Câncer infantil : tendência de mortalidade em menores de 10 anos no Rio Grande do Sul

Abstract

Contexto: O câncer infantil configura-se como um problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. É considerado raro e distinto quando comparado com o câncer em adultos. Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade por neoplasias malignas na população de menores de 10 anos de idade residente no estado do Rio Grande do Sul, no período de 1996 a 2019. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo ecológico, longitudinal, com abordagem quantitativa. A coleta dos dados foi feita a partir das informações publicamente disponíveis na internet do Sistema de Informações sobre Mortalidade/DATASUS para os códigos CID-10 C00 a D09. Para a análise dos dados, foram considerados sexo, faixa etária, cor/raça, região geográfica de residência e os principais subtipos de câncer. Resultados: Ocorreram 1.681 óbitos (média anual 70,0±16,8 desvios-padrão [DP]) por câncer dos quais 926 (55,1%) do sexo masculino (média anual 38,6±10,5 DP) e 724 (44,9%) do sexo feminino (média anual 31,5±8,3DP). O coeficiente de mortalidade por 100 mil habitantes médio do período foi de 4,3±0,7DP sendo 4,8±1,0DP para o masculino e 4,1±1,1DP para o feminino. Predominou a raça/cor branca (83,6%). Por região de saúde, o coeficiente de mortalidade médio anual variou de 4,0/100 mil/ano na de Santa Cruz até 8,7 na de Botucaraí. As neoplasias malignas do encéfalo representaram o maior grupo (27,01%). A tendência de evolução anual do coeficiente de mortalidade por 100 mil habitantes para ambos os sexos pode ser expressa pela equação de regressão linear: y = -0,0637x + 5,1433 onde x é o ano do período estudado, com R² = 0,3875. Considerações finais. No período estudado, houve redução de casos, com picos em 1997 e em 2008, e predomínio de óbitos em regiões de saúde distantes do eixo da capital do Estado.

Context: Childhood cancer is a public health problem in both developed and developing countries. It is considered rare and distinct when compared to cancer in adults. Objective: To analyze the trend of mortality from malignant neoplasms in the population of children under 10 years of age living in the state of Rio Grande do Sul, from 1996 to 2019. Methodology: This is a descriptive ecological, longitudinal study with a quantitative approach. Data collection was based on publicly available information on the Internet from the Mortality Information System/DATASUS for ICD- 10 codes C00 to D09. For data analysis, gender, age, color/race, geographic region of residence and the main cancer subtypes were considered. Results: There were 1,681 deaths (annual mean 70.0±16.8 standard deviations [SD]) from cancer, of which 926 (55.1%) were male (annual mean 38.6±10.5 SD) and 724 (44.9%) were female (annual mean 31.5±8.3 SD). The average mortality rate per 100 thousand inhabitants for the period was 4.3±0.7 SD being 4.8±1.0 SD for males and 4.1±1.1SD for females. White race/color predominated (83.6%). By health region, the average annual mortality coefficient ranged from 4.0 per 100 thousand inhabitants per year in Santa Cruz to 8.7 in Botucaraí. Brain malignant neoplasms represented the largest group (27.01%). The annual evolution trend of the mortality coefficient per 100,000 inhabitants for both sexes can be expressed by the linear regression equation: y = - 0.0637x + 5.1433 where x is the year of the period studied, with R² = 0, 3875. Final considerations: During the study period, there was a reduction in cases, with peaks in 1997 and 2008, and a predominance of deaths in health regions far from the axis of the state capital.