Contribuição ao estudo das manifestações patológicas em estruturas de concreto armado na região amazônica

Abstract

A cada ano, o número de estruturas de concreto armado relativamente novas, 8 a 1 O anos, e de obras de arte que necessitam intervenções por deixarem de apresentar desempenho satisfatório é um fato presente, que desafia de forma urgente todo o meio técnico-científico mundial. Infelizmente, no Brasil, embora já se possa contar com um pequeno número de levantamentos de casos patológicos registrados, só se tem notícia de um trabalho de levantamento quanto às técnicas empregadas para a recuperação e o custo das intervenções. Na Amazônia a situação é bem mais complexa; não se tem notícia de qualquer levantamento que possa direcionar a que etapa do processo construtivo deve-se atribuir a origem dos problemas e os custos de recuperação, dentre outros aspectos.Neste trabalho, são apresentados os resultados de um levantamento de 348 casos patológicos em estruturas de concreto armado (convencionais e especiais) ocorridos no período de 1976 a 1993, na Amazônia. Para cada tipo de degradação típica na estrutura identificou-se, de forma geral, as possíveis causas e origens, os fenômenos intervenientes e seus mecanismos de ocorrência. O levantamento também compreende os sistemas de reparos e tipos de reforços aplicados na infra e super estrutura das obras. As principais análises desenvolvidas estão relacionadas ao tipo de obra, ao número de pavimentos e ao elemento estrutural afetado Desenvolve-se, ainda, uma análise dos recursos aplicados para reparação e/ou reforço de 293 obras pertencentes ao mesmo banco de dados, obtendo-se, dentre outros, dados a respeito do custo médio por metro quadrado aplicado à recuperação das estruturas, na Região, em função do tipo de obra e da data de realização das intervenções. Como principais constatações, pode-se verificar que a corrosão de armaduras é o dano mais freqüente; o recordista em número de ocorrência de patologias é o grupo de obras pertencente ao poder público (federal, estadual e municipal); nas etapas de projeto e de execução tiveram origem quase 70.00% dos processos de deterioração das estruturas; a grande maioria das intervenções (57.44%) foram realizadas em obras com idade inferior a 10 anos e, até os 20 primeiros anos (idade das obras), foram gastos mais de 70.00% do total dos recursos aplicados (293 casos) na recuperação das estruturas de concreto da Amazônia.