Avaliação da relação entre a dose individual dos trabalhadores ocupacionalmente expostos a raios x em ambiente hospitalar e seus exames de hemograma para contagem de leucócitos e plaquetas
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
O uso dos raios X no diagnóstico e para guiar procedimentos intervencionistas trouxe inúmeras vantagens à assistência ao paciente, mas agregou riscos à saúde ocupacional da equipe envolvida. Esses profissionais são expostos aos raios X e devem ter o acompanhamento de sua saúde ocupacional. A legislação trabalhista brasileira prevê a realização de exames de hemograma completo com contagem de plaquetas na admissão e semestralmente, embora não existam evidências de que esse biomarcador é adequado ...
O uso dos raios X no diagnóstico e para guiar procedimentos intervencionistas trouxe inúmeras vantagens à assistência ao paciente, mas agregou riscos à saúde ocupacional da equipe envolvida. Esses profissionais são expostos aos raios X e devem ter o acompanhamento de sua saúde ocupacional. A legislação trabalhista brasileira prevê a realização de exames de hemograma completo com contagem de plaquetas na admissão e semestralmente, embora não existam evidências de que esse biomarcador é adequado para avaliar as exposições em baixas doses de radiação. Torna-se essencial avaliar se a dose dos trabalhadores ocupacionalmente expostos à radiação X em ambiente hospitalar são significativas e possuem relação para alteração nas contagens de leucócitos e plaquetas dos exames de hemograma. Para isso foi realizado um estudo observacional retrospectivo considerando uma amostra de 5.968 exames de hemograma e 62.088 doses efetivas mensais dos 766 trabalhadores que exerceram atividades em radiologia diagnóstica e intervencionista, no período de 2009 a 2019. Apenas 5,58% (IC95% 5,41 – 5,77) das doses avaliadas foram acima do nível de registro, 1,03% (IC95% 0,95 – 1,12) foram acima do nível de investigação e 0,78% (IC95% 0,29 – 1,70) atingiram o limite de dose anual. Quando observado os exames de hemograma, 1,09% (IC95% 0,84 – 1,39) destes apresentaram leucopenia e 2,13% (IC95% 1,78 – 2,53) apresentaram trombocitopenia. Quando analisada a dose acumulada em 12 meses e a dose mensal do mês anterior à coleta de sangue, não foi identificada relação estatisticamente significativa para contagem de leucócitos - (b = -0,01 (IC95% -0,03 - 0,01); p = 0,254) e (b = -0,04 (IC95% -0,02 - 0,12); p = 0,606) respectivamente, nem para contagem de plaquetas - (b = -0,52 (IC95% -1,09 - 0,05); p = 0,072) e (b = -0,69 (IC95% -3,63 - 2,25); p = 0,646), respectivamente. Avaliando a relação entre a dose mensal e os exames de hemograma dos IOEs, verifica-se relação estatisticamente significativa, para contagem de leucócitos (b = -0,12 (IC95% -0,19 - -0,04); p = 0,002), mas o mesmo não ocorreu para contagem de plaquetas (b = -1,91 (IC95% -4,93 - 1,11); p = 0,215). A avaliação quanto à probabilidade de doses acima do nível de investigação mensal ou do limite de dose efetiva anual ocasionar alterações no hemograma não mostrou diferença estatisticamente significativa em relação às médias leucocitárias ou plaquetárias. Foi identificada exceção, com diferença estatisticamente significativa, para a associação das doses acumuladas em 12 meses em relação à média da 8 contagem de leucócitos. No entanto, os dois grupos (dose acumulada menor que 20 mSv e dose acumulada maior ou igual a 20 mSv) estão entre os valores de referência normais para contagem de leucócitos. Os achados do presente estudo demonstraram não haver uma relação estatisticamente significativa, com validade clínica, entre as doses efetivas individuais e a contagem de leucócitos e de plaquetas no hemograma em todas as análises realizadas. ...
Abstract
The use of X-rays to diagnose and to guide interventional procedures brought numerous advantages to patient care, but added risks to the occupational health of the staff involved. These professionals are exposed to X-rays and must monitor their occupational health risk. Brazilian Labor Law provides for complete blood count tests with platelet counts at admission and every six months, although studies have shown that this biomarker does not show evidence of low-dose radiation. It is essential to ...
The use of X-rays to diagnose and to guide interventional procedures brought numerous advantages to patient care, but added risks to the occupational health of the staff involved. These professionals are exposed to X-rays and must monitor their occupational health risk. Brazilian Labor Law provides for complete blood count tests with platelet counts at admission and every six months, although studies have shown that this biomarker does not show evidence of low-dose radiation. It is essential to assess whether the occupational radiation X dose to workers in a hospital environment is significant and has a relationship with changes in the leukocyte and platelet counts of the blood count tests. For this purpose, a retrospective observational study was carried out considering a sample of 5,968 blood tests and 62,088 effective monthly doses of the 766 persons who worked in diagnostic and interventional radiology, in the period from 2009 to 2019. Only 5.58% (95% CI, 5.41 - 5.77) of the doses evaluated were above the recording level, 1.03% (95% CI, 0.95 - 1.12) were above the investigation level and 0.78% (95% CI 0.29 - 1, 70) reached the annual dose limit. When analyzing the blood count tests, we observed that 1.09% (95% CI, 0.84 - 1.39) had leukopenia and 2.13% (95% CI, 1.78 - 2.53) had thrombocytopenia. When analyzing the accumulated dose in 12 months and the monthly dose in the month prior to blood collection, no statistically significant relationship was identified with leukocyte count - (b = -0.01 (95% CI -0.03 - 0.01); p = 0.254) and (b = -0.04 (95% CI, -0.02 - 0.12); p = 0.606) respectively, nor for platelet count - (b = -0.52 (95% CI, -1,09 - 0.05); p = 0.072) and (b = -0.69 (95% CI, -3.63 - 2.25); p = 0.646), respectively. Assessing the relationship between the monthly dose and the worker CBC tests, we found a statistically significant association with the leukocyte count (b = -0.12 (95% CI, -0.19 - -0.04); p = 0.002), but the same did not occur for platelet count (b = -1.91 (95% CI, -4.93 - 1.11); p = 0.215). The evaluation regarding the probability of doses above the monthly investigation level or the annual effective dose limit causing changes in the blood count did not show any statistically significant difference in relation to leukocyte or platelet averages. An exception was identified, with a statistically significant difference, for the association of doses accumulated in 12 months in relation to the average of leukocytes count. However, the two groups (accumulated dose less than 20 mSv and the accumulated dose higher than or equal to 20 mSv) are among the normal reference values for leukocyte count. The findings of the present study demonstrated that there is no statistically 10 significant relationship, with clinical validity, between the individual effective doses and the leukocyte and platelet count in the blood count in all analysis performed. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas.
Coleções
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Ciências da Saúde (9148)Ciências Médicas (1560)
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