Efeito de intervenções farmacêuticas na adesão ao tratamento de depressão : revisao sistemática e metanálise
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Data
2019Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A depressão é uma condição crônica de saúde pública associada a morte prematura e é a terceira causa de anos vividos com incapacidade. Embora os medicamentos antidepressivos apresentem eficácia comprovada, a não adesão é um fator que limita a sua efetividade. Há estudos que mostram um efeito positivo de intervenções do profissional farmacêutico na adesão ao tratamento de doenças crônicas. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se intervenções farmacêuticas podem contribuir na a ...
Introdução: A depressão é uma condição crônica de saúde pública associada a morte prematura e é a terceira causa de anos vividos com incapacidade. Embora os medicamentos antidepressivos apresentem eficácia comprovada, a não adesão é um fator que limita a sua efetividade. Há estudos que mostram um efeito positivo de intervenções do profissional farmacêutico na adesão ao tratamento de doenças crônicas. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se intervenções farmacêuticas podem contribuir na adesão ao tratamento com antidepressivos e melhora nos sintomas depressivos, através de uma revisão sistemática. Métodos: O protocolo da revisão foi registrado no The International Prospective Register of Ongoing Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número CRD42019104713. Foi realizada uma revisão sistemática, com ampla busca nas bases de dados Medline, Embase, CINAHL, Web of Science, Lilacs, Scielo, Cochrane e PsycInfo. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados que medissem o efeito da intervenção do farmacêutico na adesão ao tratamento farmacológico de pacientes adultos ambulatoriais com diagnóstico de depressão, independentemente do método para estimar a adesão. Não foi feita restrição de idioma ou de tempo. Os estudos foram selecionados por dois revisores independentes, com revisão de terceiro para as discrepâncias. A extração de dados foi feita utilizando planilha eletrônica. Foi realizada avaliação de risco de viés dos estudos individuais por meio da ferramenta da Cochrane para ensaios clínicos randomizados. O modelo de efeitos randômicos foi utilizado para cálculo das medidas sumário do desfecho adesão, apresentadas como diferenças médias padronizadas (SDM) e risco relativo (RR), com intervalos de confiança de 95%. A 8 heterogeneidade foi avaliada por meio do teste Q de Cochran. Para fazer as análises estatísticas dos dados utilizou-se o programa R Studio. Resultados: Dos 4034 registros recuperados, foram selecionados 68 para leitura do texto completo. Nesta etapa foram excluídos mais 61 estudos, restando sete para análise. O número de pacientes randomizados nos estudos individuais variou de 63 a 278 (total=1.093), entre os quais dois estudos possuíam menos de 100 participantes. Três estudos eram estadunidenses, dois europeus e dois asiáticos. Os estudos foram heterogêneos nos métodos de estimar adesão e de avaliar a sintomatologia da depressão. As intervenções foram principalmente de aconselhamento individual, com sessões variando de 10 a 25 minutos, uma foi baseada no método de decisão compartilhada e uma possuía contatos de acompanhamento e discussão entre os profissionais de saúde (farmacêuticos e psiquiatras). Os períodos mais utilizados para acompanhamento da adesão foram de três e seis meses. Pela avaliação de risco de viés, quatro dos estudos possuíam alto risco de viés e apenas um possuía risco de viés baixo. Os métodos de aferição da adesão foram variados e indiretos, incluindo autorrelato e registros da farmácia. Os resultados apontaram para uma associação positiva entre adesão e intervenção farmacêutica, com significância estatística nos três primeiros meses de seguimento (RR: 1,31; 95%IC: 1,08-1,58; I²:62%;p=0,03). Nos seis meses de seguimento também apresentou associação positiva, mas sem significância estatística (RR:1,26; 95%IC: 0,96-1,65;I²:71%;p=0,02). Não foi possível analisar relação entre intervenções farmacêuticas e melhora dos sintomas devido à alta heterogeneidade das escalas utilizadas para medir os sintomas depressivos. Conclusões: Os resultados fornecem evidências estatisticamente significativas de benefícios das intervenções do farmacêutico em pacientes ambulatoriais apenas 9 para os três primeiros meses. Devido a importância que diferentes estratégias para melhorar a adesão assumem em condições de saúde como a depressão, mais estudos são necessários para melhorar a qualidade e força das evidências e ampliar para outros desfechos, como melhora dos sintomas depressivos. ...
Abstract
Introduction: Depression is a chronic public health condition associated with premature death and is the third cause of years lived with disability. Although antidepressant drugs are proven to be effective, nonadherence is a factor that limits their effectiveness. There are studies showing a positive effect of pharmacist interventions on adherence to chronic disease treatment. Objective: The aim of this study is to evaluate whether pharmacists’ interventions can contribute to improve adherence ...
Introduction: Depression is a chronic public health condition associated with premature death and is the third cause of years lived with disability. Although antidepressant drugs are proven to be effective, nonadherence is a factor that limits their effectiveness. There are studies showing a positive effect of pharmacist interventions on adherence to chronic disease treatment. Objective: The aim of this study is to evaluate whether pharmacists’ interventions can contribute to improve adherence to antidepressant treatment and depressive symptoms. Methods: The review protocol was registered in The International Prospective Register of Ongoing Systematic Reviews (PROSPERO) number CRD42019104713. A systematic review was performed, with extensive search of Medline, Embase, CINAHL, Web of Science, Lilacs, Scielo, Cochrane and PsycInfo databases. We selected randomized controlled trials that measured the effect of pharmacist intervention on adherence to pharmacological treatment of outpatients diagnosed with depression, regardless of the method for estimating adherence. No language or time restriction has been made. The studies were selected by two independent reviewers, with a third review for discrepancies. Data extraction was done using spreadsheet. Risk assessment of individual study bias was performed using the Cochrane tool for randomized controlled trials. The random effects model was used to calculate the summary measures of the adherence outcome, presented as standardized mean difference (SDM) and relative risk (RR), with 95% confidence intervals. Heterogeneity was assessed using the Cochran’s Q test. To perform the statistical data analysis we used the program R Studio. 11 Results: Of the 4034 retrieved records, 68 were selected to read the full text. At this stage, 61 more studies were excluded, leaving seven for analysis. The number of randomized patients in individual studies ranged from 63 to 278 (total = 1,093), of which two studies had less than 100 participants. Three studies were American, two European and two Asian. Studies were heterogeneous in the methods of estimating adherence and assessing the symptoms of depression. Interventions were mainly individual counseling, with sessions ranging from 10 to 25 minutes, one was based on the shared decision method and one had follow-up and discussion contacts between health professionals (pharmacists and psychiatrists). The most commonly used follow-up periods were three and six months. From the risk of bias assessment, four of the studies had a high risk of bias and only one had a low risk of bias. Adherence measurement methods were varied and indirect, including self-report and pharmacy records. The results pointed to a positive association between adherence and pharmaceutical intervention, with statistical significance in the first three months of follow-up (RR: 1.31; 95% CI: 1.08-1.58; I²: 62%; p = 0.03). In the six months of follow-up, it was also positively associated, but without statistical significance (RR: 1.26; 95% CI: 0.96-1.65; I²: 71%; p = 0.02). It was not possible to analyze the relationship between pharmaceutical interventions and symptom improvement due to the high heterogeneity of the scales used to measure depressive symptoms. Conclusions: The results provide statistically significant evidence of benefits from pharmacist interventions in outpatients only for the first three months. Due to different strategies importance adherence improvement in health conditions such as depression, further studies are needed to improve the quality and strength of evidence and broaden to other outcomes, such as improvement of depressive symptoms. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.
Coleções
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