Estudo de coorte em gestantes adolescentes e adultas jovens de Passo Fundo : desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular
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Data
2013Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: estudos de longo prazo como os estudos de coorte têm especial interesse em saúde na avaliação de doenças não transmissíveis, como obesidade e hipertensão arterial. A avaliação de características em estágios precoces do desenvolvimento humano, como adolescência e início da vida adulta, que poderão exercer influência sobre desfechos futuros ainda tem dados escassos na literatura. Nesse sentido, a abordagem deste estudo permite avaliar características das populações em diferentes momen ...
Introdução: estudos de longo prazo como os estudos de coorte têm especial interesse em saúde na avaliação de doenças não transmissíveis, como obesidade e hipertensão arterial. A avaliação de características em estágios precoces do desenvolvimento humano, como adolescência e início da vida adulta, que poderão exercer influência sobre desfechos futuros ainda tem dados escassos na literatura. Nesse sentido, a abordagem deste estudo permite avaliar características das populações em diferentes momentos da vida e compreender as possíveis relações de causalidade entre os fatores e os desfechos estudados. Poucos estudos têm dados longitudinais para o período que vai desde a adolescência até a vida adulta, ou coortes com gestantes adolescentes, abordando desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular. Objetivos: descrever a metodologia empregada em um estudo perinatal na linha de base e no seguimento das mulheres oito anos após o parto. Avaliar a concordância e confiabilidade de informações sobre ganho de peso gestacional no seguimento, comparado à linha de base. Avaliar associação de características maternas com desfechos oito anos após o parto, como obesidade e hipertensão arterial. Métodos: no estudo perinatal, foram avaliadas todas as mulheres com menos de 25 anos que tiveram parto nas quatro maternidades de Passo Fundo, RS, Brasil, entre julho e dezembro de 2001 Entre 12 e 36 horas após o parto, assistentes de pesquisa treinados fizeram entrevista e antropometria, aferindo peso, altura, circunferências do braço, cintura, quadril e coxa, pregas cutâneas tricipital, subescapular e suprailíaca. Foram calculados os índices de massa corporal (IMC) pré e pós-gestacional e ganho de peso gestacional (GPG). Em 2009-10, as mulheres foram reavaliadas com questionários, antropometria e aferida pressão arterial em quatro momentos. Foram avaliados peso, altura, circunferências do pescoço, braço, cintura e quadril. Foi calculado IMC atual. Subamostra utilizou podômetros para avaliar atividade física. Para análise, utilizou-se quiquadrado, ANOVA, teste t pareado, Bland-Altman e coeficientes de correlação intraclasse e Pearson. Regressão de Poisson e regressão multinomial foram usadas para as análises multivariadas. Resultados: no estudo perinatal, 661 mulheres foram avaliadas e 47,5% tinham entre 11 e 19 anos, 52,5% tinham de 20 a 24 anos e, aproximadamente, 60% eram primigestas. Cerca de 50% tinha renda inferior a meio salário mínimo e entre 5 e 8 anos de estudo Em 2009-10, de 661 mulheres, 115 não residiam em Passo Fundo e 103 foram consideradas perdas, sendo reavaliadas 443 mulheres. As características das mulheres que participaram do seguimento foram semelhantes às perdas. Ocorreu aumento de renda, escolaridade e paridade, com maior paridade entre as adultas. Além disso, aumentaram as prevalências de tabagismo e consumo de álcool, principalmente entre as mais jovens. Concordância entre GPG estimado e relatado foi moderada (CCI: 0,71), mas houve valores extremos. Subrelato teve associação inversa com escolaridade, independente de idade. Mulheres com IMC inferior a 18,5 kg/m2 na linha de base apresentaram prevalência cerca de duas vezes maior de superrelato, assim como mulheres obesas no seguimento superrelataram GPG três vezes mais, independente de idade e escolaridade. IMC pré-gestacional e GPG associaram-se com mais chance de obesidade geral e abdominal no seguimento IMC pré-gestacional e GPG acima do recomendado também se associaram com razão cintura-altura. Sobrepeso ou obesidade pré-gestacional tiveram associação positiva com pré-hipertensão e hipertensão, de forma independente. Sobrepeso ou obesidade após a gestação mostraram as mesmas associações, mas com riscos de menor magnitude. Conclusão: o presente estudo permite identificação do desenvolvimento de fatores de risco para morbidades ao longo da vida. Índice de massa corporal pré-gestacional e ganho de peso gestacional excessivo estão associados à obesidade geral e abdominal, além de pré-hipertensão e hipertensão oito anos após o parto. ...
Abstract
Introduction: long-term studies such as cohort studies has special interest in health in the evaluation of non-communicable diseases, such as obesity and hypertension. The evaluation of characteristics at early stages of human development , such as adolescence and early adulthood, that may influence future outcomes has still scarce data in the literature. This approach allows to evaluate characteristics of populations at different times of life and understand the possible causal relations betwe ...
Introduction: long-term studies such as cohort studies has special interest in health in the evaluation of non-communicable diseases, such as obesity and hypertension. The evaluation of characteristics at early stages of human development , such as adolescence and early adulthood, that may influence future outcomes has still scarce data in the literature. This approach allows to evaluate characteristics of populations at different times of life and understand the possible causal relations between the factors and the outcomes studied. Few studies have longitudinal data for the period from adolescence to adulthood, or with pregnant adolescent cohorts, addressing the development of cardiovascular risk factors. Objectives: To describe the methods used in a perinatal study at baseline and follow-up of women eight years after childbirth. To evaluate the agreement and reliability of information on gestational weight gain at follow-up compared to baseline. To evaluate the association of maternal characteristics with outcomes eight years after delivery, such as obesity and hypertension. Methods: the perinatal study evaluated all women under 25 years old who gave birth in the four hospitals in Passo Fundo, RS, Brazil, between July and December 2001 Between 12 and 36 hours after birth, trained research assistants did an interview and anthropometry, checking weight, height, arm, waist, hip, and skinfolds (thigh, subscapular and suprailiac). We calculated pre- and post-gestational body mass index (BMI) and gestational weight gain (GWG). In 2009-10, women were reevaluated with questionnaires, anthropometry and blood pressure measured at four time points. We evaluated weight, height, circumferences of the neck, arm, waist and hip. Current BMI was calculated. Subsample used pedometers to assess physical activity. For analysis, we used chisquare, ANOVA, paired t test, Bland-Altman plots, and intraclass and Pearson correlation coefficients. Poisson regression and multinomial regression were used for multivariate analyzes. Results: in the perinatal study, 661 women were assessed and 47.5% were between 11 and 19 years, 52.5% were 20-24 years and approximately 60% were primiparous. About 50% had incomes below half the minimum wage and between 5 and 8 years of schooling. In 2009-10, 661 women, 115 did not live in Passo Fundo and 103 were considered losses, 443 women being reassessed. The characteristics of the women who participated in the follow-up were similar to losses There was an increase in education, income and parity, with greater parity among the adults. It has also increased the prevalence of smoking and alcohol consumption, especially among young people. Agreement between estimated GWG and reported GWG was moderate (ICC: 0.71), but there were extreme values. Underreporting had an inverse association with education, regardless of age. Women with a BMI less than 18.5 kg/m2 at baseline had a prevalence about twice higher overreporting, as well as obese women at the follow-up overestimated GWG three times more, regardless of age and education. Pre-pregnancy BMI and GWG were associated with more chance of general and abdominal obesity at follow-up. Pre-pregnancy BMI and GPG above recommended also associated with waist-to-height ratio. Overweight or obesity before pregnancy had a positive and independent association with prehypertension and hypertension. Overweight or obesity after pregnancy showed the same associations, but with risks of lesser magnitude. Conclusion: this study allows identification of the development of risk factors for morbidity during the lifetime. Body mass index before pregnancy and excessive gestational weight gain are associated with general and abdominal obesity, and prehypertension and hypertension eight years after delivery. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares.
Coleções
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Ciências da Saúde (9085)
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