Desenvolvimento de voice onset time em sistemas multilíngues (português - L1, inglês - L2 e francês - L3) : discussões dinâmicas a partir de diferentes metodologias de análise de processo
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2021Advisor
Academic level
Master
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Abstract in Portuguese (Brasil)
Alicerçada em uma visão de língua à luz da Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos (TSDC: DE BOT et al., 2007; LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2008; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR; DE BOT; LOWIE, 2011; DE BOT, 2017; LOWIE, 2017, entre outros), esta dissertação apresenta uma análise de processo (LOWIE; VERSPOOR, 2015; 2019) do desenvolvimento do padrão de Voice Onset Time (VOT) positivo através das trajetórias individuais de cinco falantes brasileiros nativos de Português e falantes de Inglês como L2 e ...
Alicerçada em uma visão de língua à luz da Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos (TSDC: DE BOT et al., 2007; LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2008; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR; DE BOT; LOWIE, 2011; DE BOT, 2017; LOWIE, 2017, entre outros), esta dissertação apresenta uma análise de processo (LOWIE; VERSPOOR, 2015; 2019) do desenvolvimento do padrão de Voice Onset Time (VOT) positivo através das trajetórias individuais de cinco falantes brasileiros nativos de Português e falantes de Inglês como L2 e de Francês como L3, observando-se os efeitos da influência das línguas tipologicamente diferentes umas das outras e considerando-se uma interconectividade dos subsistemas. Ao longo de um estudo longitudinal de duração de três meses com 12 coletas de caráter semanal, realizamos um estudo no formato A-B-A (Cf. HIVER; AL-HOORIE, 2020), com um período intermediário de intervenção pedagógica (nas semanas condizentes às Coletas 4 a 9) com seis sessões de instrução formal e explícita de aspectos fonético-fonológicos de língua inglesa, a fim de acelerar o processo de desenvolvimento de VOT na L2. Partimos das premissas teóricas atribuídas à TSDC e realizamos três métodos diferentes de investigação empírica (análises de correlações móveis, análises de pico e análises de change-points), a fim de verificar aspectos como interconectividade, complexidade, variabilidade e emergência do desenvolvimento multilíngue. As análises de correlações móveis (Cf. VERSPOOR; VAN DIJK, 2011), através de janelas móveis de 3 e 7 pontos entre os subsistemas linguísticos, indicaram períodos de relação construtiva (correlações positivas) e de relação competitiva (correlações negativas) no desenvolvimento de VOT das línguas. As correlações móveis apontaram um maior período de relação construtiva entre os subsistemas predominantemente no período intermediário, referente ao período de instrução, sobretudo entre as línguas adicionais dos participantes, demonstrando a complexidade das inter-relações do sistema linguístico. As análises de pico (Cf. VAN DIJK; VERSPOOR; LOWIE, 2011), através de Simulações de Monte Carlo com 10.000 interações, demonstraram picos de desempenho ascendentes significativos nas três línguas investigadas, mais uma vez majoritariamente no período intermediário (referente ao período da intervenção), indicando a alta variabilidade do desenvolvimento no processo de aprendizagem. Picos descendentes também foram identificados nas L1 e L3, indicando um comportamento contrário ao da L2. As análises de change-points (Cf. TAYLOR, 2000), através do software Change-Point Analyzer (TAYLOR ENTERPRISES, 2019), detectaram mudanças de fase nos subsistemas linguísticos de todos os participantes, majoritariamente indicando mudanças com aumento dos índices de VOT nas três línguas. Os resultados referentes às mudanças de fase, além de indicarem a influência da L2 sobre os dois outros subsistemas linguísticos na assimilação de categorias fonéticofonológicas, corroboram o princípio de emergência dos estados atratores do sistema. Alinhados à investigação descritiva dos dados, os três métodos de análise se mostraram complementares para detectar as características complexas da mudança ao longo do tempo em comum entre os sistemas multilíngues, provendo insumos teóricos e empíricos que contribuem para uma visão de língua como um SDC. ...
Abstract
Grounded on a view of language as a Complex Dynamic System (DE BOT et al., 2007; LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2008; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR; DE BOT; LOWIE, 2011; DE BOT, 2017; LOWIE, 2017, among others), this Thesis presents a processoriented analysis (LOWIE; VERSPOOR, 2015; 2019) of the development of the positive Voice Onset Time (VOT) pattern, considering the individual trajectories of five native speakers of Brazilian Portuguese who spoke English as an L2 and French as an L3. Such analys ...
Grounded on a view of language as a Complex Dynamic System (DE BOT et al., 2007; LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2008; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR; DE BOT; LOWIE, 2011; DE BOT, 2017; LOWIE, 2017, among others), this Thesis presents a processoriented analysis (LOWIE; VERSPOOR, 2015; 2019) of the development of the positive Voice Onset Time (VOT) pattern, considering the individual trajectories of five native speakers of Brazilian Portuguese who spoke English as an L2 and French as an L3. Such analyses aimed to observe the effects of the mutual influence of typologically different languages, considering the interconnectivity of these subsystems. Throughout a three-month longitudinal study with 12 weekly data collection sessions, we conducted a study in an A-B-A design (Cf. HIVER; AL-HOORIE, 2020), with a period of pedagogical intervention (in the weeks corresponding to Sessions 4 to 9 of the data collection). Six explicit instruction classes on phonetic-phonological aspects of the English language were conducted in order to accelerate the process of VOT development in the L2. Driven by the theoretical premises attributed to CDST, we administered three different methods of empirical investigation (moving correlation analyses, peak analyses and change-point analyses), in order to verify aspects such as interconnectivity, complexity, variability and emergence in the multilingual development. Moving correlation analyses (Cf. VERSPOOR; VAN DIJK, 2011), carried out in moving windows of 3 and 7 points, showed periods of supportive (positive correlations) and competitive (negative correlations) relationships among the language subsystems in the process of VOT development. The moving correlations showed a longer period of supportive relationship between the subsystems (predominantly in the midterm, which referred to the period of explicit instruction), especially among the participants’ additional languages, demonstrating the complexity of the interrelationships of the language system. Peak analyses (Cf. VAN DIJK; VERSPOOR; LOWIE, 2011) through Monte Carlo simulations with 10,000 iterations showed significant increasing performance peaks in the three languages, again mostly in the midterm (pedagogical intervention), which indicates a high rate of variability in the developmental process. Decreasing peaks were also identified in the L1 and L3 subsystems, which indicates an opposite behavior from that of the L2. Change-point analyses (Cf. TAYLOR, 2000), using the Change-Point Analyzer software (TAYLOR ENTERPRISES, 2019), detected phase changes in all the participants’ language subsystems, mostly indicating changes with an increase in VOT measurements in the three languages. The results regarding phase changes suggest the influence of the L2 on the two other language subsystems in the assimilation of phonetic-phonological categories, and also corroborate the emergence of the system’s attractor states. Along with the descriptive investigation of the data, the three methodological approaches proved to be complementary in detecting the complex aspects of change over time, which are common among the subsystems of a multilingual systems, providing theoretical and empirical material that contributes to the view of language as a CDS. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras.
Collections
-
Letters (1758)
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