Desenvolvimento e validação de instrumento rápido para abordagem da função sexual feminina na atenção primária à saúde
Fecha
2018Tutor
Co-director
Nivel académico
Doctorado
Tipo
Materia
Resumo
Introdução: A disfunção sexual feminina (DSF), apesar da alta prevalência (40-45%) no mundo, é frequentemente negligenciada na prática clínica. Existem diferentes testes para avaliação diagnóstica, porém, estes são formulados predominantemente para especialistas em sexualidade, são longos e muitos, não validados epidemiologicamente. Objetivos: O objetivo geral da presente tese é desenvolver e validar um instrumento rápido capaz de medir diferentes domínios da função sexual das mulheres, de form ...
Introdução: A disfunção sexual feminina (DSF), apesar da alta prevalência (40-45%) no mundo, é frequentemente negligenciada na prática clínica. Existem diferentes testes para avaliação diagnóstica, porém, estes são formulados predominantemente para especialistas em sexualidade, são longos e muitos, não validados epidemiologicamente. Objetivos: O objetivo geral da presente tese é desenvolver e validar um instrumento rápido capaz de medir diferentes domínios da função sexual das mulheres, de forma prática e factível, para uma boa adesão por médicos não especialistas na área de sexualidade. Metodologia: Para a criação do teste, denominado U on Sex, foi utilizado um banco de dados de 378 mulheres atendidas em ambulatório de saúde sexual, em hospital público. Na identificação dos itens para melhor avaliar a função sexual feminina foi utilizada a metodologia de teoria de resposta ao item – TRI. Na validação ampliou-se a amostra inicial, incluindo 243 mulheres atendidas na atenção primária, e novamente sendo testadas pela TRI. A análise final foi realizada com amostra de 621 mulheres, contemplando mulheres com e sem queixa de disfunção sexual. O U on Sex, em sua validação concorrente, foi comparado ao FSFI, através do teste da correlação de Spearman. A validação do uso do instrumento por médicos não especialistas em sexualidade foi realizada comparando os resultados no re-teste do instrumento por especialistas em sexualidade. Resultados: Três itens - frequência, orgasmo e iniciativa – apresentaram poder discriminatório. O item “dor” foi pouco discriminatório. O U on Sex demostrou maior precisão na avaliação do nível de (dis)função sexual das mulheres que se encontram entre a média (zero) e um pouco menos de um desvio padrão acima da mesma. A correção em relação ao padrão ouro foi de 0,56 (valor p < 0,000. Na análise de acurácia o teste apresenta sensibilidade de 80% (IC 0,70-0,87) e especificidade de 53% (IC 0,45-0,61). Houve uma associação linear forte (0,8658) e significativa (valor p < 0,0001) na avaliação da aplicação do U on Sex por médicos não especialistas (NE) e especialistas em sexualidade (ES). Conclusão: O presente estudo demonstrou a capacidade do teste criado, o U on Sex, de identificar, com apenas três itens, o nível de função sexual feminina. Os itens frequência, orgasmo e iniciativa/interesse mostraram poder discriminatório. Recomenda-se compreender melhor o significado da dor na funcionalidade sexual feminina e o quanto os instrumentos utilizados refletem padrões de gênero. Priorizou-se a sensibilidade, pois como é um teste rápido de screening, para avaliar a funcionalidade sexual feminina, trata-se de abordagem inicial e breve, para sinalizar um possível diagnóstico de DSF. O instrumento U on Sex demonstrou ser um recurso com bom poder de identificação da função sexual e um rastreio inicial para possíveis disfunções, que devido os poucos itens facilita a abordagem do tema na prática clínica diária. Este teste rápido obteve forte índice de correlação quando comparada sua aplicação por médicos não especialistas com especialistas em sexualidade, demonstrando que o U on Sex pode ser um meio de acessar o diagnóstico de DSF, na atenção primária. ...
Abstract
Introduction Despite its high prevalence (40-45%) in the world, Female Sexual Dysfunction (FSD), is often neglected in clinical practice. There are different tests for diagnostic evaluation, however, these are predominantly formulated for specialists in sexuality, they are long and many of them are not epidemiologically validated. Objectives: The general objective of this thesis is to develop and validate a rapid instrument which can measure different domains of women's sexual function in a pra ...
Introduction Despite its high prevalence (40-45%) in the world, Female Sexual Dysfunction (FSD), is often neglected in clinical practice. There are different tests for diagnostic evaluation, however, these are predominantly formulated for specialists in sexuality, they are long and many of them are not epidemiologically validated. Objectives: The general objective of this thesis is to develop and validate a rapid instrument which can measure different domains of women's sexual function in a practical and feasible way, aiming at having good acceptance by non-specialists in the sexuality field. Methodology: For the creation of the test, called U on Sex, we used a database of 378 women seen at a sexual health outpatient clinic was used in a public hospital. In the identification of the items to better evaluate female sexual function, the methodology of item response theory - TRI was used. In validation, the initial sample was expanded, including 243 women treated in primary care, and again being tested by TRI. The final analysis was performed with a sample of 621 women, including women with and without complaints of sexual dysfunction. The U on Sex, in its concurrent validation, was compared to the FSFI, using the Spearman correlation test. The validation of the use of the instrument by physicians not specialists in sexuality was carried out comparing the results in the re-test of the instrument by specialists in sexuality. Results: Three items - frequency, orgasm and initiative - presented discriminatory power. The item "pain" was not very discriminatory. The U on Sex has shown greater accuracy in assessing the level of FSD among women who are between the average (zero) and slightly less than a standard deviation above it. The correction for the gold standard was 0.56 (p <0.000). In the accuracy analysis, the test showed sensitivity of 80% (CI 0.70-0.87) and specificity of 53% (CI 0.45-0.61). There was a strong (0.8658) and significant (p <0.0001) linear association in the evaluation of the application of the U on Sex by non-specialists (NE) and specialists in sexuality (SS). Conclusion: The present study demonstrated the ability of the U on Sex test to identify the level of Female Sexual Dysfunction through only three items. The items - frequency, orgasm and initiative/interested - presented discriminatory power. We recommend a better understanding of the meaning of pain in female sexual functionality and how much the instruments used reflect gender patterns. We prioritized sensitivity in the accuracy analysis because it is a rapid screening test for the diagnosis of FSD. The U on Sex instrument proved to be a great resource in the identification of FSD, which due to its few items facilitates the approach of the subject in daily clinical practice. This rapid test obtained a strong correlation index when its application was compared by non-specialists and specialists in sexuality, demonstrating that the U on Sex may be a means of accessing the diagnosis of FSD in primary care. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.
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