UTI como fator de risco independente para o desenvolvimento de DCC através de uma análise pareada por escore de propensão aplicado na admissão à UTI para ...
Objetivo: uma grande porcentagem de pacientes criticamente enfermos sobrevive à sua doença aguda inicial, mas passa a experimentar falências orgânicas persistentes, necessitando de cuidados intensivos prolongados, uma síndrome conhecida como doença crítica crônica (DCC). Este estudo tem como objetivo avaliar a presença de sepse na admissão na UTI como fator de risco independente para o desenvolvimento de DCC através de uma análise pareada por escore de propensão aplicado na admissão à UTI para avaliar o risco de desenvolvimento de DCC Métodos: foi realizada uma análise post-hoc de uma coorte prospectiva de 2.223 pacientes gravemente enfermos admitidos de janeiro de 2013 a dezembro de 2017 em 3 UTIs diferentes (unidades especializadas em oncologia, transplante e cirurgia torácica) em um hospital universitário terciário. A permanência na UTI de 10 ou mais dias sucessivos foi utilizada como definição para DCC. Avaliado o papel da sepse na admissão como fator associado ao desenvolvimento de doença crítica crônica e então, desenvolvido um escore de propensão considerando fatores associados ao desenvolvimento de doença crítica crônica por modelo multivariado, sendo incluídas as seguintes variáveis: escores de Charlson maior ou igual 3, uso de vasopressores no D1, ventilação mecânica, SAPS 3 elevado, DPOC e o tipo de admissão na UTI. A integridade do modelo foi examinada usando estatísticas e gráficos de diagnóstico padrão e o teste do goodness-of-fit de Hosmer-Lemeshow. Os pacientes foram pareados de acordo com a probabilidade de desenvolver doença crítica crônica conforme o escore de propensão e foram pareados de acordo com a presença ou ausência de sepse da admissão, pelo método de “optimal matching". Todos os testes foram bicaudais e o valor de p <0,05 definiu significância estatística. Todas as análises foram realizadas em R (4.0.3). Resultados: Dos 2.223 pacientes cadastrados, 392 (17,6%) apresentavam sepse na admissão na UTI. Nesta coorte, 724 (32,4%) pacientes necessitaram de vasopressores durante a internação na UTI. 307 pacientes (13,8%) desenvolveram doença crítica crônica. A mortalidade intra-hospitalar e na UTI foi maior entre os pacientes que desenvolveram DCC (óbito na UTI 45,6%, óbito intra-hospitalar 58,6%). Após o pareamento das variáveis do modelo multivariado para o desenvolvimento de DCC associado à presença de sepse na admissão, encontramos 386 pacientes sépticos e 386 pacientes controles. Após o balanço das covariáveis que reduziu a diferença entre os grupos, a presença de sepse na admissão foi associada de forma independente ao desenvolvimento de DCC, OR 3,14 com IC 95% (2.27 – 4.34), juntamente com DPOC, ventilação mecânica e SAPS 3. Conclusão: A presença de sepse na admissão foi um fator de risco independente associado ao desenvolvimento de DCC na população estudada. Os achados deste estudo podem ajudar a identificar os pacientes que apresentam maior risco para o desenvolvimento de DCC, permitindo a prevenção e o reconhecimento precoce dessa condição, a fim de reduzir danos secundários. ...
Abstract
Objective: a great percentage of critically ill patients survive their initial acute illness but develop persistent organ failures necessitating prolonged intensive care, a syndrome known as chronic critical illness (CCI). This study aims to perform a paired analysis through a propensity score in order to assess the presence of sepsis at ICU admission as an independent risk factor for CCI. Methods:a post-hoc analysis of a prospective cohort of all 2223 critically ill patients admitted from janu ...
Objective: a great percentage of critically ill patients survive their initial acute illness but develop persistent organ failures necessitating prolonged intensive care, a syndrome known as chronic critical illness (CCI). This study aims to perform a paired analysis through a propensity score in order to assess the presence of sepsis at ICU admission as an independent risk factor for CCI. Methods:a post-hoc analysis of a prospective cohort of all 2223 critically ill patients admitted from january 2013 to december 2017 at 3 different ICUs (specialized oncology, transplant and thoracic surgery units) in a tertiary university hospital was performed. Permanence at ICU of 10 or more consecutive days was used as definition for CCI. The role of sepsis on admission was assessed as a factor associated with the development of chronic critical illness and then a propensity score was developed considering factors associated with the development of chronic critical illness by a multivariate model, including the following variables: Charlson scores greater than or equal to 3, use of vasopressors on D1, mechanical ventilation, elevated SAPS 3, COPD and type of admission to the ICU. Model integrity was examined using standard diagnostic statistics and plots and Hosmer-Lemeshow for goodness-of-fit. Patients were matched according to the probability of development of chronic critical illness as per the propensity score and were matched for to the presence or absence of sepsis on ICU admission, using the “optimal matching” method. All tests were two-tailed, and p value <0.05 defined statistical significance. All analysis were performed in R (4.0.3). Results: of the 2223 patients enrolled, 392(17.6%) had sepsis on admission to the ICU. Vasopressors were required for 724 (32.4%) patients during their ICU stay and 307 patients (13,8%) developed CCI. In-hospital and ICU mortality was higher among patients who developed CCI (58.6% and 45.6%, respectively). After matching the variables of the multivariate model for the development of CCI associated with the presence of sepsis on admission, 386 septic patients and 386 control patients could be selected according to inclusion and exclusion criteria. After the balance of covariates that reduced the difference between the groups, the presence of sepsis on admission, OR 3,14; IC 95% (2.27 – 4.34), as well as COPD, mechanical ventilation, and SAPS 3, were independently associated with the development of CCI. Conclusion: the presence of sepsis at admission was an independent risk factor associated with development of CCI for the studied population. The findings of this study can help identify patients who are at greater risk for the development of CCI, allowing prevention and the early detection of this condition in order to reduce secondary damage. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas.
Coleções
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Ciências da Saúde (9148)Pneumologia (505)
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