Avaliação de funcionalidade de crianças internadas em unidade de terapia intensiva pediátrica de hospital terciário
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Data
2018Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A evolução tecnológica resultou no aumento da complexidade de cuidados dos pacientes, tornando as Unidades de Tratamento Intensivo Pediátricas (UTIP’s) aptas a atendimentos em pacientes cada vez mais graves, levando a reduções dos índices de mortalidade. As complicações e comprometimentos das funções físicas vêm acometendo uma grande parcela de pacientes sobreviventes das UTI’s. Sendo assim, avaliar as condições funcionais das crianças no momento da alta da UTIP torna-se importante, ...
Introdução: A evolução tecnológica resultou no aumento da complexidade de cuidados dos pacientes, tornando as Unidades de Tratamento Intensivo Pediátricas (UTIP’s) aptas a atendimentos em pacientes cada vez mais graves, levando a reduções dos índices de mortalidade. As complicações e comprometimentos das funções físicas vêm acometendo uma grande parcela de pacientes sobreviventes das UTI’s. Sendo assim, avaliar as condições funcionais das crianças no momento da alta da UTIP torna-se importante, possibilitando geração de resultados e verificação de fatores que agravem ou não essas condições funcionais. Objetivo: Avaliar os efeitos da internação sobre a funcionalidade das crianças admitidas em UTIP de hospital terciário. Método: Estudo observacional de coorte prospectiva realizado com pacientes de 1 mês até 18 anos admitidos na UTIP do HCPA de setembro de 2016 a outubro de 2017. A avaliação funcional se deu através da Functional Status Score (FSS) na admissão e alta. A FSS inclui seis domínios: estado mental, funcionamento sensorial, comunicação, funcionamento motor, alimentação e estado respiratório. Resultados: Participaram 303 pacientes, sendo 62,5% do sexo masculino, com mediana de idade de 22 meses ([IQ] 5 - 97,5). O principal motivo de admissão foi respiratório 43,2%, com índice de gravidade (PIM2) no momento da admissão de mediana de 1,26% ([IQ] 0,4 - 4,68), e tempo de internação na UTIP mediana de 6 dias ([IQ] 3 – 10). A maioria dos cuidadores classificou as crianças com boas condições funcionais ou disfunções leves (pré -admissão) 88,4% e os pesquisadores (alta) classificaram 50,1% com alterações moderadas ou severas. A maior gravidade na admissão, o maior tempo de internação, o maior tempo de sedação e o maior tempo de VM mostraram influência na piora das condições funcionais dos pacientes na alta da UTIP. A chance de piora do estado funcional na alta, (de acordo com os escores da FSS), aumenta seis vezes em relação às condições funcionais relatadas na admissão. No grupo de pacientes crônicos, maior tempo de internação, maior PIM2, uso de tecnologia prévia, uso de medicação contínua, maior tempo de realização de tratamento de fisioterapia prévia, inclusão em escolas ou creches, realização de fisioterapia hospitalar, fonoaudiologia hospitalar, recreação hospitalar, uso de bloqueadores neuromusculares, presença de intercorrências clínicas ou cirúrgicas durante a internação na UTIP, uso de ventilação mecânica invasiva e uso de tecnologia na alta, demonstraram correlação com maior comprometimento funcional na alta. O tempo de internação apresentou relação com as perdas 10 funcionais na alta em todos os pacientes (r= 0,315 e p= 0,000). Houve correlação entre uma pior classificação funcional e uso de tecnologia na alta da UTIP (r=0,316; p= 0,000). Conclusão: A internação em UTIP impactou negativamente nas condições funcionais das crianças avaliadas. Sendo influenciada por maior número de internações prévias, maior gravidade na admissão em UTIP, maior tempo de uso de sedativos e ventilação mecânica. A doença crônica e o uso de tecnologias em saúde não se mostraram como fatores determinantes para maior agravamento funcional na alta. O tempo de internação apresentou influência considerável nas perdas funcionais observadas na alta dessas crianças. ...
Abstract
Introduction: Technological evolution has resulted in increased patient care complexity, making pediatric intensive care units (PICUs) able to attend to increasingly severe patients, leading to reductions in mortality rates. The complications and compromises of the physical functions have been affecting a great number of patients surviving the ICU. Therefore, assessing the functional conditions of children at the time of discharge from the PICU becomes important, allowing the generation of resu ...
Introduction: Technological evolution has resulted in increased patient care complexity, making pediatric intensive care units (PICUs) able to attend to increasingly severe patients, leading to reductions in mortality rates. The complications and compromises of the physical functions have been affecting a great number of patients surviving the ICU. Therefore, assessing the functional conditions of children at the time of discharge from the PICU becomes important, allowing the generation of results and verification of factors that aggravate or not these functional conditions at discharge. Objective: To evaluate the effects of hospitalization on the functionality of children admitted to the PICU of a tertiary hospital. Method: Prospective cohort observational study performed with patients aged 1 month up to 18 years admitted to the PICU of the HCPA from September to October 2017. The functional evaluation was performed through the Functional Status Score (FSS) at admission and discharge. FSS includes six domains: mental state, sensory functioning, communication, motor functioning, eating and respiratory status. Results: Participated 303 patients, being 62.5% male, with a median age of 22 months ([IQ] 5 - 97.5). The main reason for admission was 43.2% ([IQ] 0.4 - 4.68) and the length of stay in the median PICU of 6 days ([IQ] 3 - 10). Most caregivers ranked children as "protagonists" or "light" (pre-admission) with 88.4% and researchers (high) rated 50.1% with moderate or severe changes. The greater severity at admission, longer hospitalization time, longer sedation time and longer MV time in the situation of greater control of patients on discharge from the PICU. The chance of worsening functional functioning at discharge according to FSS scores In the chronic patients group, longer hospitalization time, higher PIM2, use of previous data, greater use of in-hospital physiotherapy training, hospital phonoaudiology, use of blockers neuromuscular disorders, the presence of intercurrences in clinics during the PICU, the use of evaluation of the internal invasion and the use of technology at discharge showed a higher functional impairment at discharge. The length of hospitalization was related to the losses in patients' discharge (r = 0.315 and p = 0.000). There was a difference between the use of technology in the PICU (r = 0.316, p = 0.000). Conclusion: The PICU hospitalization had a negative impact on the general conditions of the children evaluated, being influenced by higher practices, greater severity in PICU admission, longer time of use of sedatives and greater mechanics. Chronic disease and the use of health technologies do not present as determining factors for functional deterioration at discharge. 12 The length of hospital stay was attenuated by the weight loss observed in the discharge of these children. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.
Coleções
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