Avaliação das técnicas de dispensação e orientação farmacêutica simuladas em curso de aperfeiçoamento farmacêutico : 2012 a 2016

Abstract

Introdução: A dispensação de medicamentos e a orientação farmacêutica são atividades que envolvem habilidades técnicas e não-técnicas do profissional farmacêutico e que podem ser aperfeiçoadas e desenvolvidas. Nos anos 2012 a 2016, foi realizado curso de capacitação, de abrangência nacional, em parceria com o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nas seis primeiras edições, o curso foi voltado para a qualificação dos farmacêuticos atuantes na atenção básica/primária e, na sétima e última edição, para os farmacêuticos atuantes na saúde indígena. Uma das etapas do curso foi a simulação das técnicas de dispensação e orientação farmacêutica, através do role-play. Objetivos: Avaliar o desempenho dos farmacêuticos nas simulações das técnicas de dispensação e orientação farmacêutica realizadas nas diferentes edições do curso de aperfeiçoamento. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo com análise das gravações das simulações e coleta de dados através de instrumento específico onde foram avaliados comportamentos, habilidades e conhecimentos técnicos dos participantes. Os resultados da pesquisa foram divididos em dois estudos: o primeiro artigo com os resultados das simulações de dispensação e orientação farmacêutica da atenção básica/primária e, o segundo, com os resultados das simulações de dispensação da saúde indígena. Resultados: Nos dois estudos os participantes apresentaram desempenho baixo a regular, com pontuações medianas iguais ou inferiores a 6. No primeiro estudo, os participantes tiveram melhor desempenho no caso simulado de asma. Na dispensação, o quesito com menor assertividade foi na verificação da disponibilidade de tempo do paciente e, na orientação, foi sobre o que fazer com a sobra dos medicamentos. No segundo estudo, a pontuação geral dos participantes variou de 2,4 a 8,3 pontos, de um escore máximo de 10 pontos. Os casos de infecção pediátrica foram os que apresentaram o pior desempenho entre os participantes. A média de tempo para realização da dispensação foi de 8,8 minutos. Conclusão: O desempenho regular a insatisfatório dos participantes nas simulações nos dois estudos reflete o despreparo dos farmacêuticos para a realização da dispensação e orientação farmacêutica.

Introduction: The dispensation and pharmaceutical orientation are activities that involve not only technical but also non-technical skills of the pharmaceutical professional than can be improved as well as developed. Throughout the years of 2012 to 2016, a nationwide training course was held, in partnership between the Ministry of Health and the Federal University of Rio Grande do Sul. In the first six editions, the course focused on providing qualification for pharmacists that work in primary health care, in the seventh and last edition, for pharmacists working in indigenous health. One of the course stages was based on the simulation of dispensing techniques and pharmaceutical guidance through role-play. Objectives: To evaluate the pharmacists' performance in simulations of dispensing and pharmaceutical orientation techniques performed in different editions of the improvement course. Methods: Cross-sectional and retrospective study with analysis of simulations as well as data collection utilizing a specific instrument, being divided into two studies: the first with the results of simulations linked to primary health care and the second related to the results of indigenous health simulations. Results: In both studies, participants had poor to fair performance, with median scores equal to or lower than 6. In the first study, participants performed better in the simulated case of asthma. In dispensing, the issue with less assertiveness was in checking the patient's time availability and, in orientation, was what to do with the leftover medication. In the second study, the overall score of participants ranged from 2.4 to 8.3 points. The cases of pediatric infection presented the worst performance among the participants. The average time to perform the dispensation was 8.8 minutes. Conclusion: The regular and unsatisfactory performance of the participants in the simulations in both studies reflects the pharmacists' lack of preparation for dispensing and pharmaceutical guidance. The use of role-play as an active teaching-learning methodology has proved to be an alternative that allows professionals to improve and transform their practice.