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Qualidade de vida de indivíduos transgêneros masculinos e femininos que fazem uso de tratamento hormonal cruzado
dc.contributor.advisor | Spritzer, Poli Mara | pt_BR |
dc.contributor.author | Silva, Eliane Dias da | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2020-03-19T04:14:47Z | pt_BR |
dc.date.issued | 2019 | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10183/206866 | pt_BR |
dc.description.abstract | A disforia de gênero é definida pela incongruência entre o gênero de nascimento e o gênero de identidade, com duração superior a 6 meses. Esta condição está associada a um sentimento de insatisfação persistente com o sexo designado ao nascimento e um desejo de tornar seu corpo compatível com o sexo desejado, seja através do tratamento hormonal cruzado e/ou da cirurgia de afirmação sexual. Os indivíduos submetidos ao tratamento hormonal cruzado podem apresentar melhora da qualidade de vida com o tratamento adequado. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a qualidade de vida das mulheres e homens trans que fazem uso de tratamento hormonal cruzado, verificar associações entre escores de qualidade de vida e características clínicas do gênero de identidade e entre escores de qualidade de vida e variáveis sociodemográficas, em ambos os grupos. Para isso, foi realizado coleta dos dados sociodemográficos tais como nível de escolaridade, situação ocupacional, estado civil, entre outros, no prontuário eletrônico do paciente. O exame físico incluiu grau de desenvolvimento mamário nas mulheres trans e grau de pilificação corporal nos homens trans, por meio da escala de Tanner e a escala de Ferriman-Gallwey, respectivamente. Para avaliação da acústica vocal nos homens trans, foi realizada a gravação da voz em uma cabine audiométrica, posteriormente foram extraídos diferentes parâmetros da gravação, foi considerado uma frequência fundamental entre 80 a 150Hz para os homens. Para avaliar a qualidade de vida, foi utilizado o questionário WHOQOL-bref, os escores de cada domínio foram transformados numa escala de 0 a 100%, sendo que escores mais altos sugerem melhor percepção de qualidade de vida. Para análise estatística, inicialmente, foi realizado análise descritiva dos dados, com cálculo de média e desvios padrão, para as variáveis contínuas. Para as variáveis nominais ou categóricas, foi analisado a frequência e percentagem. Foi realizado teste “t” de Student ou ANOVA, para comparação entre as médias de dois ou mais grupos e as correlações os pelo teste de Pearson. Foi considerado estatisticamente significativo valor de p <0,05. O grupo de participantes são mulheres e homens trans que estão em acompanhamento no ambulatório do PROTIG e no ambulatório de gênero do Serviço de Endocrinologia, ambos do HCPA. Tendo como critérios de inclusão terem mais de 18 anos, diagnóstico confirmado de disforia de gênero e estar em uso por pelo menos seis meses de TH cruzada e de exclusão ter realizado a cirurgia de afirmação sexual. Foram avaliadas 60 mulheres trans e 53 homens trans com média de idade e IMC com intervalo de confiança de 95% de 32,52(30,84-34,20) anos e 27,96(26,97- 28,96) kg/m², respectivamente. A maioria (58,4%) já havia realizado tratamento hormonal cruzado prévio. A média e o intervalo de confiança de 95% de tratamento hormonal cruzado foi de 21,81(20,26-23,36) meses. A maioria possuía mais de 9 anos de escolaridade (75,2%), estavam empregados (69%) e 42.5% estavam em uma união estável. Uma pequena parte (23,9%) realizava atividade física regular. Apenas 11,5% eram tabagistas e 1,8% eram etilistas ou utilizavam drogas ilícitas. Um terço das mulheres trans havia colocado implante de prótese mamária e 51,7% apresentavam desenvolvimento mamário equivalente a Tanner ≤ 3. Apenas 24,5% dos homens trans já haviam realizado mastectomia e 56,6% apresentavam escore de distribuição de pelos corporais Ferriman-Gallwey ≥ 21. Com relação à qualidade de vida, a média dos escores de ambos os grupos foram: 68,23±17,85 no domínio físico, 63,40±17,15 no domínio psicológico, 69,61±20,94 no domínio relações sociais, 60,23±14,55 no domínio do meio ambiente e 73,23±17,82 na qualidade de vida em geral, mas não houve diferença significativa entre os grupos. As mulheres trans apresentaram associação positiva significativa entre os escores de domínio físico e estadiamento de Tanner ≥ 4 (p=0,013), bem como entre domínio de relações sociais e união estável (p=0,011) e IMC (p = 0,024). Os homens trans apresentaram associação positiva significativa entre união estável e os domínios físico (p=0,010), psicológico (p=0,032), relações sociais (p=0,049) e qualidade de vida geral (p=0,049), bem como entre escore de Ferriman-Gallwey ≥21 com os domínios físico (p=0,014), psicológico (p=0,026) e relações sociais (p=0,049). Foi observada associação positiva significativa entre a prática de atividade física e os domínios físicos (p= 0,019), psicológico (p= 0,050), relações sociais (p=0,048) e meio ambiente (p=0,003), e entre estar empregado com os domínios físico (p=0,004) e psicológico (p=0,010). Em uma sub-amostra de 29 homens trans foi realizado análise acústica vocal. Aproximadamente 76% dos individuos não havia realizado tratamento hormonal prévio, e 10,3% reportou tabagismo. Foi observado, uma frequência fundamental e IMC com média e intervalo de confiança de 95% de 117,77(108,71-126,83) Hz e 29,16 (27,02-31,30) kg/m², respectivamente. Foi observado uma associação significativa positiva entre a qualidade de vida em geral e variável Jita (Jitter absoluto) ≤ 83.200us (p=0,049) e uma correlação positiva entre IMC e a frequência fundamental (r = ,604) (p=0,021). Em conclusão, as mulheres trans apresentaram melhores escores de qualidade de vida em relação aos homens trans. Entre as mulheres trans um maior desenvolvimento mamário, relacionamento estável e maior IMC apresentam associação com maiores escores de qualidade de vida. Entre os homens trans, os maiores escores de qualidade de vida foram associados com relacionamento estável, pilificação corporal, atividade física regular e estar empregado. Em relação à acústica vocal, os homens trans com IMC elevado apresentaram f0 mais alta, e maiores escores de qualidade de vida com Jita ≤ 83.200us. | pt_BR |
dc.description.abstract | Gender dysphoria is defined by the incongruence between gender birth and identity gender, lasting more than 6 months. This condition is associated with a feeling of persistent dissatisfaction with sex designated at birth and a desire to make your body congruent with the desired sex, either through cross-sex hormone treatment and/or sexual affirmation surgery. Individuals undergoing cross-sex hormone treatment may present improvement in quality of life with proper treatment. The objectives of the present study were: to evaluate the quality of life of trans women and men who use cross-sex hormone treatment, verify associations between quality of life scores and clinical characteristics of the gender and between quality of life scores and sociodemographic variables in both groups. For this, a collection of sociodemographic data such as level of education, occupational status, marital status, among others, was collected in the patient's electronic medical records. Physical examination included degree of breast development in trans women and degree of body pilification in trans men, through the Tanner scale and the Ferriman-Gallwey scale, respectively. To evaluate vocal acoustics in trans men, voice recording was performed in an audiometric booth, later different recording parameters were extracted, a fundamental frequency between 80 and 150Hz was considered for men. To evaluate quality of life, the WHOQOL-bref questionnaire was used, the scores of each domain were transformed into a scale of 0 to 100%, and higher scores suggest better perception of quality of life. For statistical analysis, initially, descriptive analysis of the data was performed, with calculation of mean and standard deviations, for continuous variables. For nominal or categorical variables, frequency and percentage were analyzed. A test was performed "t" Student or ANOVA, for comparison between the means of two or more groups and the correlations by Pearson's test. A statistically significant p value was considered <0.05. The group of participants are trans women and men who are being monitored at the PROTIG clinic and at the gender clinic of the Endocrinology Service, both at HCPA. Having inclusion criteria as being over 18 years old, a confirmed diagnosis of gender dysphoria and having been in use for at least six months of crossed HT and exclusion having undergone sexual affirmation surgery. Sixty trans women and 53 trans men with a mean age and BMI with a confidence interval of 95% of 32.52(30.84-34.20) years and 27.96(26.97-28.96) kg/m² respectively, were evaluated. The majority (58.4%) had already undergone previous cross-sectional hormone treatment. The mean and confidence interval of 95% of cross-hormonal treatment was 21.81(20.26-23.36) months. The majority had more than 9 years of schooling (75.2%), were employed (69%), and 42.5% were in stable union. A small part (23.9%) performed regular physical activity. Only 11.5% were smokers and 1.8% were alcoholics or used illicit drugs. One third of the trans women had placed breast prosthesis implant sputum and 51.7% presented a breast development equivalent to Tanner ≤ 3. Only 24.5% of trans men had already had mastectomy and 56.6% presented body hair distribution score Ferriman-Gallwey ≥ 21. Regarding the quality of life, the mean quality of the scores of both groups were: 68.23±17.85 in the physical domain, 63.40±17.15 in the psychological domain, 69.61±20.94 in the social relations domain, 60.23±14.55 in the field of the environment and 73.23±17.82 in quality of life in General, but there was no significant difference between groups.. Trans women presented a significant positive association between Tanner's staging physical domain scores ≥ 4 (p=0.013), as well as between domain of social relationships and stable union (p=0.011) and BMI (p = 0.024). Trans men presented a significant positive association between stable union and physical domains (p=0.010), psychological (p=0.032), social relationships (p=0.050) and overall quality of life (p=0.049), as well as between Ferriman-Gallwey score ≥21 with the domains physical (p=0.014), psychological (p=0.026) and social relationships (p=0.050). There was a significant positive association between practice of physical activity and physical (p= 0.019), psychological (p= 0.050), social relationships (p=0.048) and environment domains (p=0.003), in the same way as individuals who were employed with physical (p=0.004) and psychological domains (p=0.010). In a sub-sample of 29 trans men, vocal acoustic analysis was performed, with a mean age of 29.52±7.97 years, with a mean treatment time of 19.72±7.11 months. Approximately 76% of individuals had not undergone previous hormonal treatment, and 10.3% reported smoking. A fundamental frequency and BMI with mean and confidence interval of 95% of 117.77(108.71-126.83) Hz and 29.16 (27.02- 31.30) kg/m² respectively, were observed. A significant association was observed between overall quality of life and variable Jita (Absolute Jitter) ≤ 83.200us (p=0.049) and a significant positive correlation between BMI and fundamental frequency (r = .604) (p=0.021). In conclusion, trans women presented better quality of life scores in relation to trans men. Trans women with a greater breast development, stable relationship and higher BMI have higher quality of life scores. Among trans men, the highest quality of life scores were associated with stable relationship, body pilification, regular physical activity and being employed. Regarding vocal acoustics, trans men with high BMI presented higher f0, and higher quality of life scores with Jita ≤ 83.200us. | en |
dc.format.mimetype | application/pdf | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Open Access | en |
dc.subject | Transgender | en |
dc.subject | Terapia de reposição hormonal | pt_BR |
dc.subject | Voz | pt_BR |
dc.subject | Cross-sex hormone treatment | en |
dc.subject | Qualidade de vida | pt_BR |
dc.subject | Quality of life | en |
dc.subject | Voice | en |
dc.subject | Disforia de gênero | pt_BR |
dc.subject | Transexualidade | pt_BR |
dc.subject | Pessoas transgênero | pt_BR |
dc.subject | Masculino | pt_BR |
dc.subject | Feminino | pt_BR |
dc.title | Qualidade de vida de indivíduos transgêneros masculinos e femininos que fazem uso de tratamento hormonal cruzado | pt_BR |
dc.type | Dissertação | pt_BR |
dc.identifier.nrb | 001113295 | pt_BR |
dc.degree.grantor | Universidade Federal do Rio Grande do Sul | pt_BR |
dc.degree.department | Instituto de Ciências Básicas da Saúde | pt_BR |
dc.degree.program | Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Fisiologia | pt_BR |
dc.degree.local | Porto Alegre, BR-RS | pt_BR |
dc.degree.date | 2019 | pt_BR |
dc.degree.level | mestrado | pt_BR |
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