Efetividade de um treinamento dos músculos do assoalho pélvico em grupo para mulheres com incontinência urinária : um ensaio clínico randomizado
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Data
2019Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: Um dos papéis do assoalho pélvico feminino (AP) é o de controlar a continência urinária. Alterações na sua função e estrutura do AP podem causar as disfunções do assoalho pélvico. Dentre estas a incontinência urinária (IU) é mais comumente relatada e afeta um terço das mulheres adultas e gera impacto significante na qualidade de vida (QV) destas, incluindo a função sexual (FS). Dentre as possibilidades de tratar a IU de forma conservadora, o Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélv ...
Introdução: Um dos papéis do assoalho pélvico feminino (AP) é o de controlar a continência urinária. Alterações na sua função e estrutura do AP podem causar as disfunções do assoalho pélvico. Dentre estas a incontinência urinária (IU) é mais comumente relatada e afeta um terço das mulheres adultas e gera impacto significante na qualidade de vida (QV) destas, incluindo a função sexual (FS). Dentre as possibilidades de tratar a IU de forma conservadora, o Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico (TMAP) deve ser recomendado como intervenção de primeira linha de tratamento para mulheres com tal sintoma. Tal treinamento pode ser desenvolvido em grupo, individual e em domicílio, bastando que seja prescrito e executado de 6 a doze semanas para demonstrar tal eficácia. Apesar disso ainda são escassos na literatura estudos envolvendo o TMAP, de aplicação em grupo e em domicílio, que tenham protocolos bem definidos e que sejam de fácil entendimento e reprodução por parte das pacientes. Objetivo: Demonstrar a efetividade de um protocolo de TMAP aplicado em grupo comparando-o a um protocolo de TMAP em domicílio, para mulheres com IU. Metodologia: O estudo propõe um delineamento experimental do tipo ensaio clínico randomizado cego e segue as recomendações do CONSORT. A amostra foi não probabilística por conveniência, com número mínimo de 28 mulheres em cada grupo, obtido no cálculo amostral. Foram elegíveis para o estudo mulheres de 30 a 70 anos, com IU e que tiveram relação sexual nos últimos 6 meses. Assim como não ter realizado ou estar em tratamento de radioterapia pélvica e/ou quimioterapia, não ter realizado parto nos últimos doze meses, não ter participado de TMAP de forma individual ou em grupo nos últimos 6 meses, aceitar participar do estudo e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídas caso tivessem alergia ao látex, não compreender os instrumentos utilizados na pesquisa e ter contração dos MAP (músculos do assoalho pélvico) grau zero (0). A avaliação foi constituída por uma ficha de anamnese, a avaliação da funcionalidade dos MAP foi realizada pelo aparelho biofeedback pressórico e a palpação vaginal, sendo este o desfecho primário. Para avaliar o desfecho secundário foi utilizado o International Consultation on Incontinence Questionnaire (ICIQ-SF), que avaliar o impacto da IU na QV, e o Pelvic Organ Prolapse/Urinary Incontinence Sexual Questionnaire (PISQ-12) que para avalia a FS. A análise estatística foi realizada através do teste Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados. A análise descritiva dos dados paramétricos foi expressa em média e desvio padrão e dos não-paramétricos em mediana e intervalo de confiança (IC). As variáveis qualitativas foram expressas em frequência absoluta e relativa. Resultados: Com doze semanas de tratamento o protocolo TMAP em grupo apresentou-se como uma forma mais efetiva de tratamento, para a IU, pois demostrou melhora nos itens Power e QV. Quando observamos a efetividade dos protocolos, após 24 semanas, ambos foram efetivos ao que se refere somente aos desfechos secundários, QV e FS. Conclusão: Portanto, pode-se supor que a intervenção em grupo se constitui numa estratégia fisioterapêutica factível e viável de intervenção, sendo capaz de beneficiar um maior número de mulheres com IU, além de ser uma ferramenta de fácil entendimento e reprodução por parte das pacientes ...
Abstract
Introduction: One of the roles of the female pelvic floor (PF) is to control urinary continence. Changes in its function and structure of the PF may cause pelvic floor dysfunction. Among these, urinary incontinence (UI) is most commonly reported and affects one third of adult women and has a significant impact on quality of life (QOL), including sexual function (SF). Among the possibilities of treating UI conservatively, Pelvic Floor Muscle Training (PFMT) should be recommended as a first-line ...
Introduction: One of the roles of the female pelvic floor (PF) is to control urinary continence. Changes in its function and structure of the PF may cause pelvic floor dysfunction. Among these, urinary incontinence (UI) is most commonly reported and affects one third of adult women and has a significant impact on quality of life (QOL), including sexual function (SF). Among the possibilities of treating UI conservatively, Pelvic Floor Muscle Training (PFMT) should be recommended as a first-line treatment intervention for women with such symptom. Such training can be developed in groups, individually and at home, if it is prescribed and executed from 6 to 12 weeks to demonstrate such effectiveness. Despite this, there are still few studies in the literature regarding PFMT, group application and at home, that have well defined protocols and are easily understood and reproduced by the patients. Objective: To demonstrate the effectiveness of a group-applied PFMT protocol comparing it to a home-based PFMT protocol for women with UI. Methodology: The study proposes an experimental design of the type randomized blinded trial and follows the recommendations of the CONSORT. The sample was non-probabilistic for convenience, with a minimum number of 28 women in each group, obtained in the sample calculation. Women between 30 and 70 years of age with UI who had intercourse in the last 6 months were eligible for the study. As well as not having performed or being treated for pelvic radiotherapy and / or chemotherapy, not having delivered in the last 12 months, not having participated in PFMT individually or in a group in the last 6 months, agreeing to participate in the study and signing the Term of Free and Informed Consent. They were excluded if they had latex allergy, did not understand the instruments used in the research, and had contraction of the zero (0) pelvic floor muscles (PFM). The evaluation consisted of an anamnesis record, the evaluation of PFM functionality was performed by the device biofeedback pressure and vaginal palpation, which was the primary outcome. To evaluate the secondary endpoint, the International Consultation on Incontinence Questionnaire (ICIQ-SF) was used to evaluate the impact of UI on QOL, and the Pelvic Organ Prolapse / Urinary Incontinence Sexual Questionnaire (PISQ-12). Statistical analysis was performed using the Shapiro-Wilk test to verify the normality of the data. The descriptive analysis of the parametric data was expressed as mean and standard deviation and of the non-parametric variables in the median and confidence interval (CI). Qualitative variables were expressed in absolute and relative frequency. Results: Twelve weeks of treatment, the PFMT protocol in the group was presented as a more effective form of treatment for UI, since it showed improvement in the Power and QOL items. When we observed the effectiveness of the protocols, after 24 weeks, both were effective when referring only to the secondary outcomes, QOL and FS. Conclusion: Therefore, it can be assumed that the group intervention constitutes a feasible and viable physiotherapeutic intervention strategy, being able to benefit a greater number of women with UI, besides being a tool of easy understanding and reproduction by the patients. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia.
Coleções
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Ciências da Saúde (9127)
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