Contextualização do processo de envelhecimento da população do RS a partir de dados existentes

Abstract

INTRODUÇÃO: O Rio Grande do Sul (RS) será um dos primeiros estados do Brasil a ter uma proporção de idosos maior do que a de crianças. O envelhecimento populacional traz desafios no campo socioeconômico e na saúde pública. Entender os cenários é vital para priorizar áreas de ação política e para garantir que qualquer resposta seja justa. OBJETIVOS: Este estudo tem os objetivos de: 1) Contextualizar o processo de envelhecimento da população do RS. 2) Sistematizar os municípios do RS no período 2015-2017 definindo: a) o índice de envelhecimento e a população total; b) a longevidade e a saúde (Idese Longevidade e Idese Saúde); c) PIB per capita; d) mortalidade por câncer e doenças do aparelho circulatório; e) variação populacional; f) despesas com saúde frente à receita de impostos. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Foi realizado um estudo quantitativo utilizando dados da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Tribunal de Contas do Estado do RS (TCE-RS), relativos ao período 2015-2017. Os dados foram comparados com o Índice de Envelhecimento (IE), que é a razão entre os componentes etários extremos da população, representados por idosos e jovens. RESULTADOS: O RS apresentou IE de 117,66% em 2015 evoluindo para 131,51% em 2017. As regiões Noroeste, Planalto e a fronteira entre o Centro-Leste e a Serra do RS já demonstram alta proporção de idosos. Destaca-se no período 2015-2017 variação populacional negativa nos municípios da Campanha (ex.: Uruguaiana, Alegrete, São Francisco de Assis) e positiva nos centros regionais (ex.: Santa Maria, Passo Fundo, Lajeado) e na região Litorânea (ex.: Capão da Canoa, Tramandaí, Torres). A longevidade, produto de maiores cuidados em saúde, está modificando a incidência das doenças e a mortalidade. As neoplasias foram a principal causa de morte em 119 municípios do RS, no ano de 2015, superando doenças do aparelho circulatório, e em 134, no de 2017. O PIB per capita e o tipo de atividade econômica desenvolvida têm relação com os indicadores de saúde e as mudanças populacionais. As despesas com saúde estiveram na maioria dos municípios acima dos 15%. CONCLUSÃO: Determinantes sociais em saúde devem ser enfrentados com diferentes perspectivas sobre o envelhecimento, uma vez que pode-se observar disparidades no desenvolvimento socioeconômico.

INTRODUCTION: Rio Grande do Sul (RS) will be one of the first states in Brazil to have a higher proportion of elderly than children. Population aging brings challenges in the socioeconomic field and in public health. Understanding scenarios is vital to prioritizing policy areas and ensuring that any response is fair. OBJECTIVES: This study aims to: 1) Contextualize the aging process of the RS population. 2) Systematize the municipalities of RS in the period 2015-2017 defining: a) the aging index and the total population; b) longevity and health (Idese Longevity and Idese Health); c) GDP per capita; d) mortality from cancer and diseases of the circulatory system (DATASUS); e) population variation; f) health expenses against tax revenue. METHODOLOGICAL PROCEDURES: A quantitative study was conducted using data from the Siegfried Emanuel Heuser Foundation for Economics and Statistics (FEE), the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS) and the Court of Auditors of the State of RS (TCE-RS), for the period 2015-2017. Data were compared with the Aging Index (IE), the ratio between the extreme age components of the population, represented by the elderly and young. RESULTS: RS presented an IE of 117.66% in 2015, evolving to 131.51% in 2017. The Northwest, Plateau and the border between the Center-East and Serra do RS already show a high proportion of elderly. In the 2015-2017 period, negative population variation stands out in the Campaign municipalities (eg Uruguaiana, Alegrete, São Francisco de Assis) and positive in regional centers (eg Santa Maria, Passo Fundo, Lajeado) and the Coastal region (eg Capão Canoa, Tramandaí, Torres). Longevity, the product of increased health care, is changing the incidence of disease and mortality. Neoplasms were the leading cause of death in 119 municipalities in the state of Rio Grande do Sul, in 2015, surpassing circulatory diseases, and in 134, in 2017. GDP per capita and the type of economic activity developed are related to the indicators of health and population changes. Health expenditures were in most municipalities above 15%. CONCLUSION: Social determinants in health should be faced with different perspectives on aging, since disparities in socioeconomic development can be observed.