Masculino, o gênero do jornalismo? o tensionamento entre a representação da mulher na mídia tradicional e o movimento feminista em redes sociais digitais
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2019Author
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Abstract in Portuguese (Brasil)
Esta monografia objetiva compreender se e como o movimento feminista organizado de forma espontânea nas redes sociais digitais incidiu no jornalismo a ponto de promover transformações na forma como a mulher é representada pelos meios de comunicação tradicionais. Para isso, mobiliza teorias do campo do Jornalismo e dos Estudos de Gênero que fornecem material empírico para análise de como o discurso jornalístico é perpassado pelas relações de gênero. São reunidas teorias que recortam o jornalismo ...
Esta monografia objetiva compreender se e como o movimento feminista organizado de forma espontânea nas redes sociais digitais incidiu no jornalismo a ponto de promover transformações na forma como a mulher é representada pelos meios de comunicação tradicionais. Para isso, mobiliza teorias do campo do Jornalismo e dos Estudos de Gênero que fornecem material empírico para análise de como o discurso jornalístico é perpassado pelas relações de gênero. São reunidas teorias que recortam o jornalismo como construção social que produz um discurso que é atravessado por valores simbólicos relacionados a diversos marcadores sociais entre os quais o gênero é destacado. Para chegar a esse diálogo entre jornalismo e gênero, partimos da compreensão de acontecimento jornalístico relacionando-a aos conceitos de mapas culturais de significado, de tribo jornalística e de poder simbólico. A discussão avança para o ambiente digital por meio do conceito de ciberacontecimento. Para os estudos de gênero são priorizadas as teorias pós-estruturalistas que questionam a polarização binária masculino-feminino com destaque para a problematização em torno da heteronormatividade como padrão de conduta social. A trajetória histórica do movimento feminista, bem como a posição protagonista da América Latina na contemporaneidade, fixa as bases para compreensão das novas dinâmicas do movimento nas redes sociais digitais. O qual é compreendido por meio da discussão sobre ciberativismo, exemplificado nos três períodos de análise: as Jornadas de Junho de 2013, a Primavera Feminista de 2015 e a campanha Ele Não de 2018. Como método, foi escolhida a Análise de Discurso, para a qual foram selecionadas matérias veiculadas pelo G1, portal de notícias mais acessado no país, segundo o Instituto Verificador de Comunicação, sobre as mobilizações, bem como outras três subsequentes aos movimentos que abordassem outras temáticas na qual a mulher é elemento da narrativa. Por meio do material produzido e analisado, é possível aferir que o jornalismo, assim como outras instituições detentoras de poder simbólico, constitui e é constituído de gênero. Nesse sentido, é compreendido como prática generificada que contribui para a engrenagem que movimenta esse ciclo heteronormativo. ...
Abstract
This monograph reflects on the hypothesis that the feminist movement articulated on digital social media has been applying pressure in favor of the women’s representation in the traditional media. Therefore, it mobilizes theories from Journalism and Gender Studies to provide sufficient empirical material for the analysis of how journalistic discourse is permeated by gender relations. There are collected theories that bring journalism as a social construction which produces a discourse based on ...
This monograph reflects on the hypothesis that the feminist movement articulated on digital social media has been applying pressure in favor of the women’s representation in the traditional media. Therefore, it mobilizes theories from Journalism and Gender Studies to provide sufficient empirical material for the analysis of how journalistic discourse is permeated by gender relations. There are collected theories that bring journalism as a social construction which produces a discourse based on symbolic values related to several social markers among which gender is highlighted. In order to reach this dialogue between journalism and genre, we begin with the understanding of journalistic events by relating them to the concepts of cultural maps of meaning, journalistic tribe and symbolic power. The discussion advances to the digital environment through the concept of cyberevents. For Gender Studies, the post-structuralist theories that question male-female binary polarization are prioritized. The outstanding is for the problematization of heteronormativity as a pattern of social conduct. The historical trajectory of the feminist movement, as well as the leading position of contemporary Latin America, establishes the basis for understanding the new dynamics of the movement in digital social media. This is explained through the discussion on cyberactivism, exemplified in the three periods of analysis: the June Days in 2013, the Feminist Spring in 2015 and the Not Him campaign in 2018. As a method, it was chosen Discourse Analysis, for which were selected articles published by the G1, the most accessed news portal in the country, according to the Verifier Institute of Communication, about the demonstration, as well as three others subsequent to the movements that dealt with other themes in which women are an element to the narrative. Through the material produced and analyzed, it is possible to verify that journalism, like other institutions with symbolic power, constitutes and is constituted of gender. In this sense, it is understood as a gendered practice that contributes to the gear that drives this heteronormative cycle. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo.
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