Um (im)possível atlas mnemosyne de uma exposição museológica : dobras, redobras e desdobras entre imagens, espaço e narrativa

Abstract

Como um espaço conta as suas histórias? O que podemos ver quando as imagens são postas em um conjunto? Essas perguntas amparam os escritos que se desenvolvem através destas páginas, tentando explorar as relações das palavras e de obras em um contexto de exposições de arte. Toma-se esses lugares como ocupando uma posição paradoxal, já que ao mesmo tempo em que há um saber e uma visibilidade já regimentados, há também a possibilidade de outras linhas e mapas das câmaras, estilos, autores e conceitos. A inspiração teórica vem das montagens realizadas por André Malraux e Aby Warburg, onde aparecem questões de como abrir os estriamentos entre uma imagem e as outras que se dispõem ao seu redor, trazendo os limiares tanto da página como de uma parede para produzir retornos e novas visibilidades com os conjuntos. A partir desse entendimento, buscou-se uma metodologia que pudesse pôr em exercício essas questões polissêmicas e também poder alterar a própria maneira de se colocar nessa escrita, dobrando e desdobrando os conceitos, trabalhos e narrativas e colocando-os em uma espacialidade. Tenta-se fazer um convite ao leitor para adentre e percorra com o pesquisador alguns pontos de um museu imaginário, através de suas exposições, galerias, acervo e obras, expostos através de dezesseis fragmentos que tem a intenção de instaurar esses encontros. Para essa experimentação de montagens e depurações do espaço, soma-se os escritos de Georges Perec, na tentativa de trazer apossibilidade de também de construir jogos e linhas para a forma desta escrita tentativamente espacial que aqui se faz.

How does a space tells its own stories? What are we able to see when images are displayed in conjunction? Tese questions support the texts that are written across these pages, trying to explore the relations between words and works of art in the context of the expositions. We understand these places as occupying a paradoxal position, as there is, at the same time, a knowledge and visibility already regimented, but also the possibility of other lines and maps among the chambers, styles, authors and concepts. Te theoretic inspiration comes from the montages developed by André Malraux and Aby Warburg, where questions such as how to open up the striations between an image and the other ones around it appear, bringing to stage the limits of pages ans walls to return and produce new visibilities to these sets. From this understanding of these works, a methodological mean of exercising these polysemous questions and also altering the way of approaching writing itself was searched, asking how to fold and unfold the concepts, works and narratives and be able to put them in a spatiality relationship. We try to invite the reader to enter and walk alongside the researcher some points of an imaginary museum, going through its expositions, galleries, collections and productions, exposed through sixteen fragments that have the intention of establish these encounters between them. For these experimentation, it is taken as inspiration the writings of Georges Perec, on the intent of bringing up the possibility of building games and line to the form of the this text thatattempts to become spatial.