Abandono da amamentação no primeiro mês após o retorno ao trabalho das servidoras do Hospital de Clínicas de Porto Alegre : prevalência e fatores associados
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Data
2020Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A amamentação pode ser considerada um dos investimentos mais eficazes que um país pode fazer para garantir uma população mais saudável. Apesar disso, os indicadores de aleitamento materno na maioria dos países, incluindo o Brasil, estão aquém da recomendação de 2 anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros 6 meses. Fatores diversos são tidos como influenciadores na manutenção da amamentação, sendo o trabalho materno um importante fator de risco para a descontinuidade dessa prática. ...
Introdução: A amamentação pode ser considerada um dos investimentos mais eficazes que um país pode fazer para garantir uma população mais saudável. Apesar disso, os indicadores de aleitamento materno na maioria dos países, incluindo o Brasil, estão aquém da recomendação de 2 anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros 6 meses. Fatores diversos são tidos como influenciadores na manutenção da amamentação, sendo o trabalho materno um importante fator de risco para a descontinuidade dessa prática. Este estudo justifica-se pela escassez de estudos brasileiros sobre a amamentação na mulher trabalhadora e a convicção de que o reconhecimento dos fatores que facilitam ou dificultam a continuidade da amamentação após o retorno da lactante ao trabalho é importante para o enfrentamento do abandono precoce da amamentação devido ao trabalho materno. Objetivo: Estimar a prevalência de abandono da amamentação até 1 mês após o retorno da mulher ao trabalho e investigar os fatores associados a esse abandono entre trabalhadoras de um hospital geral universitário. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal envolvendo 252 servidoras do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com filhos biológicos com idade entre 12 e 36 meses, não gemelares, que ainda estavam amamentando na época em que retornaram ao trabalho e que não tivessem problemas que afetassem a amamentação. As mulheres foram entrevistadas no seu local de trabalho, respondendo a um questionário especialmente elaborado para a pesquisa, contendo questões sobre características sociodemográficas, a gestação, o parto e a amamentação, além de questões relacionadas diretamente com o trabalho da mulher. A associação entre o desfecho, definido como a interrupção da amamentação no primeiro mês após o retorno da trabalhadora ao local de trabalho, com as variáveis de exposição foi estimada pela razão de prevalência ajustada (RPa) obtida com a utilização de regressão multivariável de Poisson, seguindo um modelo hierárquico. Resultados: Trinta e três mulheres (13%) interromperam a amamentação menos de um mês após o retorno ao trabalho. As seguintes variáveis mostraram associação significativa (p<0,05) com o abandono da amamentação no primeiro mês após o retorno ao trabalho: uso de chupeta (RPa 4,58; IC95% 1,74 – 12,1), coabitação com outra pessoa (RPa 3,77; IC95%1,64 – 8,67), não ter intenção ou ter dúvidas sobre amamentar após o retorno ao trabalho (RPa 3,39 ; IC95%1,21 – 9,53), ter curso superior (RPa 2,66; IC 95% 1,21 – 5,87), não ter apoio do cuidador da criança na amamentação (RPa 2,26; IC95% 1,01 – 5,07) e maior idade da criança quando a mulher retornou ao trabalho (RPa 1,16; IC95% 1,10 – 1,22 para cada mês de idade a mais da criança). A duração do aleitamento materno exclusivo também mostrou associação significativa – a cada dia a mais de amamentação exclusiva, a probabilidade de abandonar a amamentação no primeiro mês após o retorno ao trabalho reduziu em 1% (RPa 0,990; IC95%0,986-0,996). Conclusão: Uso de chupeta, coabitação com outra pessoa, não ter intenção ou ter dúvidas sobre amamentar após o retorno ao trabalho, ter curso superior, não ter apoio do cuidador da criança na amamentação e maior idade da criança quando a mulher retornou ao trabalho foram fatores de risco para a descontinuidade da amamentação no primeiro mês após o retorno da mulher ao trabalho. Maior duração do aleitamento materno mostrou ser um fator de proteção. ...
Abstract
Background: Breastfeeding can be considered one of the most effective investments a country can make to ensure a healthier population. However, in most countries, including Brazil, breastfeeding indicators fall short of what is recommended. Several factors are considered influential in maintaining breastfeeding, with breastfeeding being an important risk factor for the continuity of this practice. The scarcity of Brazilian studies on breastfeeding among working women and the conviction that the ...
Background: Breastfeeding can be considered one of the most effective investments a country can make to ensure a healthier population. However, in most countries, including Brazil, breastfeeding indicators fall short of what is recommended. Several factors are considered influential in maintaining breastfeeding, with breastfeeding being an important risk factor for the continuity of this practice. The scarcity of Brazilian studies on breastfeeding among working women and the conviction that the recognition of factors that facilitate or hinder the continuity of breastfeeding after the return of the nursing mother to work is important to confront the early breastfeeding discontinuation due to the return to work have motivated this study. Objective: To estimate the prevalence of breastfeeding discontinuation up to 1 month after the woman’s return to work and to investigate the factors associated with this discontinuation among female workers in a general university hospital. Methodology: It is a cross-sectional study involving 252 female employees of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) with biological children between 12 and 36 months of age, singleton, who were still breastfeeding at the time they returned to work and had no problems affecting breastfeeding. The women were interviewed at their workplace, answering a questionnaire specially prepared for the survey, containing questions about sociodemographic characteristics, pregnancy, childbirth, and breastfeeding, in addition to questions directly related to woman’s work. The association between the outcome, defined a the interruption of breastfeeding in the first month after the return of the workers to the workplace, and the exposure variables was estimated by the adjusted prevalence ration (PR) obtained using a Poisson multivariate regression, following a hierarchical model. Results: Thirty three women (13%) stopped breastfeeding less than one month after returning to work. The following variables showed a significant association (p˂0.05) with abandonment of breastfeeding in the first month after returning to work: use of pacifier (PR 4.58; CI95% 1.74 – 12.1), cohabitation with another person (PR 3.77; CI95%1.64 – 8.67), not having intention or having doubts about to breastfeed after returning to work (PR 3.39; CI95%1.21 – 9.53), having higher education (PR 2.66; CI 95% 1.21 – 5.87), not having support from child’s caregiver in breastfeeding (PR 2.26; CI95% 1.01 – 5.07) and the higher child’s age when the woman returned to work (PR 1.16; CI95% 1.10 – 1.22 for each additional month of age of the child). The duration of exclusive breastfeeding also showed a significant association: each day more of exclusive breastfeeding, the probability of weaning in the first month after returning to work was reduced by 1% (PR 0.990; CI95% 0.986-0.996). Conclusion: Use of pacifier, cohabitation with another person, not having intention or having doubts about to breastfeed after returning to work, having higher education, not having support from child’s caregiver in breastfeeding and the higher child’s age when the woman returned to work were risk factors for stopping breastfeeding in the first month after the woman's return to work. Longer duration of exclusive breastfeeding proved to be a protective factor. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.
Coleções
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